quinta-feira, 28 de março de 2013

Dízimo, uma prática bíblica a ser observada


Há uma enxurrada de comentários tendenciosos e distorcidos circulando as redes sociais, em nossos dias, atacando a doutrina dos dízimos. Acusam os pastores que ensinam essa doutrina de infiéis e aproveitadores. Acusam as igrejas que recebem os dízimos de explorar o povo. Outros, jeitosamente, tentam descaracterizar o dízimo, afirmando que essa prática não tem amparo no Novo Testamento. Tentam limitar o dízimo apenas ao Velho Testamento, afirmando que ele é da lei e não vigente no tempo da graça.

Não subscrevemos os muitos desvios de igrejas que, laboram em erro, ao criarem mecanismos místicos, sincréticos e inescrupulosos para arrecadar dinheiro, vendendo água fluidificada, rosa ungida, toalha suada e até tijolo espiritual. Essas práticas são pagãs e nada tem a ver com ensino bíblico da mordomia dos bens. O fato, porém, de existir desvio de uns, não significa que devemos afrouxar as mãos, no sentido de ensinar tudo quanto a Bíblia fala sobre dízimos e ofertas. Destaco, aqui, alguns pontos para nossa reflexão.

Em primeiro lugar, a prática do dízimo antecede à lei. Aqueles que se recusam ser dizimistas pelo fato de o dízimo ser apenas da lei estão rotundamente equivocados. O dízimo é um princípio espiritual presente entre o povo de Deus desde os tempos mais remotos. Abraão pagou o dízimo a Malquizedeque (Gn 14.20) e Jacó prometeu pagar o dízimo ao Senhor (Gn 28.22), muito antes da lei ser instituída.

Em segundo lugar, a prática do dízimo foi sancionada na lei. O princípio que governava o povo de Deus antes da lei, foi ratificado na lei. Agora, há um preceito claro e uma ordem específica para se trazer todos os dízimos ao Senhor (Lv 27.32). Não entregar o dízimo é transgredir a lei, e a transgressão da lei constitui-se em pecado (1Jo 3.4).

Em terceiro lugar, a prática do dízimo está presente em toda Bíblia. A fidelidade na mordomia dos bens, a entrega fiel dos dízimos e das ofertas, é um ensino claro em toda a Bíblia. Está presente no Pentateuco, os livros da lei; está presente nos livros históricos (Ne 13.11,12), poéticos (Pv 3.9,10) e proféticos (Ml 3.8-10). Também está explicitamente ratificado nos evangelhos (Mt 23.23) e nas epístolas (Hb 7.8). Quanto ao dízimo não podemos subestimá-lo, sua inobservância é um roubo a Deus. Não podemos subtraí-lo, pois a Escritura é clara em dizer que devemos trazer “todos os dízimos”. Não podemos administrá-lo, pois a ordem: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”.

Em quarto lugar, a prática do dízimo é sancionada por Jesus no Novo Testamento. Os fariseus superestimavam o dízimo, fazendo de sua prática, uma espécie de amuleto. Eram rigorosos em sua observância, mas negligenciam os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Jesus, deixa claro que devemos observar atentamente a prática dessas virtudes cardeais da fé cristã, sem omitir a entrega dos dízimos (Mt 23.23). Ora, aqueles que usam o argumento de que o dízimo é da lei, e por estarmos debaixo da graça, estamos isentos de observá-lo; da mesma forma, estariam também isentos da justiça, da misericórdia e da fé, porque essas virtudes cardeais, também, são da lei. Só o pensar assim, já seria uma tragédia!

Em quinto lugar, a prática do dízimo é um preceito divino que não pode ser alterado ao longo dos séculos. Muitas igrejas querem adotar os princípios estabelecidos pelo apóstolo Paulo no levantamento da coleta para os pobres da Judéia como substituto para o dízimo. Isso é um equívoco. O texto de 2 Coríntios 8 e 9 trata de uma oferta específica, para uma causa específica. Paulo jamais teve o propósito de que essas orientações fossem um substituto para a prática do dízimo. Há igrejas na Europa e na América do Norte que estabelecem uma cota para cada família para cumprir o orçamento da igreja. Então, por serem endinheirados, reduzem essa contribuição a 5% ou 3% do rendimento. Tem a igreja competência para mudar um preceito divino? Mil vezes não! Importa-nos obedecer a Deus do que aos homens. Permaneçamos fiéis às Escrituras. Sejamos fiéis dizimistas! 
Rev. Hernandes Dias Lopes.

sábado, 16 de março de 2013

Tá Doendo


“Viveremos dores diferentes, de formas diferentes, em momentos diferentes, porém vivemos dias de dores”. 
Estava pronto para começar a escrever este artigo, quando meu telefone tocou. Resultado: mudança de planos. Mais um momento difícil na jornada ministerial, encontrar gente com lágrimas nos olhos, tristeza na alma, buscando encontrar sentido diante da terrível dor do luto. Quando entrei no ambiente vejo três filhos ao redor de sua mãe, nos últimos momentos antes do sepultamento. Na saída, encontro um dos filhos com lágrimas nos olhos dizendo: “tá doendo”. 
Se o amor é a maior fonte de prazer da vida, perder alguém que amamos pode ser a maior fonte de dor e tristeza. O meu objetivo neste artigo não é falar sobre a morte, é apenas reforçar a ideia de que na caminhada ministerial encontraremos gente que vai dizer que “tá doendo” e permitir que essas pessoas tenham condições de viver sua dor em Deus, é o nosso papel. 
Vivemos um tempo de mensagens triunfalistas, nos parece que ao recebermos o evangelho, tomamos um anestésico para dor existencial, a nossa alma está proibida de entristecer-se. Este modelo de vida cristã nega a humanidade de cada um de nós, levando a uma vida infernal, pois o bom mesmo é ser gente, é ser homem, é chorar quando precisar chorar, é dizer que dói quando está doendo, é simplesmente ser gente. A igreja brasileira precisa de uma teologia para dor, não é uma teologia sem dor. 
Ao escrever este artigo, me vem à memória a vida de John Bunyan, preso durante 12 anos. Como outros santos sofredores antes dele e até hoje. Bunyan achou a prisão um presente doloroso de Deus em sua vida. Joseph Stalin, preso no campo de concentração russo disse: “Dos meus anos de prisão, com as costas curvadas, que quase se quebraram debaixo do seu fardo, foi-me permitido levar esta experiência essencial: como um ser humano se torna mau e como se torna bom. Na intoxicação dos sucessos juvenis, senti que era infalível, portanto eu era cruel. No excesso de poder, fui um assassino e opressor. Nos meus momentos malignos, eu estava convencido de que estava bem, e estava muito bem suprido de argumentos sistemáticos. Foi somente quando estava lá, jogando na palha apodrecida da prisão, que senti dentro de mim os primeiros movimentos do bem. Gradualmente me foi mostrado que a linha que separa o bem do mal não passa por estados, nem entre classes, nem mesmo partidos políticos, mas através de cada coração humano. É por isto que, retornando aos anos do meu aprisionamento, digo, algumas vezes, para surpresa dos que estão ao meu redor: Bendita sejas, a prisão! Eu servi ali e digo sem hesitação: Bendita sejas prisão, por ter sido parte de minha vida”. 
O sofrimento faz parte da vida cristã, viveremos dores diferentes, de formas diferentes, em momentos diferentes, porém viveremos dias de dores. A dor não poderá nos conduzir a uma negação da fé, pelo contrário, a dor pode nos conduzir a Ele, nos permitindo ver seu consolo, sua compaixão, seu amor. Creio que no vocabulário cristão temos a permissão de dizer: “TÁ DOENDO!”.
Fonte: sepal.org

segunda-feira, 4 de março de 2013

Se Deus nos ama, por que sofremos?

O problema do sofrimento não é uma questão apenas filosófica" mas, sobretudo teológica. Temos dificuldade de conciliar o amor de Deus com o sofrimento humano. Os judeus questionaram o amor de Jesus por Lázaro, por este ter passado pela morte sem a intervenção de Jesus. Ao longo dos séculos reverbera sempre a inquietante pergunta: Por que sofremos? Por que a nossa dor não cessa?
Chamo sua atenção para alguns pontos importantes no trato dessa matéria:

1. O sofrimento não é fruto do desamor de Deus, mas do pecado humano – O sofrimento é filho do pecado. Não tivesse existido a queda não haveria sofrimento. Somos concebidos em pecado e nascemos com uma natureza corrompida num mundo que está gemendo açoitado por muitas agruras. O sofrimento é a conseqüência inevitável do pecado. O pecado é como uma fonte poluída de onde flui copiosamente o sofrimento. O pecado é o solo onde crescem os espinheiros do sofrimento. O pecado é como um anzol que por trás da isca do prazer esconde a carranca do sofrimento e da morte.

2. O sofrimento é um aviso solene e altissonante aos ouvidos humanos – Se não houvesse a dor nós sucumbiríamos subitamente sem a mínima chance de buscarmos socorro. A dor é uma trombeta; o sofrimento, um aviso solene de que é impossível transgredir os preceitos de Deus sem sofrer as devidas conseqüências. Se a violação de uma lei física desencadeia uma conseqüência inevitável, assim também, a violação dos preceitos morais e espirituais deságua em sofrimento atroz. Muitos tentam abafar a voz da consciência e outros tentam negar a dor, mas mesmo aqueles que amortecem os efeitos da dor nesta vida, jamais poderão ficar incólumes do sofrimento eterno.

3. O sofrimento precisa ser nosso pedagogo e não nosso coveiro - Muitas pessoas se desesperam a ponto de dar cabo da própria vida ao passarem pelo vale do sofrimento. Há sofrimentos físicos, mentais, emocionais e espirituais. Há dores na alma que doem mais do que ter a carne fustigada pela doença. Não poucas pessoas revoltam-se contra Deus como a mulher de Jó, ao passarem pelas tempestades da vida. Em vez de serem como a cêra que se derrete ao sol, são como o barro que endurece ainda mais quando exposto ao seu calor. O sofrimento deve nos ensinar em vez de nos destruir. Ele deve nos tomar pela mão e nos ensinar a viver com mais sensibilidade e sabedoria em vez de nos enclausurar na cova existencial da morte. O rei Davi disse: “Foime bom passar pelo sofrimento, para que eu aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71). É preciso deixar claro que nem todo sofrimento é fruto de um pecado específico ou de um castigo. O homem que nasceu cego estava sofrendo não por causa do seu pecado ou do pecado de seus pais, mas para que nele se manifestasse a glória de Deus (Jo 9.1-9). Nesse mundo passamos por aflição e importa que entremos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações.
4. O sofrimento presente pode ser prelúdio da consolação eterna – O sofrimento deve ser visto à luz da eternidade. O sofrimento do justo é passageiro e suave quando comparado com as glórias por vir a serem reveladas nele. Nós temos uma boa esperança e uma consolação eterna. Aqui pisamos estradas crivadas de espinhos, mas, então, pisaremos ruas de ouro e cristal. Aqui nossos olhos ficam inchados de tanto chorar, mas, então, Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima. Aqui, nós sofremos pela escassez, pela fraqueza, pela enfermidade e pelo luto, mas, então, receberemos um corpo de glória, semelhante ao corpo de Cristo. Aqui, vivemos como estranhos e peregrinos, mas em breve, mudaremos de endereço e viveremos na Casa do Pai, no Paraíso, na Nova Jerusalém, na Cidade Santa, onde a dor, a morte e o luto jamais entrarão. O sofrimento é um cálice amargo, mas ele findará; então, beberemos das fontes da água da vida, que jorram sem cessar do trono de Deus. Diante da carranca do sofrimento presente, podemos erguer a nossa voz e dizer como o apóstolo Paulo: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17).

sexta-feira, 1 de março de 2013

Dízimo, uma prática bíblica a ser observada

Há uma enxurrada de comentários tendenciosos e distorcidos circulando as redes sociais, em nossos dias, atacando a doutrina dos dízimos. Acusam os pastores que ensinam essa doutrina de infiéis e aproveitadores. Acusam as igrejas que recebem os dízimos de explorar o povo. Outros, jeitosamente, tentam descaracterizar o dízimo, afirmando que essa prática não tem amparo no Novo Testamento. Tentam limitar o dízimo apenas ao Velho Testamento, afirmando que ele é da lei e não vigente no tempo da graça.

Não subscrevemos os muitos desvios de igrejas que, laboram em erro, ao criarem mecanismos místicos, sincréticos e inescrupulosos para arrecadar dinheiro, vendendo água fluidificada, rosa ungida, toalha suada e até tijolo espiritual. Essas práticas são pagãs e nada tem a ver com ensino bíblico da mordomia dos bens. O fato, porém, de existir desvio de uns, não significa que devemos afrouxar as mãos, no sentido de ensinar tudo quanto a Bíblia fala sobre dízimos e ofertas. Destaco, aqui, alguns pontos para nossa reflexão.

Em primeiro lugar, a prática do dízimo antecede à lei. Aqueles que se recusam ser dizimistas pelo fato de o dízimo ser apenas da lei estão rotundamente equivocados. O dízimo é um princípio espiritual presente entre o povo de Deus desde os tempos mais remotos. Abraão pagou o dízimo a Malquizedeque (Gn 14.20) e Jacó prometeu pagar o dízimo ao Senhor (Gn 28.22), muito antes da lei ser instituída.

Em segundo lugar, a prática do dízimo foi sancionada na lei. O princípio que governava o povo de Deus antes da lei, foi ratificado na lei. Agora, há um preceito claro e uma ordem específica para se trazer todos os dízimos ao Senhor (Lv 27.32). Não entregar o dízimo é transgredir a lei, e a transgressão da lei constitui-se em pecado (1Jo 3.4).


Em terceiro lugar, a prática do dízimo está presente em toda Bíblia. A fidelidade na mordomia dos bens, a entrega fiel dos dízimos e das ofertas, é um ensino claro em toda a Bíblia. Está presente no Pentateuco, os livros da lei; está presente nos livros históricos (Ne 13.11,12), poéticos (Pv 3.9,10) e proféticos (Ml 3.8-10). Também está explicitamente ratificado nos evangelhos (Mt 23.23) e nas epístolas (Hb 7.8). Quanto ao dízimo não podemos subestimá-lo, sua inobservância é um roubo a Deus. Não podemos subtraí-lo, pois a Escritura é clara em dizer que devemos trazer "todos os dízimos". Não podemos administrá-lo, pois a ordem: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro".


Em quarto lugar, a prática do dízimo é sancionada por Jesus no Novo Testamento. Os fariseus superestimavam o dízimo, fazendo de sua prática, uma espécie de amuleto. Eram rigorosos em sua observância, mas negligenciam os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Jesus, deixa claro que devemos observar atentamente a prática dessas virtudes cardeais da fé cristã, sem omitir a entrega dos dízimos (Mt 23.23). Ora, aqueles que usam o argumento de que o dízimo é da lei, e por estarmos debaixo da graça, estamos isentos de observá-lo; da mesma forma, estariam também isentos da justiça, da misericórdia e da fé, porque essas virtudes cardeais, também, são da lei. Só o pensar assim, já seria uma tragédia!

Em quinto lugar, a prática do dízimo é um preceito divino que não pode ser alterado ao longo dos séculos. Muitas igrejas querem adotar os princípios estabelecidos pelo apóstolo Paulo no levantamento da coleta para os pobres da Judéia como substituto para o dízimo. Isso é um equívoco. O texto de 2 Coríntios 8 e 9 trata de uma oferta específica, para uma causa específica. Paulo jamais teve o propósito de que essas orientações fossem um substituto para a prática do dízimo. Há igrejas na Europa e na América do Norte que estabelecem uma cota para cada família para cumprir o orçamento da igreja. Então, por serem endinheirados, reduzem essa contribuição a 5% ou 3% do rendimento. Tem a igreja competência para mudar um preceito divino? Mil vezes não! Importa-nos obedecer a Deus do que aos homens. Permaneçamos fiéis às Escrituras. Sejamos fiéis dizimistas!
Rev. Hernandes Dias Lopes