segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Felicidade conjugal não é um acidente

Cinco decisões que podem estabelecer sua felicidade conjugal e familiar

Um homem não está acabado quando enfrenta a derrota. Ele está acabado quando desiste. (Richard Nixon)

Você já ouviu a famosa frase “por que facilitar se eu posso complicar?”. É impressionante, mas há pessoas que pensam que essa é uma atitude que se possa adotar nos relacionamentos pessoais, e elas agem assim no seu dia a dia. Não entrarei nos detalhes que fazem algumas pessoas serem assim, mas quero indicar uma reflexão que deve ser feita quando pensamos no quanto podemos ajudar aos outros com simples gestos. Claro que eu poderia mencionar diversas passagens da Bíblia, mas optei por uma só que está na oração do Pai Nosso: “Perdoa-nos assim como…”. Medite no “assim como”. Assim como perdoamos, somos perdoados; se não perdoamos, não somos perdoados.

Deus nos ama e sempre quer o melhor para nós, porém ele estabelece suas próprias leis. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7b). Por isso as Escrituras nos aconselham a ser sempre misericordiosos (Tg 2.13). Jesus nos disse: “Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada” (Mc 4.24). Vamos optar por semear misericórdia em nossa casa, para colhermos misericórdia mais adiante; vamos plantar tolerância, para que não sejamos maltratados quando errarmos; vamos semear simpatia e colher o amor que tanto desejamos.

Portanto, a segunda decisão que deve ser estabelecida no seu relacionamento conjugal e familiar para buscar a felicidade no seu lar é: “Decida ser um facilitador”. Seja um facilitador ou uma facilitadora para a vida dos que vivem com você.

A Bíblia diz em Lucas 15.20: “Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se ao seu pescoço e o beijou”.

Veja como esse pai impressiona por sua atitude generosa. A tradição judaica nos tempos de Jesus dizia ser indigno a um senhor correr publicamente. Eles cultivavam a serenidade e a tranquilidade, e a impressão causada por ver um idoso correndo era inadequada. Mas quando o pai, já idoso, viu seu filho aproximando-se de casa, ele saiu correndo a encontrar o jovem a fim de facilitar a sua aproximação. E não foi só isso o que aconteceu.

Primeiro, quando o filho voltava para casa, o pai, que estava ao redor da propriedade, avistou-o e não deixou que ele voltasse sozinho. Correu ao seu encontro e facilitou a volta para a reconciliação.

O irmão mais velho estava do lado de fora da casa e não quis entrar. Ele também não teve interesse, mais à frente, de participar da festa que foi promovida para celebrar o retorno do irmão mais novo. Quem, então, foi conversar com aquele irmão mais velho que estava em crise? O empregado? Não! O tio? Não! A tia? Não! O avô? Não! O pai foi, pois esse pai era um facilitador.

Seja um facilitador dentro da sua família. Seja uma mãe facilitadora, seja um pai facilitador, seja uma filha ou um filho facilitador. Seja um genro facilitador. Seja uma nora facilitadora. Mas faça disso uma atitude sua, pessoal: você deve ser e não apenas ter uma ou outra atitude facilitadora. Faça disso uma disposição interior, uma maneira de agir voluntariosa, espontânea. Tome isso como uma meta e implante no seu coração essa virtude que deve ser cultivada, preservada e mantida.

Seja um facilitador do diálogo na sua casa. Sempre há alguém disposto a desculpar-se, rever os erros, recompor uma situação de crise, mas uma postura inflexível impede o diálogo e a aproximação. Do contrário, quando as pessoas sabem que somos facilitadores, elas são encorajadas, a aproximação e a reconciliação são promovidas e o ambiente se renova. Mas isso não acontece se não houver quem facilite as coisas. Seja você a pessoa por onde essa mudança entrará em sua família, em sua casa, no seu casamento.

Seja um facilitador das soluções que precisam acontecer. Seja você um facilitador do perdão na família. Seja um facilitador que colocará as coisas complicadas no seu devido lugar: fora do seu ambiente conjugal, longe do seu ambiente familiar. Assuma a disposição de facilitar o relacionamento, e a felicidade irá aproximar-se de você e da sua família.

Não atrapalhe: ajude. Não seja uma pedra de tropeço que derruba pessoas próximas. Seja uma ponte e construa acessos para ligar pessoas distantes. Viabilize soluções, renove a sua mente e seja criativo. Se não puder ajudar, não atrapalhe, mas procure ser um facilitador. Pense de maneira diferente, como Paulo diz que devemos pensar: “… sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

Fazendo isso, você ajudará na reconstrução de relacionamentos e no processo de restauração das relações quebradas, facilitando o encontro de quem está distante e promovendo o banquete para que dois possam sentar-se juntos na presença de Deus. E Deus reconstruirá o que foi destruído.

Acredito em ações como essa e as tenho ensinado aos casais que aconselho, aos ouvintes que participam de nossos encontros e palestras, e sabemos o resultado que vem do comprometimento com passos dados nesse sentido. Não há nada de fantasioso nem excessivamente exigente; são passos simples, que podem encontrar resistência não no modo de realizar, mas na disposição do coração, pois exigem que cada um baixe suas defesas, guarde suas armas e incline o coração para uma atitude de renovação e humildade diante de uma causa maior – aliás, duas: o estabelecimento da vontade de Deus no seu lar e o amor dentro da sua família.

Pr. Josué Gonçalves