A tarefa de levar as boas novas aos sofridos começa em nossas
famílias
“Partiam o pão em suas casas…e o Senhor lhes acrescentava os
que iam sendo salvos” (At 2.46,47)
Como podemos estimular a fé em família, de tal forma que ela
contagie cada membro, se espalhe por onde andarmos e se multiplique através de
nós?
Em primeiro lugar, a fé em família precisa ser vivida em amor.
Todos, a partir do casal, devem amar e se sentirem amados, a fim de
contribuírem com seus dons e talentos para o desenvolvimento de cada um e o bem
estar do conjunto familiar. Tony Humphreys, em seu livro Família, ame-a e deixe-a, diz
que “o propósito da família é contribuir para o desenvolvimento de cada um dos
seus membros”. Essa
é uma família funcional, que vive em amor e cooperação, não em competição, na
disputa sobre quem tem a razão ou poder dentro de casa. Esse modelo é descrito
em (Pv 31.10-31) onde encontramos pessoas com auto-estima elevada, um casal que
confia um no outro e filhos que elogiam seus pais. Essa família virtuosa é um
exemplo de amor a ser buscado por nossas famílias.
Reflexão: e quanto a nós? Como está o nível de amor em nossas
famílias?
Em segundo lugar, uma
família na qual circula o amor de Deus, sente necessidade de alcançar outras. A
partir da melhora – não da perfeição – de nossas famílias, começamos
naturalmente a partilhar a fé que possuímos com os que sofrem ao nosso redor, na
escuridão, e buscam ajuda na esperança de ver uma luz brilhar em seus caminhos.
Quando criança, tive o privilégio de ver nascer uma igreja na sala da casa dos
meus pais – algo parecido com o narrado em Atos 2.46. Minha primeira tarefa,
juntamente com meu irmão, Júnior, nessa comunidade foi de “zelador”. Três vezes
por semana, tínhamos de limpar a sala e a varanda de nossa casa e organizar as
cadeiras para as reuniões. O interessante é que várias pessoas da rua
procuravam meu pai, que não era o pastor, pedindo ajuda e orações para os seus
problemas pessoais e familiares; e outros entregaram suas vidas a Cristo. Hoje,
abrigamos em nossa casa um grupo de casais, que se reúne semanalmente para
estudar princípios bíblicos de relacionamentos familiares – entre eles, quatro
ainda não professam Cristo como Senhor.
Ao ver meu filho mais velho separar um dia da semana para ser
psicólogo voluntário numa creche e, com os jovens da igreja, apoiar movimentos
de ajuda a uma casa de idosos da cidade, fortaleço em meu coração a certeza de
que a tarefa de levar as boas novas aos sofridos começa em nossas famílias.
Reflexão: para alcançar os perdidos, precisamos abrir nossos
corações e nossas casas!
Em terceiro lugar, a família que se ama e abre o coração aos que
sofrem, sente a necessidade de equipar outros para fazerem o mesmo. O
discipulado é parte integrante da evangelização; não uma opção (Mt 28.18-20).
Hoje, em nosso país, presenciamos muita superficialidade na vivência da fé.
Muitas pessoas, inclusive famílias inteiras, estão se aproximando das igrejas
evangélicas e não há pessoas preparadas ou líderes com tempo suficiente para
dar assistência a tanta gente. É preciso investir para que pessoas sejam
equipadas para discipular.
Lembro-me de um rapaz que, há alguns anos, chegou em meu
gabinete. Veio se queixar por sua namorada haver terminado o namoro depois de
aceitar a Cristo na igreja que eu pastoreava. “Quero saber o que fez”, disparou
ele. Ouvi o que tinha a dizer; conversei um pouco, falei do amor de Cristo e
ali mesmo ele se entregou ao Senhor. A igreja o acompanhou em um processo sério
de discipulado e, hoje, ele e sua esposa são missionários.
Reflexão: para formar discípulos, precisamos investir em pessoas
e famílias!
Quando o amor de Deus cresce no ambiente familiar, sentimos o
desejo de partilhar as boas novas de Cristo com outras famílias e equipar
outros a fazerem o mesmo. Que o Senhor nos ajude nessa tarefa.
Por Marcos Quaresma - sepal.org.
Por Marcos Quaresma - sepal.org.
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