Aproxima-se a semana santa, tradicionalmente nesse período as igrejas cristãs relembram e celebram alguns acontecimentos de Jesus, o Mestre do Cristianismo. Nesse período quero refletir com você quatro desses acontecimentos. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o jejum, a santa ceia e a ressurreição.
Neste primeiro momento quero refletir sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Tenho observado que a maioria dos líderes cristãos abordam esse tema enfatizando o “Rei Jesus”. O que é perfeitamente correto. Porém, preciso apresentar não uma novidade, mas o comportamento do povo depois da entrada triunfal.
O texto de Mateus, 21:1-9:
“Quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei- mos”. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa deles; e logo os enviará.
Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.
Indo, pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.
E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”
É importante que você entenda que havia no povo judeu uma grande expectativa. O Messias (ungido) anunciado pelos profetas estava próximo de vir. Eles esperavam que ele fosse um príncipe de governo terreno, capaz de guerrear contra os Romanos e restaurar a nacionalidade do povo Judeu. Embora não crendo em Jesus, muitos esperavam que Ele pudesse ser um grande libertador. Os judeus aguardavam ansiosos pelo Messias que iria levantar o estandarte da rebelião e liderar o povo contra seus opressores. Ao ver os poderosos feitos de Cristo, imaginaram que Ele podia restaurar a Israel, dominar uma rebelião contra as hostes de Roma e livrar os judeus.
Na verdade, Jesus desapontou a multidão. As pessoas não entenderam a sua missão. O Messias foi declarado “rei” pela multidão, mas chega ao templo e escorraça os religiosos. Porque eles faziam do templo uma feira livre, onde as pessoas faziam o que queriam e comercializavam de tudo. Mas “Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido”.
As pessoas comuns jamais vão entender as verdades espirituais. Isso é “loucura”.
O Senhor Jesus operou muitos milagres. E naqueles dias tinha ressuscitado Lázaro da morte após quatro dias na sepultura. “Este era um milagre tão inesperado e tão espantoso, que se tornou o assunto da cidade. Multidões foram de Jerusalém a Betânia para ver Lázaro”. O milagre fora presenciado por uma multidão de testemunhas. Para aquela multidão Jesus devia ser o Messias. E o povo entendeu que aquele era o momento de declará-lo “Rei”. E naturalmente, como rei iria se levantar contra Roma. Não era essa a pretensão do Mestre, mas prevaleceu o entusiasmo da multidão. A multidão é assim mesmo, quando quer levanta, apóia, mas em seguida manda crucificar.
Entusiasmada a multidão espalha os ramos (galhos) no caminho e clamavam "Hosana" (Glória a Deus). Para a multidão Deus havia mandado o libertador dos judeus, que com certeza iria livrá-los do jugo romano. Tão logo passa a festa vem à decepção. Quando a multidão descobriu que Cristo, o ungido de Deus veio para libertá-los do pecado, da desobediência, da maldade. Sentem-se traídos, enganados e vem à revolta.
Que povo é este?
Revoltados, tomados pelo ódio: "Crucifica-o! Crucifica-o!". Um clamor se levanta tão alto quanto "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor." A multidão está decepcionada com os propósitos de Deus. A multidão a equivocou-se. Eles queriam liberdade do sistema de governo romano, eles não queriam cumprir com suas obrigações como cidadãos, eles queriam liberdade para fazer o que vinha à mente. Há dois mil anos a multidão queria o que a sociedade tem atualmente... O direito de satisfazer os próprios desejos e loucuras sem dá satisfação a ninguém. As multidões não aceitam regras e querem abolir os princípios de conduta moral, princípios estabelecidos por Deus. Por isso que as multidões jamais vão entender os propósitos de Deus. E ao mesmo tempo em que gritam “Aleluia! Glória a Deus!”; clamam: “Crucifica-O! Crucifica-O!”. Assim segue as multidões. Admiram os milagres, crêem neles, acham Jesus o máximo, capaz de ressuscitar mortos, pode até ser o ungido de Deus, mas não aceito reinar na minha vida, fazer-me mudar meu caráter, abolir meus desejos e sonhos pessoais para fazer a sua vontade. Posso lançar os ramos, algumas vestes, mas não aceito abrir meu coração para Ele entrar e me transformar das minhas maldades. Assim segue as multidões.
Quantos estão enganados com os propósitos de Jesus. As igrejas ditas cristãs, induzem o povo ao erro. Esse sempre foi o objetivo do inimigo, cegar as pessoas, fazê-las desviar dos caminhos e propósitos de Deus. As pessoas ao invés de reverenciar o Ungido de Deus único capaz de perdoar pecados, único poderoso para libertar das hostes celestiais da maldade e o único que pode conduzir á vida eterna.
As multidões, ensinadas por mestres segundo os seus ritos e liturgias estão desvirtuando a verdadeira pregação do evangelho com uso de “ramos abençoados” “azeite de Israel” e outros objetos afins. Contudo se negam a pregar o verdadeiro evangelho porque temem espantar o povo. Muitos podem até crer em milagres, contudo não querem submeter-se ao reinado do Messias, que através do Espírito Santo quer transformar nossa vida, nosso caráter e preparar-nos para reinar no céu com Jesus. Lá sim, é o lugar nosso lutar eterno. Não se deixe enganar. A verdade está sua porta. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Amém.
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