quinta-feira, 28 de abril de 2011

Salvo pela "Incrível Graça"


John Newton era pastor de uma igreja crescente em Olney, na Inglaterra, quando compôs a letra daquele que talvez seja o hino mais conhecido até hoje – Amazing Grace (i.e., “Incrível Graça”). Newton estava satisfeito naquele contexto de vida campestre. Ele tinha uma esposa carinhosa ao seu lado, desenvolvia um bom ministério pastoral e estava cercado de pessoas amáveis. Naquele momento, Newton desfrutava de uma ótima vida. Mas, 25 anos antes, sua vida estava em ruínas.

Newton nasceu em Londres no dia 24 de julho de 1725. Seu pai, um capitão de navio mercante, o amava, porém era um homem severo e reservado. Por outro lado, a mãe de John era uma mulher atenciosa e cuidadosa. Ela lhe ensinou as Escrituras – capítulos inteiros da Bíblia de uma vez – bem como hinos e poemas. Infelizmente, a mãe de John Newton morreu, duas semanas antes que ele completasse sete anos de idade, e, pouco tempo depois, seu pai casou-se novamente.

Quando o novo casal teve seu próprio filho, ambos deram mais atenção e carinho a este do que a John Newton, de modo que John deixou-se levar pela companhia influente de garotos pervertidos, aprendendo a andar nos sórdidos caminhos que eles trilhavam. Com a idade de 11 anos, ele fez a primeira das cinco viagens marítimas na companhia de seu pai, durante a qual rapidamente aprendeu a xingar e amaldiçoar com os melhores marujos.

Entretanto, durante os cinco anos que se seguiram, John se viu forçado a refletir seriamente sobre a condição de sua alma. Certa feita faltou pouco para que John Newton embarcasse num navio de guerra que levava a bordo um amigo dele. Mais tarde, todavia, ele soube que aquele navio naufragara e que seu amigo, junto com vários outros tripulantes, tinha morrido afogado.

Também foi nessa época que Newton teve um sonho perturbador no qual ele jogava fora um anel que representava toda a misericórdia que Deus lhe reservara. Essas experiências pesaram de forma tremendamente condenatória na consciência de Newton e, por algum tempo, impeliram-no a tratar as questões espirituais com mais seriedade. Contudo, passados alguns dias, ele logo se esquecia daquilo que o levara à sobriedade e continuava sua queda vertiginosa na espiral da perversidade. Newton afirmou: “Eu geralmente considerava a religião como um meio necessário para se escapar do inferno; mas eu amava o pecado e não estava disposto a abandoná-lo”.[1]

Aos 19 anos de idade, Newton foi obrigado a se alistar como aspirante da Marinha para servir no navio HMS Harwich. Passado algum tempo, ele desertou, foi capturado, encarcerado, açoitado a bordo do navio, fustigado com chicote de nove tiras, e rebaixado. Então Newton entrou em terrível depressão e desespero, que o levaram, por vezes, a querer se lançar ao mar e a planejar maneiras de assassinar o capitão que o humilhara. Entretanto, não demorou muito para que a situação dele mudasse, quando o capitão de seu navio fez uma permuta entre ele e marinheiros de um navio que estava preste a zarpar para a África Ocidental à procura de escravos.

A Época no Tráfico de Escravos

John Newton
Em meados de 1700, o tráfico de escravos era um negócio lucrativo. Mais de 100 mil escravos foram trazidos para o Novo Mundo em navios ingleses.[2] William E. Phipps escreveu: “No século XVIII, a média de mortalidade dos escravos durante o trajeto [da África para algum porto no Caribe ou nos Estados Unidos, onde eram vendidos] em navios ingleses era de aproximadamente quinze por cento”.[3] Cerca de 15 mil escravos africanos morreram a bordo de navios ingleses nessa época.

Em seu novo ambiente, Newton não fez absolutamente nada para ser benquisto pelos oficiais do navio. Ele compôs uma cantiga de escárnio para ridicularizar o capitão do navio e a ensinou para a tripulação inteira. Após capturar uma lucrativa quantidade de escravos, Newton ganhou a permissão de ficar na África, ao longo da costa da Guiné, onde trabalhava para um traficante de escravos inglês que vivia com uma amante africana. Essa mulher não gostava de Newton. Quando Newton contraiu malária, ela o tratou cruelmente, com insultos e subnutrição para que morresse de fome.

Tempos depois, Newton foi injustamente acusado de roubar o traficante inglês. Ele ficou acorrentado com cadeias no convés do navio daquele homem e foi mantido com pouca comida, água e roupa. Na verdade, ele se tornou escravo daquele homem e, por ironia do destino, recebeu o mesmo tratamento com o qual eram tratadas as pessoas que tinham sido escravizadas com a ajuda dele.

Esse tormento durou um ano, até que Newton convencesse seu dono a cedê-lo para um outro traficante de escravos. Seu novo senhor tratou-o com bondade e o colocou na supervisão das “feitorias” (prisões para escravos localizadas nos portos).

Apesar dos olhos vigilantes de seu antigo senhor traficante de escravos, Newton conseguiu enviar algumas cartas para seu pai, nas quais pedia socorro. Certo dia, um navio mercante denominado Greyhound [i.e., “cão pernalta e veloz”] chegou onde Newton estava. Ele fora enviado àquele lugar por ordem do pai de John Newton. A princípio, Newton hesitou em deixar seu negócio que a essa altura já era lucrativo, mas, por fim, concordou em voltar à Inglaterra. Newton foi mantido cativo na África por 15 meses ao todo.

A bordo do Greyhound em sua viagem de volta, Newton demonstrou ser o homem mais profano e devasso do navio. Certa noite, ele estava tão bêbado, que quando seu chapéu caiu no mar pela força do vento, se outro marujo não o agarrasse pela roupa, ele teria se lançado nas águas em busca do chapéu.

Mais tarde naquela viagem, Newton folheou um dos poucos livros que havia a bordo – Imitation of Christ [i.e., “Imitação de Cristo”]. Newton começou a ler esse livro como um mero passatempo, mas, depois, passou a se perguntar o que lhe aconteceria se aquilo que nele estava escrito fosse verdade. Ele ficou com medo e fechou o livro.

Atingido Pela Tempestade

Naquela noite de 21 de março de 1748, uma violenta tempestade se abateu sobre o navio, que por pouco não afundou. Homens, animais e provisões foram arrastados pela força das águas e caíram no mar. Newton orou a Deus pela primeira vez depois de anos. Ele temia estar à beira da morte e, se a fé cristã fosse verdadeira, estava certo de que não seria perdoado. John refletiu em tudo o que fizera naqueles últimos anos, inclusive a atitude de zombar dos fatos históricos do Evangelho, e ficou abalado.

Passados quatro dias, a tempestade diminuiu. Pela providência de Deus, a cera de abelha, que se encontrava no porão de carga, ajudou que o navio continuasse a flutuar. Newton atribuiu a Deus aquele livramento que tiveram. Ele começou a ler o Novo Testamento com mais interesse. Quando chegou à passagem de Lucas 15, John percebeu os impressionantes paralelos entre a sua vida e a vida do filho pródigo.

O navio ficou à deriva por um mês. Os suprimentos se esgotaram. O capitão culpou a blasfêmia de Newton como a causa dos problemas que enfrentavam e cogitou a hipótese de jogá-lo ao mar, à semelhança de Jonas. O navio avariado finalmente conseguiu seguir seu rumo para a Irlanda do Norte, a tempo de não ser apanhado por um vendaval que começava a ocorrer. Newton reconheceu que Deus respondera sua oração.

Ao chegarem em terra firme, Newton tomou a decisão de não mais xingar e blasfemar. Ele chegou a voltar para a igreja. Entretanto, ainda não era um crente em Jesus. Mais tarde ele declarou: “Penso que aquele foi o início de meu retorno para Deus, ou antes, o retorno dEle para mim; contudo, só considero que vim a ser crente em Cristo (no sentido pleno da palavra crente) muito tempo depois daquele momento”.

Regenerado Pela Fé

Em 1749 Newton zarpou como primeiro piloto de um navio negreiro. A essa altura, ele já tinha se esquecido do compromisso que assumira e recaiu nas antigas práticas pecaminosas. Enquanto buscava escravos ao longo da costa ocidental da África, John Newton foi novamente acometido de malária, situação que o levou a refletir mais uma vez sobre a sua vida. Diante das misericórdias de Deus para com sua vida, ele estava absolutamente convicto da culpa pelos erros que recentemente cometera. Meio delirante e enfraquecido, Newton se levantou da cama e caminhou com dificuldade até um lugar afastado da ilha. Naquele local, percebendo a futilidade de tomar decisões autoconfiantes, “ele se entregou ao Senhor”, escreve Richard Cecil, “para que Deus fizesse com ele aquilo que fosse do Seu agrado. Ao que parece, nada de novo acontecia em sua mente, exceto o fato de que ele estava apto para confiar e crer num Salvador crucificado”.[5] A incrível graça de Deus preciosamente se manifestou no exato momento em que John Newton creu pela primeira vez.

Daquele momento em diante, a vida de Newton mudou gradativamente. No começo, como acontece com a maioria dos crentes, ele não percebia todas as áreas de sua vida que precisavam ser transformadas pela graça de Deus.

Por exemplo, por cinco anos, ele enfrentou lutas quanto à certeza de sua salvação. Todavia, através do encorajamento dado por outro capitão de navio, que também era crente em Cristo, as dúvidas foram vencidas, conforme Newton declarou: “Eu comecei a entender [...] e a ter esperança de ser preservado e salvo, não por meu próprio poder e santidade, mas pelo imenso poder e promessa de Deus, através da fé num Salvador imutável”.[6]

A mudança mais evidente na vida de Newton se deu na área do tráfico de escravos. Um ano antes de crer em Jesus Cristo, John Newton se tornou capitão de um navio negreiro. Nos quatro anos seguintes à sua salvação, Newton realizou três viagens com o intuito de buscar escravos na África e levá-los para serem vendidos no Caribe. Durante essas viagens, Newton liderou sua tripulação em cultos de adoração e em momentos de oração. Contudo, ele também foi forçado a sufocar rebeliões de escravos, chegando a ponto de utilizar instrumentos de tortura para apertar polegares a fim de arrancar confissões.

Mais tarde, Newton se conscientizou de que o tráfico de escravos e sua participação nele eram algo moralmente ultrajante e repulsivo. Ele afirmou: “a força do hábito, o exemplo e o interesse [comercial] cegaram meus olhos”.[7]

A partir do momento em que o Espírito Santo convenceu John Newton dos males e pecados envolvidos no tráfico de escravos, ele passou a trabalhar incansavelmente para extingui-lo num esforço de décadas. Ele foi orientador e conselheiro de um crente em Cristo mais novo do que ele, chamado William Wilberforce, o qual atuou no Parlamento Britânico. Wilberforce se tornou o mais notável e eficaz abolicionista da história da Inglaterra. Alguns meses antes da morte de Newton, ocorrida em 21 de dezembro de 1807, o Parlamento Britânico aprovou o Decreto da Abolição do Tráfico de Escravos, o que muito alegrou Newton.

A Ternura da Graça
Antes de experimentar a graça salvadora de Deus, John Newton não tinha o menor receio de xingar e proferir palavrões quando relampejava, de blasfemar contra o Deus do céu, de zombar da Bíblia, de ridicularizar a consagração a Deus, de se envolver em atos depravados, nem o mínimo escrúpulo de comprar e vender seres humanos como se fossem objetos ou mercadorias.

Entretanto, John Newton mudou completamente após a sua conversão. Mais tarde, ele se tornou pastor e exerceu o ministério pastoral por 23 anos, sempre salientando em seus sermões o tema da graça de Deus. Ele compôs e publicou centenas de hinos, inclusive o hino intitulado How Sweet the Name of Jesus Sounds [que traduzido quer dizer: “Quão doce soa o nome de Jesus”] (um nítido contraste com a época blasfema de sua vida pregressa), bem como demonstrou incessante hospitalidade em sua casa.

Ele manteve comunhão com alguns dos mais notáveis nomes do avivamento evangélico na Inglaterra, tais como George Whitefield e John Wesley; ensinou e encorajou pessoas influentes como o grande missionário William Carey, o poeta William Cowper, e o abolicionista William Wilberforce; além disso, tornou-se um dos maiores defensores do fim da escravidão na Grã-Bretanha.

Como explicar tamanha transformação na vida de um homem? Semanas antes de sua morte, já velho e debilitado, Newton explicou: “Minha memória praticamente se foi; mas ainda consigo me lembrar de duas coisas: que eu sou um tremendo pecador e que Cristo é um tremendo Salvador”
Fonte: http://www.chamada.com.br/

terça-feira, 26 de abril de 2011

Brasil é 3º país do mundo onde mais se crê em Deus, diz pesquisa.



Estudo em 23 países indica que 84% dos brasileiros acreditam em existência de ‘Deus ou de um ser supremo’. O Brasil foi o terceiro país em que mais se acredita em ‘Deus ou em um ser supremo’ em uma pesquisa conduzida em 23 países.

A pesquisa, feita pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos para a agência de notícias Reuters, ouviu 18.829 adultos e concluiu que 51% dos entrevistados ‘definitivamente acreditam em uma ‘entidade divina’ comparados com os 18% que não acreditam e 17% que não têm certeza’.

O país onde mais se acredita na existência de Deus ou de um ser supremo é a Indonésia, com 93% dos entrevistados. A Turquia vem em segundo, com 91% dos entrevistados e o Brasil é o terceiro, com 84% dos pesquisados. Entre todos os pesquisados, 51% também acreditam em algum tipo de vida após a morte, enquanto que apenas 23% acreditam que as pessoas param de existir depois da morte e 26% ’simplesmente não sabem’.

Entre os 51% que acreditam em algum tipo de vida após a morte, 23% acreditam na vida após a morte, mas ‘não especificamente em um paraíso ou inferno’, 19% acreditam ‘que a pessoa vai para o paraíso ou inferno’, outros 7% acreditam que ‘basicamente na reencarnação’ e 2% acreditam ‘no paraíso, mas não no inferno’. Nesse mesmo quesito, o México vem em primeiro lugar, com 40% dos entrevistados afirmando que acreditam em uma vida após a morte, mas não em paraíso ou inferno. Em segundo está a Rússia, com 34%. O Brasil fica novamente em terceiro nesta questão, com 32% dos entrevistados.
Mas o Brasil está em segundo entre os países onde as pessoas acreditam ‘basicamente na reencarnação’, com 12% dos entrevistados. Apenas a Hungria está à frente dos brasileiros, com 13% dos entrevistados. Em terceiro, está o México, com 11%.
Entre os que acreditam que a pessoa vai para o paraíso ou para o inferno depois da morte, o Brasil está em quinto lugar, com 28%. Em primeiro, está a Indonésia, com 62%, seguida pela África do Sul, 52%, Turquia, 52% e Estados Unidos, 41%.

Criação X evolução

As discussões entre evolucionistas e criacionistas também foram abordadas pela pesquisa do instituto Ipsos.
Entre os entrevistados no mundo todo, 28% se definiram como criacionistas, acreditam que os seres humanos foram criados por uma força espiritual como o Deus em que acreditam e não acreditam que a origem do homem viesse da evolução de outras espécies como os macacos.

Nesta categoria, o Brasil está em quinto lugar, com 47% dos entrevistados, à frente dos Estados Unidos (40%). Em primeiro lugar está a Arábia Saudita, com 75%, seguida pela Turquia, com 60%, Indonésia em terceiro (57%) e África do Sul em quarto lugar, com 56%.

Por outro lado, 41% dos entrevistados no mundo todo se consideram evolucionistas, acreditam que os seres humanos são fruto de um lento processo de evolução a partir de espécies menos evoluídas como macacos.

Entre os evolucionistas, a Suécia está em primeiro lugar, com 68% dos entrevistados. A Alemanha vem em segundo, com 65%, seguida pela China, com 64%, e a Bélgica em quarto lugar, com 61% dos pesquisados.

Descrentes e indecisos

Entre os 18.829 adultos pesquisados no mundo todo, um total de 18% afirmam que não acreditam em ‘Deus, deuses, ser ou seres supremos’.

No topo da lista dos descrentes está a França, com 39% dos entrevistados. A Suécia vem em segundo lugar, com 37% e a Bélgica em terceiro, com 36%. No Brasil, apenas 3% dos entrevistados declararam que não acreditam em Deus, ou deuses ou seres supremos.

A pesquisa também concluiu que 17% dos entrevistados em todo o mundo ‘às vezes acreditam, mas às vezes não acreditam em Deus, deuses, ser ou seres supremos’. Entre estes, o Japão está em primeiro lugar, com 34%, seguido pela China, com 32% e a Coréia do Sul, também com 32%. Nesta categoria, o Brasil tem 4% dos entrevistados.
Fonte: Blog Carmadélio - Comunidade Shalom


O poder triunfante da paciência

Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Não vos queixeis, irmãos, uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta. Irmãos, tomai como exemplo de sofrimento e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor. Eis que chamamos bem-aventurados os que suportaram aflições. Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão. Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; seja, porém, o vosso sim, sim, e o vosso não, não, para não cairdes em condenação.
1. Tiago começa a sua carta com uma chamada à perseverança sob as provações (1:2-4) e termina a carta exortando os crentes a serem pacientes até à vinda do Senhor (5:7-8). As provas e não experiências místicas são o caminho da santificação e do aperfeiçoamento (1:4).
2. Em (1:12) a recompensa é a coroa da vida e (5:7-8) a recompensa é a vinda de Cristo (5:7-8). No começo o caminho da perfeição é a oração (1:5) e no final da carta, ele volta ao mesmo tópico (5:13-18). No começo oramos por nós, no fim oramos pelos outros.
3. Tiago fala da segunda de Cristo sob dois aspectos: 1) Como uma alegre esperança (5:7-8 e 10-11); 2) Como uma temível expectativa (5:9,12). Para os salvos o Senhor vem trazendo compaixão e misericórdia (5:11). Para os ímpios o Juíz vem (5:9), trazendo julgamento (5:12). Ao mesmo tempo que a vinda do Senhor será o dia glorioso para o seu povo, será o terrível dia do Senhor para os ímpios. Ilustração: O fazendeiro que zombava dos crentes trabalhando em frente a igreja no domingo. Colheu mais que os crentes e mandou uma carta para o jornal explicando sua posição: Enquanto os crentes iam para a igreja eu trabalhei. Colhi mais que eles. Deus não me castigou. O que vocês pensam disso? O jornalista publicou a carta e colocou uma nota de rodapé: Deus não ajusta suas contas na colheita. Veja o Salmo 73.
4. A vinda do Senhor é um sinal de alerta sobre o perigo do mal uso da língua. Devemos ter cuidado para não queixarmos uns dos outros (5:9). Também devemos ter cuidado para não fazer juramentos impróprios (5:12). É mais fácil fazer um voto do que cumpri-lo. Mas fazer um voto, devemos cumpri-lo, porque Deus não gosta de tolos (Ec 5:4). É mais importante ser real do que dramático. Nosso sim deve significar sim e o nosso não deve significar não. Devemos ser íntegros em nossa palavra. Não podemos ser pessoas divididas internamente. Devemos ser livres de uma mente dupla. Devemos íntegros com Deus e com os homens. Praticamos uma devoção à verdade com os nossos lábios porque a verdade habita em nós.
5. A vinda do Senhor está próxima (5:8), está às portas (5:9).
6. Enquanto Jesus não volta não esperamos vida fácil neste mundo (Jo 16:33). Paulo nos lembra que é em meio a muita tribulação que entramos no Reino (At 14:22). Devemos ser pacientes até Jesus voltar.
7. Mas como podemos experimentar esse tipo de paciência até Jesus voltar. Tiago dá três exemplos de paciência para encorajar os crentes:

I.A PACIÊNCIA DO LAVRADOR – V. 7-9

1. Se uma pessoa é impaciente, ela nunca deve ser um agricultor. O agricultor planta a semente certa, no campo certo, no tempo certo, sob as condições certas. A semente não nasce, cresce, floresce e frutifica da noite para o dia. Apenas o erva daninha cresce sem cuidado. O agricultor não tem nenhum controle sobre o tempo. Muita chuva pode danificar a lavoura. Falta de chuva pode pôr toda a colheita a perder.
2. O agricultor na Palestina dependia totalmente das primeiras chuvas vinham em outubro (para o plantio) e das últimas chuvas que vinham em Março (para a colheita). O tempo está fora do seu controle. Ele tem que confiar e esperar. É Deus quem faz a semente brotar, germinar, crescer e frutificar. Ele não pode fazer nada nesse processo (Mc 4:26-29).
3. Por que o agricultor espera? Porque o fruto é precioso (5:7). “E não cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6:9). Tiago descreve o crente como um agricultor espiritual que procura uma colheita espiritual. “Se vós também pacientes e fortaleceu o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (5:8).
4. O nosso coração é o solo. A semente é a Palavra de Deus. Há estações para a vida espiritual como há estações para o solo. Muitas vezes nosso coração se torna seco e cheio de espinhos (Jr 4:3). Então Deus manda a chuva da sua bondade e alimenta a semente plantada, mas devemos ser pacientes para esperar a colheita.
5. Deus está procurando frutos em nossa vida (Lc 13:6-9). Devemos produzir o fruto do Espírito (Gl 5:22-23). E o único meio de darmos frutos doces é sermos provados (1:2-4). Em vez de ficarmos impacientes, devemos saber que Deus está trabalhando em nós.
6. Você só pode se alegrar nessa colheita espiritual, se o seu coração estiver fortalecido (5:8). Um coração instável não produz fruto. Um agricultor está sempre trabalhando em sua lavoura. Deus está trabalhando em nós para tirar de nós uma colheita abundante. Um lavrador não vive brigando com os seus vizinhos. Ele está cuidando da sua própria lavoura. Não devemos perder o foco e viver falando mal uns dos outros (5:9).

II. A PACIÊNCIA DOS PROFETAS – V. 10

1. Os profetas foram homem que andaram com Deus, ouviram a voz de Deus, falaram em nome de Deus, mas passaram também por grandes aflições. Eles trilharam o caminho estreito das provas e foram pacientes. Privilégio e provas caminharam juntos na vida dos profetas. Privilégio e sofrimento, sofrimento e ministério caminham lado a lado na vida dos profetas.
2. Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Ele foi cerrado ao meio. Jeremias foi preso, jogado num poço e maltrado por pregar a verdade. Ele viu o cêrco de Jerusalém e chorou ao ver o seu povo sendo destruído. Daniel foi banido da sua terra e sofreu pressões quando jovem. Sofreu ameaça e perseguição por causa da sua fidelidade a Deus, a ponto de ser jogado na cova dos leãos. Ezequiel também foi duramente perseguido.
3. Estêvão denunciou o sinédrio: “Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos” (At 7:52).
4. Jesus disse: “Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas antes de vós” (Mt 5:11-12).
5. Quado você tiver enfrentando sofrimento, não coloque em dúvida o amor de Deus, gente que andou mais com Deus do que você, também passou pelas aflições. Seja paciente.
6. Paulo diz: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3:12). Nem sempre obediência produz vida fácil! “Se a igreja for mais perseguida, será mais fiel? Não. Se ela for mais fiel será mais perseguida”. Isso significa que Deus não nos poupa das aflições, mas ele nos assiste nas aflições. Exemplo: Elias anunciou ao ímpio rei Acabe que a seca viria sobre Israel. Ele também sofreu as consequências da seca, mas Deus cuidou dele e lhe deu vitória sobre os ímpios.
7. A vontade de Deus jamais levará você, onde a graça de Deus não possa lhe sustentar. A nossa paciência em tempos de prova é um poderoso testemunho do evangelho àqueles que vivem ao nosso redor.
8. Rm 15:4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. Quanto mais conhecemos a Bíblia, mais Deus pode nos consolar em nossas tribulações.
9. Como um agricultor, devemos continuar trabalhando e como os profetas, devemos continuar testemunhando.

III. A PACIÊNCIA DE JÓ – V. 11-12

1. “Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes…” (5:11). Mas vocë não pode perseverar a não ser que haja provas em suas vida. Não há vitória sem luta. Não picos sem vales. Se você deseja a bênção, você tem que estar preparado para carregar o fardo e entrar nessa guerra.

2. Certa feita ouvi um cristão orar: “Oh Deus ensina-me as profundezas da tua Palavra. Eu desejo ser arrebatado até o terceiro céu e ver e ouvir as coisas maravilhosas que tu tens lá”. Embora a oração tenha sido sincera, ela partiu de um crente imaturo. Paulo foi arrebatado até o terceiro e viu e ouviu coisas gloriosas demais para contar. E como resultado Deus colocou um espinho em sua carne para mantê-lo humilde (2 Co 12:1-10). Tem que existir um equilíbrio entre privilégios e responsabilidades, bênçãos com fardos.

3. O livro de Jó pode ser dividido assim: (1-3) – As perdas de Jó; (4-31) – As acusações contra Jó e sua defesa contra os ataques de seus amigos; (38-42) – a restauração de Jó. As circunstâncias estavam contra Jó; os homens estavam contra Jó; a sua esposa estavam contra Jó; seus amigos estavam contra Jó. Ele pensou que Deus estava contra ele. Satanás estava contra ele. Mesmo assim, ele perseverou! Ele provou que um homem pode amar a Deus acima dos bens, da família e da própria vida. Jó derrubou as duas teses de Satanás.

4. Jó era um homem piedoso, justo, próspero, bom pai, sacerdote da família, preocupado com a glória de Deus. Deus dá testemunho a seu respeito. Deus o constitui seu advogado na terra. Satanás prova Jó com a permissão de Deus.
a) Jó perdeu todos os seus bens
b) Jó perdeu todos os seus filhos
c) Jó perdeu a sua saúde – (1:22) e (2:10) – mostram que Jó não pecou.
d) Jó perdeu o apoio da sua mulher
e) Jó perdeu o apoio dos seus amigos
f) Jó faz 16 vezes a pergunta: Por que?
g) Jó expressa sua queixa 34 vezes.
h) Deus faz 70 perguntas para Jó.
i) Deus restaura a sorte de Jó, dando-lhe o dobro dos bens. Por que não deu o dobro dos filhos? Porque quando os animais foram embora, eles realmente foram. Eles não tinham almas imperecíveis. Mas quando os filhos foram fisicamente, eles na verdade não foram. Eles estavam com Deus no céu. Assim, agora, Jó tem dez filhos no céu e dez filhos na terra.
j) Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus o honrou. Ele não explicou nada para Jó, mas quando Jó não conhecer os porquês de Deus, Jó pode conhecer o caráter de Deus (Jó 42:5). A maior bênção que Jó recebeu não foi saúde e riqueza, mas um conhecimento mais profundo de Deus. Isso é a própria essência da vida eterna (Jo 17:3).
k) O livro de Jó nos prova que Deus tem propósitos mais elevados no sofrimento do que apenas punir o pecado. O propósito de Deus no livro de Jó é revelar-se como o Deus cheio de bondade e misericórdia (5:11). Jó passou a conhecer o Senhor de uma forma nova e mais profunda e também bênçãos maiores. O propósito de Satanás era fazer de Jó um homem impaciente com Deus. Isto porque um homem impaciente com Deus é arma nas mãos do maligno (Abraão, Moisés, Pedro).
l) Cuidado para não fazer tolos no sofrimento (5:12).

CONCLUSÃO
Tiago deseja encorajar-nos a ser pacientes em tempos de provas. Como um agricultor devemos esperar por uma colheita espiritual, por frutos que glorifiquem a Deus. Como os profetas, devemos procurar oportunidades para testemunhar mesmo no meio do sofrimento. Como Jó devemos esperar para que o Senhor complete seu amoroso propósito em nós em nosso sofrimento, com o firme propósito de conhecer a Deus mais profundamente.
Pr. Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O contraste entre materialismo e a espiritualidade

No capítulo 16 de Lucas Jesus Cristo encerra uma série de seis parábolas (pequenas histórias que ensinam verdades espirituais). Nessa história, há um mendigo chamado Lázaro e um rico religioso. É perfeitamente concebível que o pobre homem tenha sido alguém que se encontrou com o Senhor durante suas andanças e cuja vida e morte Ele usou para fazer uma ilustração que continua atual ainda em nossos dias.

Leitura do texto: Lucas, 16:19-31.

"Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite."

Jesus relata sobre duas personalidades, Uma pessoa que representa a classe economicamente bem sucedida e o outro que representa a situação de miséria extrema. O rico naturalmente membro da burguesia, pois segundo o texto se vestia de púrpura e linho finíssimo. Uma pessoa habituada a servir banquetes e participar de orgias cotidianamente em sua própria casa. E só quem tem muito dinheiro consegue fazer esse tipo de extravagância.

A mansão do rico naturalmente tinha um muro alto, de maneira a oferecer proteção contra os visitantes indesejados; e o acesso à rua era por meio de um portão de ferro vigiado por um esquema de segurança. Era nesse portão que os amigos de Lázaro o deixavam, talvez acreditando que ele pudesse conseguir as migalhas que da mesa do rico. Aquilo que sobrava na mesa era jogado para os animais e o mendigo dividia o resto de comida com eles.

Lázaro era um homem doente, faminto e com poucas chances de sobrevivência. Seu corpo estava muito debilitado e coberto por chagas (feridas). Para piorar a situação ele dividia o espaço com os cães, esses animais também famintos lambiam as suas feridas. Deveria ser uma cena chocante. Lázaro corria o risco se ser devorado pelos animais.

Não resistindo à dor, os ferimentos, Lázaro desfalece. E segundo relato de Jesus, ele foi para o “seio de Abraão” (uma expressão hebraica que significa: Paraíso). Lázaro era um homem temente a Deus e, quando deixou as tribulações deste mundo, entrou imediatamente no reino glorioso dos redimidos.

Em seguida, Jesus afirma que o rico também morreu e que foi sepultado. Não há dúvida de que aquele homem teve um funeral pomposo, cheios de elogios. O orador deve ter exaltado suas realizações, suas contribuições com a comunidade, seus amigos de orgias devem ter lamentado a perda... O corpo daquele burguês foi colocado em um túmulo caro e bem ornamentado, perfumado. Nenhum gasto foi poupado e o funeral foi realmente magnífico. É bem provável que pessoas foram pagas para chorar. Enquanto que Lázaro talvez tenha sido enterrado em qualquer lugar como indigente.

Curiosamente o rico também era religioso, os princípios de Deus não lhe eram estranhos. Ele conhecia a verdade, porém não praticava. Tanto que ele cita “Pai Abraão” termo comum para os judeus, ele sabia da existência dos profetas. E pela descrição de Jesus, jamais deu atenção a palavra de Deus. No entanto, após a morte foi para um lugar de tormenta, e em meio às labaredas de fogo olha para o alto e ver Lázaro distante sendo consolado por Abraão, o pai da fé.

O rico conhecia bem o pobre Lázaro e tinha conhecimento da fé de Abraão. Ou seja, os dois eram “irmãos na fé judaica”. Porém, um rico e o outro pobre. A Lei de Moisés mandava que os ricos socorressem os pobres em suas necessidades. Obviamente, o rico falhara completamente na sua responsabilidade, enquanto vivia e tinha dinheiro para socorrer o necessitado.

Acostumado a vida de farras e orgias, agora tem que encarar as conseqüências dos seus atos. No abismo faltavam os amigos da farra, faltava um gole d’água que ele havia negado a um pobre; faltavam os seus subordinados para ele dar ordens. As labaredas de fogo o queimavam e não havia um gole de vodka, nem champanhe, nem vinho; nem mesmo um gole d’água daquela que saia do esgoto de sua mansão e molhava o traseiro do pobre quando este estava no seu portão. "Onde está o meu dinheiro? Onde estão os meus amigos, os meus empregados? E de repente Deus dá a ele a oportunidade de ver Lázaro do outro lado – “No seio de Abraão”.

Para o rico não nem deram a chance de primeiro ir ao Purgatório? Não, porque purgatório não existe. É um engano. O rico desceu ao inferno.

No desespero do homem em chamas, ele grita: “Pai Abraão: Tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama."

Que palavras fortes, mas assim é o relato de Jesus e Ele afirma que o inferno é um lugar de tormentos para aqueles que rejeitam a voz do Espírito Santo enquanto aqui vivem. Você pode ser um excelente religioso, contribuir para evangelização, ir à igreja, mas se negligenciar a voz do Espírito Santo e os conselhos divinos quanto ao tratamento aos órfãos, as viúvas, os pobres... Você está sujeito ao fogo do inferno.

Ninguém quer ouvir uma má notícia dessas! Creio que a forma como você ler pode até assustar e você interpretar como uma afronta ao seu credo religioso até aqui. Porém, não posso remediar, tenho que me ater à verdade do texto. Leia a resposta de Abraão ao rico: "Filho, lembre-se que você teve muitos bens na sua vida; mas Lázaro só teve males; agora, porém, aqui ele está consolado; e você, em tormentos. E além de tudo, há um grande abismo nos separando e Lázaro não pode ir até você, nem você pode vir até nós." Por que ninguém me falou isso antes? Alguém falou, mas você não deu ouvido. As orgias, as festas, a farra elas não me deixam agente ouvir e nem ver a necessidade dos outros. E Deus nos abençoa para abençoar quem precisa.

Pena que muitas pessoas só reconhecem a voz de Deus quando não há mais tempo; só ver o pobre quando ele não pode mais ajudar. Nem mesmo um apelo veemente surte efeito. Leia como clama esse homem: "Então envia Lázaro aos meus cinco irmãos, porque não quero que venham para este lugar de tormentos”. Mas como, não tem jeito meu filho! Seus irmãos têm os profetas, tem a Bíblia. E atualmente em várias traduções. E o coitado então retruca: "Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam." Uma idéia que contraria os princípios de Deus. Quem já foi não volta mais. E aqueles afirmam ter visto aparições de alguém. São demônios, que conheciam as pessoas, se transformam nelas e aparecem como se fosse tais pessoas para enganar e confundir os viventes. A palavra de Deus na sua totalidade não dá respaldo para esse tipo de crendice como afirmam algumas religiões. Também não existe na Bíblia qualquer referencia ao purgatório.

Abraão dá uma última resposta ao homem em tormenta: "Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite."

Se você não dá ouvido a voz dos homens de Deus e não acredita na Bíblia, a inspiração divina, vai acreditar em mortos? Se tais voltassem apregoar as Boas Novas você fugiria deles. Ninguém está interessado em ouvir assombração.

O personagem descrito por Jesus não foi para o inferno por ser rico, nem tão pouco por ser religioso. Ele foi para o inferno por se negar a praticar os ensinos da Escritura sagrada. A riqueza é saudável; e Deus abençoa as pessoas com riquezas para que elas socorram os necessitados. “Bem aventurado o que socorre o necessitado”. “Pobre sempre existirá em vosso meio, mas bem aventurado é aquele que estende a mão ao pobre”. Jesus disse “Sempre que deres pelo menos um copo de água a um dos pequeninos irmãos é a mim que o fazeis”.

Jesus naquele dia dirá: “Vinde benditos de meu pai para o reino que vos estar preparado desde a fundação do mundo, porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; estava nu e me vestiste; estava preso e foste me visitar”. Mas a outros dirá: “Apartai-vos de mim malditos para o fogo que preparado para o diabo e seus anjos: Porque tive fome e não me deste de comer, tiver sede e não me deste de beber, estava nu e não me vestistes, estive preso e não fostes me visitar; era forasteiro e não me acolhestes”.

Quanta gente vai se surpreender quando Jesus voltar. Queridos a fé sem obras é morta. Lamentavelmente muitos que conhecem a palavra, vão à igreja e até contribuem com a obra de Deus, mas continuam egoístas, presunçosos, avarentos... Omissos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus.

domingo, 24 de abril de 2011

Aprenda com Herodes

Amigo leitor, se você abrir sua Bíblia em Lucas, capítulo 23, versículo 8, irá encontrar um versículo muito interessante: "E Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que deseja vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava que lhe veria fazer algum sinal."

Neste versículo há um retrato da igreja hodierna.Se pudéssemos dividi-lo em duas partes, diria que na primeira aprendemos o que fazer e na segunda aquilo que irrita o coração de Deus e infelizmente é o que a maioria daqueles que professam o cristianismo fazem.

Veja bem, na 1ª parte do versículo, encontramos a informação que Herodes quando viu Jesus ficou tremendamente alegre. Por quê? O próprio versículo responde: deseja vê-lo há muito tempo. Mas por quê? Novamente o versículo responde: Porque tinha ouvido falar Dele!

O que Herodes tinha ouvido falar? Desta vez o versículo não informa, mas nós sabemos pela Bíblia, que Herodes só poderia ter ouvido as maravilhas que Jesus havia operado, deu vista aos cegos, surdos passaram a ouvir, paralíticos foram curados, mortos ressuscitaram, endemoniados foram libertos!

Assim também nós devemos ter este desejo em nosso coração. O desejo de vê-lo, desejo de tocá-lo, de amá-lo, de adorá-lo, de conhecê-lo! Como é entusiasmante saber que Ele está vivo, ainda é o mesmo, tem todo poder e glória e apesar disto ainda se preocupa conosco, se aproxima de nós! ALELUIA!

Se você não tem esta certeza, ou este desejo, em nome do Senhor Jesus, meu objetivo com este blog é provocar esa fé, este desejo em seu coração!

Agora, preste atenção na segunda parte do versículo: Herodes esperava ver Jesus fazendo algum sinal! Que decepção! Ele estava ali, ao lado do rei Herodes. O rei poderia tocá-lo, ouvi-lo...Mas Herodes não queria compromisso nem intimidade com Jesus. Absolutamente! Herodes queria se distrair, se divertir, confundiu a presença de Jesus com um simples entretenimento. Como muitos que vão as igrejas da mesma forma que vão ao cinema, ou ao circo, é tudo muito bom, divertido, diferente, alegre, animado! Que engano! Jesus não fez sinal nenhum, nem ao menos respondeu as perguntas de Herodes. Por causa disto, a Palavra de Deus diz que Herodes desprezou o Senhor! Não é o que tem acontecido? As pessoas vão ao templo com as motivações erradas, como não são satisfeitas em seus desejos egoístas e hedonistas, acabam desprezando ao Senhor!

Alguns capítulos adiantes e você encontrará o Senhor Jesus crucificado. Ao seu lado esquerdo um homem com o mesmo espírito de Herodes, olha para Jesus e pede um sinal, dizendo que quer que Ele desça da cruz e o livre também.Mas do lado direito há um pecador arrependido que repreende o infrator, olha para o Mestre e pede: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino!

Que coisa linda! LEMBRA-TE DE MIM!

Para o rei Herodes, Jesus não respondeu, mas para este arrependido, o Senhor Jesus disse: Hoje estarás comigo!

JESUS DISSE: HOJE! HOJE SUA VIDA VAI MUDAR! HOJE TUDO SERÁ DIFERENTE! HOJE! HOJE! HOJE!
VOCÊ TAMBÉM QUER VIDA NOVA HOJE?

sábado, 23 de abril de 2011

“Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância”

No decorrer de nossa vida muitas vezes buscamos caminhos onde Jesus não está. Assim vamos nos perdendo, nos cansando, nos machucando e nos frustrando por não encontrarmos Aquele que nos promete uma vida cheia de abundâncias.

Muitas vezes andamos pelos caminhos da superstição, do misticismo, do controle da mente e tantos outros. Buscamos falsas doutrinas, outros “deuses”, e nos esquecemos da Palavra de Deus que nos deixa bem claro que “ninguém vai ao Pai, senão por mim (Jesus)” (Jo 14,6). Que catástrofe é acharmos que podemos sozinhos, ou, pior, guiados por outras “forças” espirituais, decidir qual caminho trilhar na estrada de nossa vida. Quando agimos somente através da nossa própria consciência, muitas vezes enraizada em condutas mundanas, poderemos vir a conhecer caminhos de profunda tristeza, desilusão, mentira, e até mesmo entrarmos em depressão, pois o caminho certo passa pela vontade e bênção de Deus.

Quero hoje, meu(inha) irmão(a), te provocar o seguinte questionamento: a quem você tem recorrido para fazer as escolhas em sua vida?

Lembro-me de um fato ocorrido há alguns anos, quando me encontrava em uma situação desesperadora, e, naquele dia, coloquei-me diante de Jesus Eucarístico. No meu diálogo com Ele disse que precisava que me mostrasse uma saída, uma porta a qual eu pudesse recorrer e obter a solução para o meu problema. Eu já havia feito várias tentativas e todas deram errado. Todo o meu esforço foi em vão.

Junto a mim, naquele momento de oração, estava uma grande e orante amiga, que vendo a minha dor também clamava a Jesus pela solução. Oramos durante algumas horas e, antes de irmos embora, Jesus colocou no coração desta amiga que deveríamos ler a passagem bíblica de Jo 11,9, e que lá continha a solução para minha agonia. Tomamos então a Bíblia Sagrada e, obedientes, lemos a Palavra. Confesso que grande foi a nossa surpresa ao lermos o que a citação dizia. Veja você também: “Eu sou a porta, se alguém entrar por mim será salvo” (Jo 10,9). Jesus respondeu claramente à minha súplica, pois eu pedia a Ele que me mostrasse uma saída, uma porta… e Ele deixou claro que a porta era, e é, Ele; que nenhuma solução humana que eu tentasse haveria de dar certo porque eu não estava orando, não estava contando com Ele, com Sua ajuda. Eu estava agindo segundo meus impulsos. Sendo assim, não estava gozando da vida em abundância que Ele prometera à toda humanidade. Jesus deixou claro para mim que aquela situação só se resolveria, como de fato se resolveu (graças a Deus), se eu O buscasse constantemente e que a solução acertada viria das mãos dEle. E a única coisa que eu precisava fazer era simplesmente voltar meu olhar para Ele e procurar ouví-lO para discernir quais atitudes tomar.

Nunca mais me esqueci de que nada que eu venha a pensar, achar ou planejar, se não passar pela porta que é Jesus, não terá Sua bênção, pois algo planejado sem a participação de nosso Senhor e Salvador certamente tende a sofrer grandes transtornos.

É por isso meu(inha) amado(a) irmão(ã) que muitos de nós, em várias situações de nossa vida, não gozamos da vida abundante que Jesus nos prometeu; porque queremos agir sozinhos e ainda exigimos que o Senhor nos abençoe. Não se iluda mais! Tudo precisa passar pela “Porta”: nossas dores, decisões a serem tomadas, dificuldades, carências, enfermidades… tudo! Tudo mesmo precisa ser apresentado para Jesus para que possamos gozar desta vida plena prometida por Ele.

Esta vida abundante, ao contrário do que muitos pensam, não se refere a abundância de bens materiais, mas sim a abundância, a plenitude da Sua graça em nossa vida que nos suprirá em todas as nossas necessidades.

Devemos buscar ser cristão de oração diária, cristão que conhece a Bíblia, cristão que freqüenta a Eucaristia, mas não somente na Missa de sétimo dia de algum ente falecido. Devemos parar de orar somente quando estamos precisando de algum “favorzinho” de Deus. Agir como cristão consciente é escolher sempre entrar pela Porta que é Jesus. É optar por conhecer diariamente a vontade de nosso único Senhor e Salvador, e, assim, sabermos nos apropriar da vida em abundância que Ele nos prometeu (e cumpre).

Ah! E não pense que Deus não fala com você! Deus sempre fala com os seus, seja através da Bíblia, pelos fatos, por algo que você escuta de um irmão ou por uma determinada situação que você esteja vivenciando. Ele está sempre se comunicando conosco. Fique atento(a) ao que Ele tem falado para você. Silencie… escute… preste atenção… Deus quer falar com você!

Deus abençoe a você e a todos os seus familiares, e lhes conceda uma vida plena e abundante.
Áurea Cristina de Assis – Comunidade Verdade e Graça

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A mensagem do evangelho resplandece mesmo sob ameaça da litúrgica e do misticismo

Eu não sou adepto ao termo religião envolvendo o cristianismo. Há uma serie de razões, porém a principal delas é que a religião é conduzida por homens e conseqüentemente cheia de rituais e obrigações; enquanto que o cristianismo é conduzido pelo Espírito Santo e tem a Bíblia como regra de fé. No cristianismo você assume compromissos e sente-se feliz e realizado com os dons sobrenaturais de Deus. Na religião você é induzido a práticas de rituais e sacrifícios que em nada contribuem para a vida além tumulo.

A religião desvia, desvirtua, provoca cegueira espiritual, cauteriza a mente e apaga o agir do Espírito Santo na vida de seus adeptos. Contudo é muito mais fácil segui-la porque os rituais e sacrifícios são apenas externos; já o cristianismo transforma o interior da pessoa.

Reflita comigo sobre um aspecto da religião:

Deus separou a nação de Israel, a fim de torná-la povo exclusivo. E isso aconteceu temporariamente. Porém, a nação santa tornou-se um povo rebelde, ao se envolver com o paganismo da época. Um povo separado, que experimentou milagres tremendos, se envolve com o paganismo e se volta contra o Senhor Deus. A nação santa banalizou tudo que era sagrado.

Daquela surge um remanescente – Jesus Cristo, o filho de Deus. Satanás bem que tentou frustrar o plano de Deus com Abraão, Moisés e Davi; mas Jesus Cristo estabeleceu um novo conceito de religião. Com ele nasce um novo estilo de adoração a Deus: “Vem à hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. João, 4:23.

Até então, o sincretismo religioso dependia de rituais e sacrifícios. E se por ventura alguém não aceitasse o ritual ou sacrifício, era expurgado ou executado na forma Lei. Judeu se não permitisse circuncidar-se era expurgado; Para as religiões pagãs se não adorasse as imagem, não praticasse a feitiçaria e deixasse de sacrificar também era expurgado ou punido conforme decreto. Na Bíblia, bem como na história dos povos e nações do mundo antigo encontramos várias exemplos. O jovem Daniel é um deles, que ao se negar comer alimentos sacrificados aos deuses e não adorar a estátua de ouro do rei Nabucodonosor, foi lançado na fornalha de fogo com seus amigos.

No Brasil, o sincretismo religioso tornou-se um fenômeno bastante comum, especialmente na Bahia, onde as práticas africanas se adaptaram as crenças de religiões tradicionais como a Católica. E no final do século passado alguns segmentos evangélicos da atualidade, discretamente induziram algumas praticas afro-brasileira em sua liturgia. Ainda bem que toda tentativa de profanação do sagrado, Deus intervém e usa pessoas tementes a Ele para pregar e prosseguir com a verdade, mesmo sob pressão e ameaça da religião.

Com a morte de Jesus Cristo, Deus estabeleceu o seu reino na terra. Unicamente para restaurar o seu caráter na pessoa humana. Por isso Jesus declarou que veio buscar e salvar o que se havia perdido – A pessoa Humana. O objetivo é a salvação do ser humano. Isso inclui perdoar o pecado e libertar do maligno. Essa mensagem contrariou a religião judaica, mas Jesus veio para cumprir a Lei e abolir o ritualismo, e o sincretismo religioso.

Com o nascimento do cristianismo, os rituais, a liturgia sacerdotal deu lugar às reuniões simples nas sinagogas; em casas particulares; à margem dos rios. Cristãos de todas as partes eram unanimes na doutrina, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Essa época foi marcada pelo crescimento veloz do cristianismo apesar das perseguições, dos mártires, do medo e da mística. Para os cristãos “primitivos”, o culto era para compartilhar entre si as experiências com Jesus.

Nesses cultos era celebrada a Santa Ceia junto às refeições. (cada um trazia o que podia para comerem juntos); em seguida oravam sobre o pão e o vinho e depois um líder compartilhava sobre a morte e ressurreição de Cristo. Muitos criam e eram batizados. A Santa Ceia era o centro da pregação do Evangelho. A cada encontro os cristãos participavam da santa ceia para anunciar o amor de Jesus. Nesses momentos pessoas eram batizadas com o Espírito Santo e aconteciam sinais e maravilhas (curas e milagres); “E acrescentava-lhes o Senhor dia a dia os que iam sendo salvos”.

O cristianismo atual tornou-se apenas uma religião, entre outras. Novas comunidades evangélicas são criadas quase que diariamente; a liturgia iniciada no terceiro século continua. O paganismo contraído das religiões pagãs pelo clero desde o terceiro século faz parte dos rituais de algumas igrejas “evangélicas”; A Heresia veemente combatida pelo Apóstolo Paulo na igreja de Corinto, atualmente é principio doutrinário em algumas comunidades evangélicas. Os seguidores da doutrina de Balaão e da doutrina dos Nicolaítas denunciados por Jesus às igrejas da Ásia tornam alguns líderes “notáveis e respeitados”. Evangélicos querem ouvir o profeta, mas não querem sondar o espírito do profeta. Muitos pregadores exibem belas mensagens teologicamente aceitável, comovente, mas saem de coração vazios, emociona, mas não convence do pecado da justiça e do juízo.

A partir do século XIX com a ascensão dos seminários teológicos surgem os princípios da oratória e da retórica, a antiga homilética grega. A arte de pregar rechaçou a voz do Espírito Santo. Recentemente, usam-se equipamentos tecnologicamente avançados, para chamar atenção e dá vida a pregação do evangelho; e voz simpática e a aparentemente afetuosa trás uma mensagem de motivação e alento, no entanto a maneira com está sendo anunciada é UMA AMEAÇA A VERDAEIRA MENSAGEM EVANGÉLICA.

A pregação emociona, mas não transforma; os homens falam, mas a mensagem não toca os corações. Faz-se apelo para receber curas e milagres; bênçãos materiais e as pessoas estão gritando por misericórdia do Senhor. Mesmo sem entender elas clamam por salvação e a igreja lhes oferece benção material. Os homens de Deus não querem se colocar na brecha a favor dos perdidos, mas aproveitam as brechas para enganar as pessoas e profanar o evangelho. Alertar o pecador sobre o inferno espanta, deprime. Deus é misericordioso, mas é justo. Alguns podem orar e jejuar para conquistar uma benção financeira, um casamento feliz, uma graça. “Eu não aceito meu filho ou minha filha na droga”. Mas não anunciar a salvação com amor. Para muitos “homens de Deus”, é muito mais fácil e prático recorrer à internet ou a um livro de um pregador de renome para pregar uma boa mensagem, com certa eloqüência, admirável, digna de aplausos do que passar horas meditando na palavra de Deus, ouvindo a voz do Espírito Santo para transmitir o recado de Deus ao rebanho.

Graças a Deus que apesar do joio no meio do trigo, apesar do ritual pagão no seio da igreja cristã, apesar da liturgia enriquecida de show, de exibição; a verdadeira mensagem do evangelho resplandece... Aleluia! E o Senhor Deus, tem levantado muitos homens e mulheres e até crianças como atalaias no mundo. Pessoas comprometidas do evangelho genuíno.

Satanás, sagazmente tem conseguido invadir as igrejas com a irreverência, a deturpação da verdade; a maledicência, introduzindo abusos nos cultos cristãos; criando partidos, divisões, problemas morais, eclesiásticos e doutrinários.

Deus tem despertado um povo para levantar o estandarte da salvação e permanecer na doutrina. Homens e mulheres ousados, corajosos e destemidos. Você poderá ser deles. Onde você estiver com quem você estiver, levante-se como atalaia da mensagem salvadora. Não vamos nos esconder atrás de títulos, nem aceitar a heresia, ou concordar com banalização da palavra de Deus. Façamos a diferença. O Senhor breve virá!

Deus nos abençoe nesta árdua tarefa.


terça-feira, 19 de abril de 2011

O Jejum: entre o extremismo e o exibicionismo

Há pessoas extremistas quanto a observação do jejum, não praticam e ainda debocham dos que jejuam; outras, à semelhança dos fariseus, tocam trombeta quando jejuam. Jesus condena o exibicionismo dos fariseus para impressionar as pessoas e mostrar que eram mais espirituais do que os outros. Creio que devemos proceder conforme a recomendação de Jesus em Mateus 6:16-18.

Essa semana, denominada pelo catolicismo de “Semana Santa” tomei como propósito abordar temas específicos referentes a rituais normalmente praticados neste período pelos cristãos. Desta feita abordarei sobre o JEJUM.

O jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos por um período definido e propósito específico. Tem sido praticado por quase todas as religiões em todas as nações e em todas as épocas. Podendo ser praticado com finalidade espiritual e/ou medicinal, visto que o jejum traz tremendos benefícios físicos com a desintoxicação que produz no corpo. Porém vamos nos ater ao jejum bíblico.

Muitos cristãos hoje desconhecem o que a Bíblia diz acerca do jejum. Ou receberam um ensino distorcido ou não receberam ensinamento algum sobre este assunto. Creio que a Igreja de hoje vive dividida entre dois extremos: aqueles que não dão valor ao jejum e aqueles que se excedem em sua ênfase sobre ele. Creio que Deus quer despertar-nos para a compreensão e prática deste princípio que, sem dúvida, é uma arma poderosa para todo cristão.

Não há regras fixas na Bíblia sobre quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar, isto é algo pessoal. Mas a prática do jejum, além de ser recomendação bíblica, traz consigo alguns princípios que devem ser entendidos e seguidos.

I - A BÍBLIA ORDENA O JEJUM ?

Não. No Velho Testamento, na lei de Moisés, os judeus tinham um único dia de jejum instituído: O do Dia da Expiação (Lv.23:27), “Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor. Nesse dia não fareis trabalho algum; porque é o dia da expiação, para nele fazer-se expiação por vós perante o Senhor vosso Deus”. Ou seja, um dia de consagração para o povo hebreu.

Esse dia ficou conhecido como: “O dia do jejum" “Entra pois tu e, pelo rolo que escreveste enquanto eu ditava, lê as palavras do Senhor aos ouvidos do povo, na casa do Senhor, no dia de jejum; e também as lerás aos ouvidos de todo o Judá que vem das suas cidades”. Jeremias,.36:6.

Paulo menciona-o apenas como "o jejum" (At.27:9). Mas tanto no Velho quanto no Novo Testamento não há uma única ordem o Jejum. Tanto é que os discípulos de João Batista indagaram a Jesus porque seus discípulos não jejuavam. Mateus, 9:14-15: “Então vieram ter com ele os discípulos de João, perguntando: Por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam?” E a resposta do Mestre foi a seguinte: “Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo, e então hão de jejuar”. O jejum é algo muito pessoal.

No entanto Jesus esperava que jejuássemos e recomendou: "Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." (Mt.6:16-18).

Embora Jesus não estivesse mandando jejuar, Ele aguardava que seus seguidores jejuassem. Ele os instruiu até na motivação correta que se deve ter ao jejuar. E quando disse que o Pai recompensaria a atitude correta do jejum, mostrou que tal prática produz resultados.

O próprio Jesus praticou o jejum, Os líderes da Igreja também jejuavam. Registros históricos dos pais da igreja também revelam que o jejum continuou sendo observado como prática dos cristãos muito tempo depois dos apóstolos. O jejum, é parte de nossas vidas e praticado de forma equilibrada, dentro do ensino bíblico, fortalece o cristão, como você vai ler a seguir

Mesmo que o Senhor Jesus tenha jejuado por quarenta dias e quarenta noites no deserto e em outras ocasiões, devemos reconhecer que Ele e seus discípulos não observavam o jejum dos judeus de seus dias (exceto o do dia da Expiação). Era costume dos fariseus jejuar dois dias por semana (Lc.18:12); mas Jesus e seus discípulos não o faziam. Por isso, os discípulos de João Batista questionaram Jesus acerca do jejum.

O Mestre mostrou que não era contra o jejum, e afirmou de sua ascensão para o céu, os discípulos haveriam de jejuar. Jesus não se referiu ao jejum somente para os dias entre sua morte e ressurreição. Contudo, ele deixou bem claro que a observação do jejum conforme a prática judaica, não era do agrada de Deus. A motivação estava errada, as pessoas jejuavam para provar sua religiosidade e espiritualidade, e por isso faziam em praça pública, saiam anunciando pelas ruas que estavam jejuando. Ou seja, davam publicidade a algo muito pessoal. Jesus ensinou que o jejum deve ser feito sem alarde.

O jejum pode ser uma prática vazia se não for feito de maneira correta. Isto aconteceu com o povo no Antigo Testamento, quando eles começaram a indagar: "Por que jejuamos nós, e não atentas para isto? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta?" (Is.58:3a). A impressão que dá é que devido a observação do jejum, Deus deveria ouvi-los e atendê-los conforme desejavam. Mas Deus respondeu que eles estavam jejuando de maneira errada, tentando impressionar Deus e contendendo com as pessoas: "Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e para rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto." (Is.58:3b,4).

De acordo com o texto se o jejum fosse observado de forma correta, Deus ouviria o clamor do povo.

II - O PROPÓSITO DO JEJUM

O escritor Kenneth Hagin comenta acerca do jejum: "O jejum não muda Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais suscetível ao Espírito de Deus". O jejum não tornará Deus mais bondoso ou misericordioso para conosco, ele está sempre atento as nossas necessidades e pronto a romper com as nossas barreiras e limitações da carne. Porém, ao jejuarmos nós nos aproximamos de Deus; e o jejum deixará nosso espírito atento, pois mortifica a nossa carne (desejos) e aflige nossa alma.

Jesus deixou-nos um ensino precioso acerca disto quando falava sobre o jejum: "Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos." (Mc.2:22).

O odre era um recipiente feito com couro de animais, devidamente preparado, no entanto com o passar do tempo o couro envelhecia e ressecava. O vinho era o suco extraído da uva que fermentava naturalmente dentro do odre. E quando se fazia o vinho novo, era sábio colocá-lo no odre (recipiente de couro) que não arrebentasse na hora em que o vinho estivesse fermentando. O melhor recipiente era o odre novo.

Com essa ilustração Jesus ensinou que o vinho novo que Ele traria (o Espírito Santo) deveria ser colocado em odres novos, e o odre aqui representa o nosso corpo. A Bíblia está dizendo com isto que o jejum tem o poder de "renovar" nosso corpo. A Escritura ensina que a carne milita contra o espírito, e a melhor maneira de receber o vinho, o Espírito, é dentro de um processo de mortificação da carne.

Algo interessante é que os judeus costumavam restaurar os odres velhos. Para restaurá-los, eles mergulhavam o odre velho numa vasilha com água e depois deixavam um tempo levavam ao fogo até amolecer. Em seguida aplicavam óleo de oliva até que o odre tinha maleabilidade. Ou seja, até que ele estava pronto para ceder a pressão do vinho novo sem estourar.

Muitos cristãos, resistentes a observação das boas práticas bíblicas, se permitirem ser levados ao fogo do Espírito Santo, brevemente estarão orando fervorosamente e jejuando para se fortalecer no Senhor. Glória a Deus! Eu passei por essa experiência e hoje sou feliz.

Estou bem certo que principal propósito do jejum é mortificar a carne, e com certeza nos fará mais sensíveis ao agir do Espírito Santo. Há outros benefícios que decorrem dessa maravilhosa experiência, mas mortificar a carne é a essência do jejum. Por isso, normalmente eu aconselho as pessoas que tomam o propósito de jejuar, mesmo em horário de trabalho ou alguma atividade, abstenha-se de programas de televisão, de má conversação e de tudo aquilo que nos impede a comunhão com Deus. Jejum é tempo de consagração. Vamos aproveitar para orar, ler a Bíblia, ouvir músicas de consagração...

A resposta às orações flui melhor quando jejuamos porque através desta prática estamos liberando nosso espírito na disputada batalha contra a carne, e por isso algumas coisas acontecem no mundo espiritual.

Por exemplo, a fé é do espírito e não da carne; ao jejuar estamos removendo o entulho da carne e liberando nossa fé para se expressara Deus. Quando Jesus disse aos discípulos que não puderam expulsar um demônio por falta de jejum (Mt.17:21), ele não limitou o problema, mas alertou sobre a falta de fé, (Mt.17:19,20) Segundo o Mestre o fator decisivo do fracasso dos discípulos foi a falta de fé. E acrescentou: “... esta casta de demônios não se expulsa senão à força de oração e de jejum”. O jejum ajuda a liberar a fé! O que nos dá vitória sobre o inimigo é o sacrifício de Jesus na cruz e a autoridade delegada em seu nome. O jejum em si não nos faz vencer, mas libera a fé para o combate e nos fortalece na missão delegada por Jesus.

Apesar do propósito central do jejum ser a mortificação da nossa carne, leiamos alguns exemplos bíblicos motivados pela observação do Jejum.

Propósitos do Jejum no Antigo Testamento:

1. Consagração – O voto do nazireado envolvia a abstinência/jejum de determinados tipos de alimentos (Nm.6:3,4);

2. Arrependimento de pecados – Samuel e o povo jejuando em Mispa, como sinal de arrependimento de seus pecados (I Sm.7:6, Ne.9:11);

3. Luto – Davi jejua em expressão de dor pela morte de Saul e Jônatas, e depois pela morte de Abner. (II Sm.1:12 e 3:35);

4. Aflições – Davi jejua em favor da criança que nascera de Bate-Seba, que estava doente, à morte (II Sm.12:16-23); Josafá apregoou um jejum em todo Judá quando estava sob o risco de ser vencido pelos moabitas e amonitas (II Cr.20:3);

5. Busca de Proteção – Esdras proclamou jejum junto ao rio Ava, pedindo a proteção e benção de Deus sobre sua viagem (Ed.8:21-23); Ester pede que seu povo jejue por ela, para proteção no seu encontro com o rei (Et.4:16);
6. Na enfermidade – Davi jejuava e orava por outros que estavam enfermos (Sl.35:13);
7. Intercessão – Daniel orando por Jerusalém e seu povo (Dn.9:3, 10:2,3)

Jejum no Novo Testamento

1. Na preparação para a Batalha Espiritual – Jesus alertou que determinadas castas só sairão com oração e jejum, pois trazem maior revestimento e autoridade (Mt.17:21);
2. Estar com o Senhor – Ana não saía do templo, orando e jejuando freqüentemente (Lc.2:37);
3. Prepara para o Ministério – Jesus só começou seu ministério depois de ter sido cheio do Espírito Santo e se preparado em jejum no deserto Mateus, 4:1-11.
A Igreja primitiva praticava o jejum em diversas situações:

1. Ministrar ao Senhor – Os líderes da igreja em Antioquia jejuando apenas para adorar ao Senhor (At.13:2);

2. Enviar missionários ou escolher alguém para a obra – Na hora de impor as mãos e enviar pessoas comissionadas (At.13:3);

3. Consagrar presbíteros – Além de impor as mãos com jejum sobre os enviados, o faziam também sobre os que recebiam autoridade de governo na igreja local, o que revela que o jejum era um princípio praticado nas ordenações de ministros (At.14:23).

III - DIFERENTES FORMAS DE JEJUM

1. Jejum PARCIAL. Normalmente o jejum parcial é praticado em períodos maiores ou quando a pessoa não tem condições de se abster totalmente do alimento (por causa do trabalho, por exemplo). Lemos sobre esta forma de jejum no livro de Daniel: "Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram em minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que se passaram as três semanas." (Dn.10:2,3).

O profeta absteve-se de carne e alimentou-se apenas de legumes e evitou a bebida alcoólica. A Bíblia registra que Daniel muito aflito dedicou-se à oração e jejum por três semanas. Ao fim deste período, um anjo do Senhor veio a ele e lhe trouxe uma revelação tremenda. Declarou-lhe que desde o primeiro dia de oração o profeta fora ouvido. Daniel:10:12.

2. Jejum NORMAL. É a abstinência de alimentos, com ingestão de água. Foi a forma que nosso Senhor adotou ao jejuar no deserto. "Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome." (Mt.4:2.)

3. Jejum TOTAL. É abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos poucas menções de ter alguém jejuado sem água, e isto dentro de um limite: no máximo três dias. A água não é alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem normalmente e as toxinas não se acumulem no organismo. Leia exemplos bíblicos. Ester, 4:16 (Quando o povo hebreu estava condenado à morte); e Atos, 9:9. Quando Paulo foi impactado pela revelação divina.

IV - A DURAÇÃO DO JEJUM

Quanto tempo deve durar um jejum? A Bíblia não determina regras, portanto cada um é livre para escolher quando, como e quanto jejuar.

Porém, a experiência nos revela que haverá períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair para jejuar. Em outros momentos jejuaremos porque sentiremos necessidade de estar mais próximo de Deus; existe ocasiões que precisamos de revestimento de poder para vencermos uma batalhar de caráter pessoal; ou mesmo quando enfrentamos uma aflição ou enfermidade.
Pr. Lucioano Sabirá e Pr. Lúcio Freire textos biblicos: http://www.bibliaonline.com/

domingo, 17 de abril de 2011

Igreja a gosto do freguês

O movimento chamado "igreja ao gosto do freguês" está invadindo muitas denominações evangélicas, propondo evangelizar através da aplicação das últimas técnicas de marketing. Tipicamente, ele começa pesquisando os não-crentes (que um dos seus líderes chama de "desigrejados" ou "João e Maria desigrejados"). A pesquisa questiona os que não freqüentam quaisquer igrejas sobre o tipo de atração que os motivaria a assistir às reuniões. Os resultados do questionário mostram as mudanças que poderiam ser feitas nos cultos e em outros programas para atrair os "desigrejados", mantê-los na igreja e ganhá-los para Cristo. Os que desenvolvem esse método garantem o crescimento das igrejas que seguirem cuidadosamente suas diretrizes aprovadas. Praticamente falando, dá certo!

Duas igrejas são consideradas modelos desse movimento: Willow Creek Community Church (perto de Chicago), pastoreada por Bill Hybels, e Saddleback Valley Church (ao sul de Los Angeles) pastoreada por Rick Warren. Sua influência é inacreditável. Willow Creek formou sua própria associação de igrejas, com 9.500 igrejas-membros. Em 2003, 100.000 líderes de igrejas assistiram no mínimo a uma conferência para líderes realizada por Willow Creek. Acima de 250.000 pastores e líderes de mais de 125 países participaram do seminário de Rick Warren ("Uma Igreja com Propósitos"). Mais de 60 mil pastores recebem seu boletim semanal.

Visitamos Willow Creek há algum tempo. Pareceu-nos que essa igreja não poupa despesas em sua missão de atrair as massas. Depois de passar por cisnes deslizando sobre um lago cristalino, vê-se o que poderia ser confundido com a sede de uma corporação ou um shopping center de alto padrão. Ao lado do templo existe uma grande livraria e uma enorme área de alimentação completa, que oferece cinco cardápios diferentes. Uma tela panorâmica permite aos que não conseguiram lugar no santuário ou que estão na praça de alimentação assistirem aos cultos. O templo é espaçoso e moderno, equipado com três grandes telões e os mais modernos sistemas de som e iluminação para a apresentação de peças de teatro e musicais.

Sem dúvida, Willow Creek é imponente, mas não é a única mega igreja que tem como alvo alcançar os perdidos através dos mais variados métodos. Mega igrejas através dos EUA adicionam salas de boliche, quadras de basquete, salões de ginástica e sauna, espaços para guardar equipamentos, auditórios para concertos e produções teatrais, franquias do McDonalds, tudo para o progresso do Evangelho. Pelo menos é o que dizem. Ainda que algumas igrejas estejam lotadas, sua freqüência não é o único elemento que avaliamos ao analisar essa última moda de "fazer igreja".

O alvo declarado dessas igrejas é alcançar os perdidos, o que é bíblico e digno de louvor. Mas o mesmo não pode ser dito quanto aos métodos usados para alcançar esse alvo. Vamos começar pelo marketing como uma tática para alcançar os perdidos. Fundamentalmente, marketing traça o perfil dos consumidores, descobre suas necessidades e projeta o produto (ou imagem a ser vendida) de tal forma que venha ao encontro dos desejos do consumidor. O resultado esperado é que o consumidor compre o produto. George Barna, a quem a revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) chama de "o guru do crescimento da igreja", diz que tais métodos são essenciais para a igreja de nossa sociedade consumista. Líderes evangélicos do movimento de crescimento da igreja reforçam a idéia de que o método de marketing pode ser aplicado – e eles o têm aplicado – sem comprometer o Evangelho. Será?

Em primeiro lugar o Evangelho, e mais significativamente a pessoa de Jesus Cristo, não cabem em nenhuma estratégia de mercado. Não são produtos a serem vendidos. Não podem ser modificados ou adaptados para satisfazer as necessidades de nossa sociedade consumista. Qualquer tentativa nessa direção compromete de algum modo a verdade sobre quem é Cristo e do que Ele fez por nós. Por exemplo, se os perdidos são considerados consumidores, e um mandamento básico de marketing diz que o freguês sempre tem razão, então qualquer coisa que ofenda os perdidos deve ser deixada de lado, modificada ou apresentada como sem importância. A Escritura nos diz claramente que a mensagem da cruz é "loucura para os que se perdem" e que Cristo é uma "pedra de tropeço e rocha de ofensa" (1 Co 1.18 e 1 Pe 2.8).

Algumas igrejas voltadas ao consumidor procuram evitar esse aspecto negativo do Evangelho de Cristo enfatizando os benefícios temporais de ser cristão e colocando a pessoa do consumidor como seu principal ponto de interesse. Mesmo que essa abordagem apele para a nossa geração acostumada à gratificação imediata, ela não é o Evangelho verdadeiro nem o alvo de vida do crente em Cristo.

Em segundo lugar, se você quiser atrair os perdidos oferecendo o que possa interessá-los, na maior parte do tempo estará apelando para seu lado carnal. Querendo ou não, esse parece ser o modus operandi dessas igrejas. Elas copiam o que é popular em nossa cultura – músicas das paradas de sucesso, produções teatrais, apresentações estimulantes de multimídia e mensagens positivas que não ultrapassam os trinta minutos. Essas mensagens freqüentemente são tópicas, terapêuticas, com ênfase na realização pessoal, salientando o que o Senhor pode oferecer, o que a pessoa necessita – e ajudando-a na solução de seus problemas.

Essas questões podem não importar a um número cada vez maior de pastores evangélicos, mas, ironicamente, estão se tornando evidentes para alguns observadores seculares. Em seu livro The Little Church Went to Market (A Igrejinha foi ao Mercado), o pastor Gary Gilley observa que o periódico de marketing American Demographics reconhece que as pessoas estão:

...procurando espiritualidade, não a religião. Por trás dessa mudança está a procura por uma fé experimental, uma religião do coração, não da cabeça. É uma expressão de religiosidade que não dá valor à doutrina, ao dogma, e faz experiências diretamente com a divindade, seja esta chamada "Espírito Santo" ou "Consciência Cósmica" ou o "Verdadeiro Eu". É pragmática e individual, mais centrada em redução de stress do que em salvação, mais terapêutica do que teológica. Fala sobre sentir-se bem, não sobre ser bom. É centrada no corpo e na alma e não no espírito. Alguns gurus do marketing começaram a chamar esse movimento de "indústria da experiência" (pp. 20-21).

Existe outro item que muitos pastores parecem estar deixando de considerar em seu entusiasmo de promover o crescimento da igreja atraindo os não-salvos. Mesmo que os números pareçam falar mais alto nessas "igrejas ao gosto do freguês" (um número surpreendente de igrejas nos EUA (841) alcançaram a categoria de megaigreja, com 2.000 a 25.000 pessoas presentes nos finais de semana), poucos perceberam que o aumento no número de membros não se deve a um grande número de "desigrejados" juntando-se à igreja.

Durante os últimos 70 anos, a percentagem da população dos EUA que vai à igreja tem sido relativamente constante (mais ou menos 43%). Houve um crescimento, chegando a 49% em 1991 (no tempo do surgimento dessa nova modalidade de igreja), mas tal crescimento diminuiu gradualmente, retornando a 42% em 2002 (www.barna.org). De onde, então, essas megaigrejas, que têm se esforçado para acomodar pessoas que nunca se interessaram pelo Evangelho, conseguem seus membros? Na maior parte, de igrejas menores que não estão interessadas ou não têm condições financeiras de propiciar tais atrações mundanas. O que dizer das multidões de "desigrejados" que supostamente se chegaram a essas igrejas? Essas pessoas constituem uma parcela muito pequena das congregações. G.A. Pritchard estudou Willow Creek por um ano e escreveu um livro intitulado Willow Creek Seeker Services (Baker Book House, 1996). Nesse livro ele estima que os "desigrejados", que seriam o público-alvo, constituem somente 10 ou 15% dos 16.000 membros que freqüentam os cultos de Willow Creek.

Se essa percentagem é típica entre igrejas "ao gosto do freguês", o que provavelmente é o caso, então a situação é bastante perturbadora. Milhares de igrejas nos EUA e em outros países se reestruturaram completamente, transformando-se em centros de atração para "desigrejados". Isso, aliás, não é bíblico. A igreja é para a maturidade e crescimento dos santos, que saem pelo mundo para alcançar os perdidos. Contudo, essas igrejas voltaram-se para o entretenimento e a conveniência na tentativa de atrair "João e Maria", fazendo-os sentirem-se confortáveis no ambiente da igreja. Para que eles continuem freqüentando a "igreja ao gosto do freguês", evita-se o ensino profundo das Escrituras em favor de mensagens positivas, destinadas a fazer as pessoas sentirem-se bem consigo mesmas. À medida que "João e Maria" continuarem freqüentando a igreja, irão assimilar apenas uma vaga alusão ao ensino bíblico que poderá trazer convicção de pecado e verdadeiro arrependimento. O que é ainda pior, os novos membros recebem uma visão psicologizada de si mesmos que deprecia essas verdades. Contudo, por pior que seja a situação, o problema não termina por aí.

A maior parte dos que freqüentam as "igrejas ao gosto do freguês" professam ser cristãos. No entanto, eles foram atraídos a essas igrejas pelas mesmas coisas que atraíram os não-crentes, e continuam sendo alimentados pela mesma dieta biblicamente anêmica, inicialmente elaborada para não-cristãos. Na melhor das hipóteses, eles recebem leite aguado; na pior das hipóteses, "alimento" contaminado com "falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam" (2 Tm 6.20). Certamente uma igreja pode crescer numericamente seguindo esses moldes, mas não espiritualmente.

Além do mais, não há oportunidades para os crentes crescerem na fé e tornarem-se maduros em tal ambiente. Tentando defender a "igreja ao gosto do freguês", alguns têm argumentado que os cultos durante a semana são separados para discipulado e para o estudo profundo das Escrituras. Se esse é o caso, trata-se de uma rara exceção e não da regra!

Como já notamos, a maioria dessas igrejas, no uso do seu tempo, energia e finanças tem como alvo acomodar os "desigrejados". Conseqüentemente, semana após semana, o total da congregação recebe uma mensagem diluída e requentada. Então, na quarta-feira, quando a congregação usualmente se reduz a um quarto ou a um terço do tamanho normal, será que esse pequeno grupo recebe alimentação sólida da Palavra de Deus, ensino expositivo e uma ênfase na sã doutrina? Dificilmente. Nunca encontramos uma "igreja ao gosto do freguês" onde isso acontecesse. As "refeições espirituais" oferecidas nos cultos durante a semana geralmente são reuniões de grupos e aulas visando o discernimento dos dons espirituais, ou o estudo de um "best-seller" psico-cristão, ao invés do estudo da Bíblia.

Talvez o aspecto mais negativo dessas igrejas seja sua tentativa de impressionar os "desigrejados" ao mencionar especialistas considerados autoridades em resolver todos os problemas mentais, emocionais e comportamentais das pessoas: psicólogos e psicanalistas. Nada na história da Igreja tem diminuído tanto a verdade da suficiência da Palavra de Deus no tocante a "todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pe 1.3) como a introdução da pseudociência da psicoterapia no meio cristão. Seus milhares de conceitos e centenas de metodologias não-comprovados são contraditórios e não científicos, totalmente não-bíblicos, como já documentamos em nossos livros e artigos anteriores. Pritchard observa:

...em Willow Creek, Hybels não somente ensina princípios psicológicos, mas freqüentemente usa esses mesmos princípios como guias interpretativos para sua exegese das Escrituras – o rei Davi teve uma crise de identidade, o apóstolo Paulo encorajou Timóteo a fazer análise e Pedro teve problemas em estabelecer seus limites. O ponto crítico é que princípios psicológicos são constantemente adicionados ao ensino de Hybels" (p. 156).

Durante minha visita a Willow Creek, o pastor Hybels trouxe uma mensagem que começou com as Escrituras e se referia aos problemas que surgem quando as pessoas mentem. Contudo, ele se apoiou no psiquiatra M. Scott Peck, o autor de The Road Less Travelled (Simon & Schuster, 1978) quanto às conseqüências desastrosas da mentira. Nesse livro, M. Scott Peck declara (pp. 269-70): "Deus quer que nos tornemos como Ele mesmo (ou Ela mesma)"!

A Saddleback Community Church está igualmente envolvida com a psicoterapia. Apesar de se dizer cristocêntrica e não centrada na psicologia, essa igreja tem um dos maiores números de centros dos Alcoólicos Anônimos e patrocina mais de uma dúzia de grupos de ajuda como "Filhos Adultos Co-Dependentes de Viciados em Drogas", "Mulheres Co-Viciadas Casadas com Homens Compulsivos Sexuais ou com Desordens de Alimentação" e daí por diante. Cada grupo é normalmente liderado por alguém "em recuperação" e os autores dos livros usados incluem psicólogos e psiquiatras (www.celebraterecovery.com). Apesar de negar o uso de psicologia popular, muito dela permeia o trabalho de Rick Warren, incluindo seu best-seller The Purpose Driven Life (A Vida Com Propósito), que já rendeu sete milhões de dólares. Em sua maior parte, o livro fala de satisfação pessoal, promove a celebração da recuperação e está cheio de psicoreferências tais como "Sansão era dependente".

A mensagem principal vinda das igrejas psicologicamente motivadas de Willow Creek e Saddleback é a de que a Palavra de Deus e o poder do Espírito Santo são insuficientes para livrar uma pessoa de um pecado habitual e para transformá-la em alguém cuja vida seja cheia de fruto e agradável a Deus. Entretanto, o que essas igrejas dizem e fazem tem sido exportado para centenas de milhares de igrejas ao redor do mundo.

Grande parte da igreja evangélica desenvolveu uma mentalidade de viagem de recreio em um cruzeiro cheio de atrações, mas isso vai resultar num "Titanic espiritual". Os pastores de "igrejas ao gosto do freguês" (e aqueles que estão desejando viajar ao lado deles) precisam cair de joelhos e ler as palavras de Jesus aos membros da igreja de Laodicéia (Ap 3.14-21). Eles eram "ricos e abastados" e, no entanto, deixaram de reconhecer que aos olhos de Deus eram "infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus". Jesus, fora da porta dessas igrejas, onde O colocaram desapercebidamente, oferece Seu conselho, a verdade da Sua Palavra, o único meio que pode fazer com que suas vidas sejam vividas conforme Sua vontade. Não pode existir nada melhor aqui na terra e na Eternidade! (TBC - http://www.chamada.com.br/)