INTRODUÇÃO
1. Jesus contou três parábolas sobre a alegria do
encontro
a) A ovelha perdida que foi encontrada – O pastor chama a
todos para se alegrarem.
b) A moeda perdida que foi encontrada – A mulher chama
seus vizinhos para se alegrarem.
c) O filho perdido que voltou para casa – O pai oferece
uma festa e se alegra. Nessas três parábolas a única pessoa que não está
alegria e feliz é o irmão mais velho do pródigo.
2. No meio dessa festa do encontro, do resgate, da
salvação há uma voz que destoa
O filho mais velho está triste, porque o Pai recebeu o
filho pródigo com alegria.
O filho mais velho está irado, porque o Pai é
misericordioso.
O filho mais velho está do lado de fora, enquanto o filho
pródigo está dentro da Casa do Pai.
3. O perigo de se estar na Casa do Pai, dentro da Igreja
e ainda estar perdido
Esse filho representou os escribas e fariseus que se
consideravam santos e desprezavam os outros.
Esse filho representa aqueles que estão dentro da igreja,
obedecendo a leis, cumprindo deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado,
pelos corredores escuros do mundo e ainda assim, estão perdidos.
Ilustração: O jovem rico – criado na sinagoga, cumpria os
mandamentos, mas estava perdido.
I. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS DESOBEDECE OS DOIS
PRINCIPAIS MANDAMENTOS
Jesus ensinou que os dois principais mandamentos da lei
são amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. Esse
filho quebrou esses dois mandamentos: ele nem amou Deus, representado pelo Pai
e nem o seu irmão.
Ele não perdoou o Pai por haver recebido o filho pródigo,
nem perdoou o irmão pelos seus erros.
Há pessoas que estão na igreja, mas não têm amor por Deus
nem pelos perdidos. Estão na igreja, mas não amam os irmãos.
II. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ CONFIADO NA SUA
PRÓPRIA JUSTIÇA
Ele era veloz para ver o pecado do seu irmão, mas não
enxergava os seus próprios pecados. Ele era cáustico para condenar o irmão,
enquanto via-se a si mesmo como o padrão da obediência.
Os fariseus definiam pecado em termos de ações exteriores
e não atitudes íntimas. Eles eram orgulhosos de si mesmos. Como o profeta
Jonas, esse filho mais velho obedecia ao Pai, mas não de coração. Ele
trabalhava com intensidade, mas não por amor.
III. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO É LIVRE
Ele não vive como livre, mas como escravo. Sua religião é
rígida. Ele obedece por medo ou para receber elogios. Faz as coisas certas com
a motivação errada. Sua obediência não provém do coração.
Ele anda como um escravo (v. 29). O verbo é douleo =
servir como escravo. Ele nunca entendeu o que é ser filho. Nunca usufruiu nem
se deleitou no amor do Pai.
Ser crente para ele é um peso, um fardo, uma obrigação
pesada. Ele vive sufocado, gemendo como um escravo.
Está na igreja, mas não tem prazer. Obedece, mas não com
alegria. Está na Casa do Pai, mas vive como escravo.
IV. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ COM O CORAÇÃO CHEIO
DE AMARGURA
1. Complexo de santidade X Rejeita os marginalizados – v.
29,30
Ele estava escorado orgulhosamente em sua religiosidade,
arrotando uma santarronice discriminatória. Só ele presta; o pai e o irmão
estão debaixo de suas acusações mais veementes.
Sua mágoa começa a vazar. Para ele quem erra não tem
chance de se recuperar. No seu vocabulário não tem a palavra perdão. Na sua
religião não existe a oportunidade de restauração.
2. Sente-se injustiçado pelo pai
Acusa o pai de ser injusto com ele, só porque perdoou o
irmão. Na religião dele não havia espaço para a misericórdia, perdão e
restauração.
Ele se achava mais merecedor que o outro. Sua religião
estava fundamentada no mérito pessoal e não na graça. É a religião da lei, do
legalismo e não graça nem da fé que opera pelo amor.
3. Ele não perdoa nem restaura o relacionamento com o
irmão – v. 30
Ele não se refere ao pródigo como irmão, mas diz: “Esse
teu filho”.
A Bíblia diz que “quem não ama a seu irmão até agora está
nas trevas”.
Ele desconhece o amor. Ele vive mergulhado no
ressentimento. Ele vê seu irmão como um rival.
4. O ódio que ele sente pelo irmão não é menos grave que
o pecado de dissolução que o pródigo cometeu fora da igreja – Gl 5.19-21
A bíblia fala sobre três pecados na área da imoralidade e
usa nove na área de mágoa, ressentimentos, ira.
A falta de amor é um pecado tão grave como o pecado da vida
imoral e dissoluta.
5. O ressentimento o isolou do Pai e do irmão
Quando uma pessoa guarda ressentimento no coração pelo
irmão que falhou, perde também a comunhão com o Pai.
Ele se recusa a entrar, fica fora da celebração.
Mergulha-se num caudal de amargura.
Ele diz para o Pai: “Esse teu filho”. Mas o Pai o corrige
e diz-lhe: “Esse teu irmão” (v. 30,31).
V. VIVE DENTRO DA IGREJA, NA PRESENÇA DO PAI, MAS ANDA
COMO SOLITÁRIO – V. 31
Ele anda sem alegria, sem amor, sem prazer. Vive na Casa
do Pai, mas sente-se escravo. Está na Casa do Pai, mas não tem comunhão com
ele.
Quantos estão na igreja, mas nunca sentem o amor de Deus,
a alegria da salvação, o prazer de pertencer a Jesus, a doçura do Espírito
Santo. Vivem como órfãos: sozinhos, curtindo uma grande solidão e insatisfação
dentro da Casa do Pai.
VI. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO SE SENTE DONO DO QUE É
DO PAI – V. 31
1) Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Muitos
hoje estão vivendo um cristianismo pobre. Vivem sem alegria, sem banquete, sem
festa na alma, trabalhando, servindo, mas sem alegria;
2) Deus tem uma vida abundante – Jo 10.10;
3) Deus tem rios de água viva – Jo 7.38;
4) Deus tem as riquezas insondáveis do evangelho – Ef
3.14
5) Deus tem a suprema grandeza do seu poder – Ef 1.19
6) Deus tem a paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7
7) Deus tem alegria indizível e cheia de glória – 1 Pe
1.8
8) Deus tem vida de delícias para a sua alma.
Esse filho não tem nenhum proveito na herança do Pai. Ele
nunca fez uma festa. Nunca celebrou com seus amigos. Nem sequer um cabrito, ele
comeu. Ele nunca saboreou as riquezas do Pai.
Ele não tem comunhão com o Pai: É como Absalão, está em
Jerusalém, mas não pode fazer a face do Rei.
Ele está na igreja por obrigação. Ele não toma posse do
que é seu.
Ilustração: o homem que fez um cruzeiro de Navio e levou
o seu lanche. Vendo as pessoas comendo os pratos mais deliciosos, guardou
dinheiro para comer uma boa refeição no último dia. Só então ficou sabendo que
todos aqueles banquetes já estavam incluídos.
CONCLUSÃO
O mesmo Pai que saiu ao encontro do filho pródigo para
abraça-lo, sai para conciliar este filho (v. 31).
O remédio para esse filho era o mesmo para o outro:
confessar o seu pecado.
Mas ele ficou do lado de fora. Agora perdido dentro da
Casa do Pai.
Não fique do lado de fora. Venha e
desfrute da festa que Deus preparou!!!
Rev. Hernandes Dias Lopes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário