A interpretação de Daniel sobre a estátua de
Nabucodonosor, seus três amigos na fornalha ardente, ele mesmo na cova dos
leões ou Belsazar e o “Mene tequel” na parede. Quem não conhece essas
histórias? Mas o mais notável em Daniel era a sua vida de oração...
Daniel tinha uma vida de oração ativa que o impulsionou
durante toda a existência e ele não a abandonou. Ele começou quando ainda era
adolescente, e não fraquejou nem mesmo quando já estava em idade avançada. No
fim das contas, Daniel marcou a história porque orava.
Um jovem e sua
adoração verdadeira a Deus
No segundo ano do reinado de Nabucodonosor, o rei teve o
sonho da grande estátua (Dn 2.1). Ninguém conseguiu explicá-lo, de forma que
ele decidiu matar todos os magos e feiticeiros. Como o primeiro ano do reinado
não era contado, o segundo ano de Nabucodonosor correspondia ao terceiro ano da
permanência de Daniel na Babilônia e, portanto, ao fim de seu período de
estudos de três anos (Dn 1.5). Daniel chegou à Babilônia (Dn 1.1) no ano 605
a.C. Ele ainda era muito jovem, talvez até mesmo um adolescente. Daniel viveu o
exílio babilônico até a queda da Babilônia diante dos persas (539 a.C.). Ou
seja, Daniel viveu lá durante cerca de 70 anos. Já nos primeiros tempos, Daniel
se mostrou um intercessor eficaz (Dn 2.16-19).
Todos os magos e feiticeiros estavam “desesperados” de
medo (Dn 2.10-11), mas Daniel recolheu-se calma e tranquilamente em sua casa.
Uma vida de oração é interação com Deus e por isso dá segurança em meio à
insegurança.
Daniel contou sua preocupação aos seus fiéis e confiáveis
amigos (Dn 2.17-18), porque sabia do poder da oração conjunta. Nós também
deveríamos ter a coragem de compartilhar mais os nossos motivos de oração com
nossos irmãos no Senhor. Muitas vezes, porém, envergonhamo-nos deles, ficamos
sem graça. Algumas pessoas preferem orar sozinhas a compartilhar seus assuntos
com pessoas de confiança. Mas a Bíblia e a História estão cheias de exemplos de
comunhões de oração e da conseqüente ação poderosa de Deus.
Daniel e seus amigos oraram juntos pedindo revelação e
proteção. A comunhão de oração é uma força como a fissão nuclear; ela tem uma
promessa no Novo Testamento: “Se dois dentre vós, sobre a terra,
concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á
concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.19-20). Por
isso, depois da comunhão de oração, o texto relata: “Então, foi
revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (Dn 2.19).
Adoração verdadeira é oração com gratidão.
Muitas vezes empenhamos muito tempo e esforço para
interceder por algum motivo, mas tiramos pouco tempo para agradecer.
Muitas vezes empenhamos muito tempo e esforço para
interceder por algum motivo, mas tiramos pouco tempo para agradecer. Com Daniel
era bem diferente. Antes de correr ao rei e lhe apresentar a revelação, ele
primeiro agradeceu ao Senhor. Ele não deixou o louvor para mais tarde. Na vida
de Daniel, Deus sempre estava em primeiro lugar e somente depois vinha o rei
babilônico.
“Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de
noite; Daniel bendisse o Deus do céu... Por isso, Daniel foi ter com Arioque,
ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou
e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei,
e revelarei ao rei a interpretação” (Dn 2.19,24).
Adoração
verdadeira é oração regular
Daniel não permitia que nada atrapalhasse a regularidade
de seu tempo de oração. Em Daniel 6 lemos que os altos funcionários inimigos
dos judeus tentaram preparar uma armadilha para Daniel e impedi-lo de orar (v.7).
Nós também precisamos ter consciência de que o inimigo de Deus fará de tudo
para nos afastar da oração. Mas Daniel reagiu a isso com mais oração: “Daniel,
pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em
cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três
vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus,
como costumava fazer” (v. 10).
O que esse versículo nos mostra sobre Daniel?
Ele não se deixou demover da oração (persistência).
Ele orava tanto em comunhão quanto sozinho.
Ele tinha um local fixo para orar, no quarto superior da
sua casa (veja Dn 2.17).
Ele tinha janelas abertas (direcionamento constante,
comunhão ininterrupta).
Ele tinha uma direção para sua oração (Jerusalém, onde
estava o altar; uma indicação para Jesus).
Ele orava regularmente, três vezes ao dia, como sempre
havia feito.
E ele não descuidava do agradecimento.
Adoração
verdadeira parte da Palavra
Daniel orava para entender a Palavra de Deus, e
estudava a Palavra de Deus para orar.
“No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi,
pelos livros, que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta
Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum,
pano de saco e cinza. Orei ao Senhor, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor!
Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que
te amam e guardam os teus mandamentos” (Dn 9.2-4).
Daniel orava para entender a Palavra de Deus, e estudava
a Palavra de Deus para orar. Quando compreendeu o que eram os setenta anos de
cativeiro de que Jeremias tinha falado, começou imediatamente a orar. Com isso,
ele mesmo foi profundamente afetado. A oração de Daniel revela seu coração.
Ele reagiu imediatamente (sem tardar).
Ele não procurou homens (Dario ou Ciro), mas seu Deus
onipotente.
Ele suplicava – nisto vemos sua seriedade e persistência.
Ele jejuava em pano de saco e cinzas, portanto havia
arrependimento. Ele não se considerava importante demais para arrepender-se.
Ele orava a um Deus pessoal. Tinha um relacionamento
pessoal com Ele.
Ele orava com grande reverência.
E ele orava com confiança, com esperança na graça e
bondade do Senhor.
Daniel foi exaltado de forma maravilhosa. Por trás dos
acontecimentos de Esdras 1.1-4 está a oração de Daniel. Sua oração contribuiu
para uma decisão que alteraria a política mundial e para o cumprimento da
profecia divina.
Adoração
verdadeira é poderosa
Certa vez Daniel recebeu uma revelação sobre a Grande
Tribulação (Dn 10.1). Ele entendeu a palavra, o que o levou novamente à oração: “Naqueles
dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem
carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que
passaram as três semanas inteiras” (v.2-3). Podemos orar a respeito de
coisas que entendemos e a respeito de coisas que não entendemos.
Depois de ter orado e jejuado tão intensamente, Daniel
recebeu a visita de um anjo: “Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e
me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. Ele me disse: Daniel,
homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre
os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me
pus em pé, tremendo. Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o
primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o
teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que
eu vim” (v.10-12).
Isto não é tremendo?
Daniel era um homem muito amado de Deus. Esta afirmação
aparece três vezes no livro de Daniel (Dn 9.23; Dn 10.11,19).
Ele recebeu a garantia de que foi ouvido desde o primeiro
dia, apesar de a resposta só ter chegado três semanas depois (v.1; cf. Dn
9.23).
Este anjo foi especialmente enviado por causa da oração
de Daniel.
Os céus foram movidos porque alguém foi movido pelo céu a
orar. O que não poderia acontecer se formos realmente pessoas de oração?
Adoração
verdadeira é para toda a vida
Os céus foram movidos porque alguém foi movido pelo
céu a orar. O que não poderia acontecer se formos realmente pessoas de oração?
“No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada
uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia
grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão” (Dn
10.1).
No terceiro ano do rei Ciro, Daniel já vivia há 70 anos
na Babilônia. Provavelmente sua vida de oração começou quando ele ainda era um
adolescente, e agora, com mais de 80 anos, ela ainda não diminuíra. Daniel
continuava a orar intensamente.
Que o Senhor conceda e que nós desejemos ser pessoas de
oração hoje, amanhã e também quando estivermos em idade avançada. Ainda mais
por vivermos em uma época na qual as profecias de Daniel sobre o final dos
tempos começam a se cumprir! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
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