sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A graça de Deus, favor imerecido

A salvação do homem é vista pelas religiões do mundo inteiro apenas de dois modos: o homem é salvo pelos seus méritos ou pela graça de Deus. A salvação é um caminho aberto pelo homem da terra ao céu ou é resultado do caminho que Deus abriu do céu à terra. O homem constrói sua própria salvação pelo seu esforço ou recebe a salvação como dádiva imerecida da graça divina. Não existe um caminho alternativo nem uma conexão que funde esses dois caminhos. É impossível ser salvo ao mesmo tempo pelas obras e pela graça; chegar ao céu pelo merecimento próprio e ao mesmo tempo através de Cristo.

A soberana graça de Deus é o único meio pelo qual podemos ser salvos. Os reformadores ergueram a bandeira do Sola Gratia, em oposição à pretensão do merecimento humano. Queremos destacar quatro pontos importantes no trato dessa matéria.

1. A graça de Deus é um favor concedido a pecadores indignos. Deus não nos amou, escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em Deus; não está no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Deus não nos amou porque éramos receptivos ao seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque praticávamos boas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a obediência.

2. A graça de Deus é concedida não àqueles que se julgam merecedores, mas àqueles que reconhecem que são pecadores. Aqueles que se aproximam de Deus com altivez, cheios de si mesmos, ostentando uma pretensa espiritualidade, considerando-se superiores e melhores do que os demais homens, são despedidos vazios. Porém, aqueles que batem no peito, cônscios de seus pecados, lamentam sua deplorável condição e se reconhecem indignos do amor de Deus, esses encontram perdão e justificação. A graça de Deus não é dada ao homem como um prêmio, é oferta imerecida; não é um troféu de honra ao mérito que o homem ostenta para a sua própria glória, mas um favor que recebe para que Deus seja glorificado.

3. A graça de Deus não é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da graça. Graça e obras estão em lados opostos. Não podem caminhar pela mesma trilha como a causa da salvação. Aqueles que se esforçam para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que recebem a salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus com suas obras. A salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, independente das obras. As obras trazem glória para o homem; a graça exalta a Deus. A graça desemboca nas obras e as obras proclamam e atestam a graça. As obras são o fruto e a graça a raiz. As obras são a conseqüência e a graça a causa. As obras nascem da graça e a graça é refletida através das obras.

4. A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras. A salvação que a graça traz em suas asas é recebida pela fé e não por meio das obras. Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de Deus. A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela graça. O apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos Efésios: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).
Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Estudo registra queda no número de católicos no Brasil e especialistas apontam motivos

Uma pesquisa feita pelo Centro de Políticas Sociais da Faculdade Getúlio Vargas mostra os números da crescente perda de fiéis que a Igreja Católica vem sofrendo no Brasil. O estudo aponta que essa queda começou há 140 anos, porém nas últimas décadas esse número tem aumentado bastante.
Em 1872, a quantidade de católicos no Brasil era de 99,7% da população, muito por influência da colonização portuguesa. Hoje os brasileiros que se declaram católicos são 68,4% da população brasileira. O economista Marcelo Neri, que liderou a pesquisa, analisou também os dados da “Pesquisa de Orçamentos Familiares” (POF), do IBGE e concluiu que o número de fiéis que seguem a Igreja Católica é o menor de todos os tempos. Em alguns Estados brasileiros, o número de católicos já é menor que a metade da população.
Segundo a revista ISTOÉ, alguns especialistas em religião listaram os sete pecados capitais da Igreja Católica, que resultaram nesse afastamento dos fieis.

1 – Rituais e Doutrinas
Os costumes brasileiros vem mudando ao longo do tempo, e qualquer tipo de imposição, seja de regras, ritos e obrigações acaba afastando os fieis, que estão cada vez mais independentes. O Mestre em Ciências da Religião, Jung Mo Sung, da Universidade Metodista de São Paulo, afirma que parte disso é responsabilidade do Papa: “Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente”. O resultado dessa estratégia é a redução visível dos católicos no país. “A estratégia fortalece o fervor de uma minoria praticante, mas traz uma consequência não intencional da perda de adesão de católicos difusos”, afirma Sung.
2 – Comércio na Igreja
Segundo os estudiosos, cada vez mais as pessoas veem a Igreja como um local em que se procuram ícones, como se fossem produtos. Para muitos, as igrejas tem servido apenas como local de eventos, por sua simbologia e arquitetura. Casamentos, missas de sétimo dia e quermesses, são alguns exemplos citados. O Padre José João da Silva, da paróquia São José Operário, em Itaquera, São Paulo, reclama: “Vivemos uma igreja fast-food”. Nos casamentos, os ritos da Igreja de Roma não são tão respeitados como antigamente. “Há casais que trazem o CD da novela que faz sucesso para tocar na cerimônia. Se você se nega, alguns inconformados batem boca com você, viram as costas e procuram quem o faça”, lamenta Silva
Um outro fator ligado à transformação da Igreja Católica em supermercado está ligado ao fato de como as pessoas estão vendo a religião. “Muita gente traz seu carro recém-comprado para ser benzido e vai embora. Poucos rezam ou participam de uma missa”, conta o Padre João Carlos Almeida, teólogo e diretor da Faculdade Dehoniana (SP), que foi vigário paroquial no Santuário São Judas Tadeu, em São Paulo.
3 – Mulheres abandonando o catolicismo

Segundo a Pesquisa da FGV, apenas no catolicismo as mulheres são minoria. Em todas as outras 25 religiões pesquisadas, as mulheres são maior número em relação aos homens. Entre evangélicos, budistas, espíritas e religiões afro, fora as crenças menores, a quantidade de homens é menor que o das mulheres. Entre os motivos para esse desprezo feminino, estão assuntos diretamente ligados a elas, como por exemplo, os métodos contraceptivos, o divórcio e o aborto, que são proibidos pela Igreja Católica. O teólogo Jorge Cláudio Ribeiro, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), afirma que a Igreja Católica não gosta da mulher: “Ao que parece, elas, mal-amadas que são pela Igreja, estão se autorizando a não gostar da religião, a reagir”.
4 – Pedofilia

As constantes denúncias de Padres que abusam sexualmente de crianças, tanto no Brasil quanto no mundo, e a falta de medidas mais rígidas por parte dos líderes católicos, são mal vistas pela população, e principalmente pelos católicos não praticantes. Jung Mo Sung afirma que perante esses escândalos, “o militante não terá sua fé abalada. Mas os que se sentiam católicos por uma afinidade de infância ou inspirados em alguma figura pública podem ter deixado de ser por causa desses fatos”.
E o fato de a Igreja Católica tratar esse assunto de forma sigilosa, só piora a impressão do público. Segundo a socióloga da religião Brenda Carranza, da PUC de Campinas, a Igreja Católica “trabalhou a questão na base do segredo e do corporativismo. A lógica interna de uma instituição que se protege e não ventila o problema levou a ampliar o fenômeno, tornando-o uma sensação nos meios de comunicação”.

5 – Faltam líderes inspiradores

Os católicos sentem falta de líderes que atuem socialmente, transformando o caos, aponta a pesquisa. Líderes católicos como Dom Helder Câmara, que foi quatro vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz, atuavam de forma significativa junto à sociedade. Atualmente, os grandes líderes católicos no Brasil são padres cantores, o que não inspira muita gente: “Numa sociedade moderna, em que a adesão à religião acontece por opção pessoal, é preciso que haja nomes admirados publicamente”, afirma Jung Mo Sung.
6 – Dificuldade de Comunicação.

Nos tempos atuais, em que o tempo é curto para todos, a comunicação centralizada da Igreja Católica dificulta a modernização da forma como ela fala com seus fieis. Não há um direcionamento para que Padres ou grandes líderes católicos trabalhem com as novas mídias sociais, a fim de alcançar os jovens, e isso dificulta a expansão da religião. Alguns padres que por conta própria trabalham com essas ferramentas tem obtido sucesso, pois o jovem que se identifica com uma instituição passa a segui-la, independentemente da presença física. Segundo a socióloga da religião, Brenda Carranza, “não é mais possível seguir com a idéia de que o fiel se encontra na paróquia”.
7 – Falta de Identidade Social

Antigamente, um dos meios que os jovens buscavam relacionamentos era a igreja. Os costumes religiosos eram um dos quesitos observados pelas famílias e contavam a favor de um pretendente que ia à missa. Muitos assumiam a religião de batismo, mesmo que não praticasse como forma de se inserir socialmente.
Com o passar do tempo, esses hábitos sociais deixaram de ser tão fortes, e isso possibilitou que muitos jovens que assumiriam a religião apenas por conveniências, passassem a não mais fazer isso. Segundo Brenda Carranza, o catolicismo “era o imenso guarda-chuva cultural e religioso que permitia o trânsito espiritual”. Com a secularização da sociedade, algumas atitudes perderam sentido, e pessoas que não praticam a religião, não se sentem mais obrigadas a adotar uma, aponta a pesquisa.
Fonte: Gospel+

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A indiferença da Igreja Evangélica face a corrupção no Brasil

João Cruzué

Este é o tipo de texto que você não vai ver no site de uma grande Igreja evangélica. E por que não vai? Porque suas lideranças "acham" que isto nada tem a ver com a missão da Igreja. Errado. É preciso sim tomar atitudes, ter um postura cristã e romper com o silêncio da indiferença.

Por mais de 40 anos a inflação assolou o bolso das famílias brasileiras. Era o gafanhoto. Ele devorava o suor dos assalariados de tal maneira que chegou um tempo em que dormiam com um cruzeiro no bolso e acordavam com a metade dele. Até que chegou o mês de julho de 1994. De lá para cá, o dragão deixou de queimar o bolso dos brasileiros. Tenho certeza de que muitos pastores e muitos crentes oraram para que aquele dia se tornasse realidade. E assim foi.

Todavia, outra praga surgiu e tem se multiplicado exponencialmente: a corrupção na vida pública brasileira. Se antes ela era praticada na penumbra da noite, hoje ela é o substantivo abstrato que se tornou uma praga concreta, um câncer que se multiplica onde estiver o dinheiro público.

A moralidade? Ora a moralidade... É uma virtude que se andasse nas casas políticas brasileiras estaria sujeita ao desprezo e à morte. O futuro de nossa nação está seriamente ameaçado. Todo dia, centenas de velhinhos, crianças, índios estão morrendo de fome e na miséria, porque algum larápio meteu a mão no dinheiro público que estava contado para atender com o pão e o remédio àqueles que têm extrema urgência de um ação do governo.

Está nos jornais de cada dia: senador roubando; deputado roubando, prefeito roubando, policiais, magistrados e até bispo/pastor se locupletando. Um prevaricar sem fim e sempre crescente.

A corrupção é hoje, a maior praga que assola nossa nação. Legiões de demônios agem com desenvoltura espalhando a miséria através das mentes que só pensam em como se dar bem com o dinheiro público. Uma simbiose real sustentada no plano espiritual. Filhos de Can assalariados por satanás.

E diante de tudo isso, seguem indiferentes e omissas as lideranças das grandes Igrejas Evangélicas desta nação, ao arrepio de muitos personagens bíblicos que desciam a língua publicamente em governantes dignos de repreensão.

Perguntar faz parte da minha liberdade de expressão: Por que será que a Igreja Evangélica anda tão "caladinha" e não tem protestado com veemência contra estes malandros que matam os doentes e roubam o sustento dos órfãos e das viúvas quando metem a mão nos recursos públicos?

O silêncio destas lideranças - que deveriam usar o sal e a luz - é o maior incentivo para quem está roubando o dinheiro público. Porque neste caso específico, quem cala CONSENTE.

Orar apenas não basta. Agora não é tempo de orar, mas de agir.

A Igreja de Jesus não vai desaparecer, mas estas associações religiosas que estão aí pregando um evangelho de faz de contas vão ser motivo de escárnio da sociedade. É como o sal que perde o prazo de validade.

Esta talvez é a maior oportunidade que a Igreja Evangélica já teve para evangelizar esta nação. A sociedade precisa de um movimento. De um exemplo a seguir. Mas cadê a postura?

Fonte: Associação de blogueiros Cristãos

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A restauração de uma igreja


Referencia: Joel, 2:12-17.
Ao percorrer o Brasil pregando nas igrejas, tenho visto igrejas fortes, grandes; mas também tenho visto igrejas fracas, fechando as portas. Tenho visto líderes cheios do Espírito Santo, comprometidos com a verdade... Mas também tenho visto líderes caindo em pecado, retrocedendo no ministério e desistindo da obra de Deus. Eu não tenho dúvidas de que a igreja evangélica brasileira precisa urgentemente de voltar às Escrituras. Nós temos percebido sinais extremamente perigosos de “flerte” por um lado com o liberalismo teológico; e por outro lado, com o sincretismo religioso.

Muitas igrejas se renderam ao pragmatismo, onde igrejas estão negociando a verdade transigindo com o absoluto de Deus e abrindo suas portas para toda sorte de novidade do mercado da fé com propósito de atrair multidões. Desta forma estamos vendo igrejas de pessoas vazias. Vendo grandes ajuntamentos, mas sem quebrantamento. Pregadores, pregando o que o povo quer ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Estamos assistindo uma explosão numérica da igreja evangélica no Brasil, mas com pequeno crescimento do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo nosso Senhor.

É importante entender que nós não podemos ser atraídos pela numerolatria e nem ficarmos presos a numerofobia. Não podemos nos deixar levar por multidões, pois essas multidões não estão recebendo o verdadeiro evangelho. E onde não está o verdadeiro evangelho, aí não está à presença do Senhor Jesus. Porque Ele é a verdade, a sua palavra é a verdade.

Quero chamar sua atenção para o livro de Joel cap. 2, no momento em que o povo de Judá também estava passando por um momento de abandono da verdade. A crise havia chegado e o profeta naquele momento chama o povo de volta a Deus para um tempo de restauração. O profeta Joel nos ajuda a entender a situação da igreja evangélica brasileira. Porque no seu tempo a nação de Judá estava também marchando rapidamente para a apostasia. E o sinal do juízo de Deus foi trazer a seca, trazer os gafanhotos, trazer a nação impiedosa dos caldeus para invadir a cidade de Jerusalém e levar o povo cativo. Nesse momento de angustia e desespero o profeta bradou para trazer o povo de volta à presença de Deus.

Como deve ser esta volta à Deus, para que a igreja seja restaurada?

Primeiro, é uma volta para uma relação pessoal com Deus. “Convertei-vos a mim”, diz o Senhor. Hoje o relacionamento das pessoas está sendo muito mais com a instituição, com a igreja, com determinados ministérios do que para Deus. Esta conversão não é a essa ou aquela igreja ou a essa ou aquela doutrina, ou a uma visão de um determinado líder: É uma volta para Deus. Só Deus pode trazer cura e restauração para a Igreja. Só nele nós encontramos saída para esta crise que se abate sobre a igreja contemporânea.

Segundo, essa volta precisa ser profunda. De todo coração “Convertei-vos a mim de todo o coração”. Não se trata de algo superficial, epidérmico, emotivo, apenas num acampamento, num congresso ou numa êxtase espiritual. É uma volta para Deus consistente, permanente, profunda, é um quebrantamento de coração.
Deus não se impressiona com os nossos gestos, nem com a nossa performance. Muitas vezes estamos assistindo na igreja evangélica brasileira, uma espiritualidade cênica, teatral de performance humana. De palco, de luzes. Deus procura a verdade no íntimo.

Em terceiro lugar, o profeta diz que esta volta para restauração precisa ser uma volta diligente. “Isso com jejuns” (Versículo 12). Qual foi a última vez que você jejuou para quebrantar seu coração diante de Deus? Qual foi a última vez que você jejuou reconhecendo suas fraquezas, seus pecados, voltando-se para Deus? Quem jejua está dizendo que aquilo que é essencial para o corpo é menos importante do que estar na presença de Deus. Muitas vezes não jejuamos mais porque perdemos o sabor do pão do céu. Não temos mais apetite pela comunhão com Deus. Jejuar é ter fome de Deus, é ter pressa de acertar a vida com Deus. Jejuar é colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida. Nós precisamos como igreja evangélica brasileira voltar-nos para Deus, com jejum de lamento pelo pecado.

Em quarto lugar, a volta para Deus tem que ser com quebrantamento. “Convertei-vos a mim com choro e com pranto...” Os nossos olhos estão enxutos demais. Muitas vezes vertemos lágrimas por motivos fúteis. Quantas pessoas choram diante dos melodramas das telenovelas? Muitas vezes elevadas de promiscuidades. Mas não choram por seus pecados. Não choram pela família no pecado, não choram mais pela apostasia na igreja. Não choram pela decadência moral. Deus espera da igreja uma volta com quebrantamento, com lágrimas e com pranto.

O profeta continua dizendo que essa volta para Deus tem que ser sincera. Ele diz no versículo 13 “Rasgai o coração e não as vossas vestes”. Naquela época os sinais de tristeza eram evidenciados quando a pessoa rasgava as suas vestes e se cobria com pó e cinza. Essa prática tornou-se apenas um ritual costumeiro. Deus não se impressiona com a exteriorização da espiritualidade. Os fariseus da época de Jesus eram mestres disso. Gostavam de estar nos primeiros lugares, exteriormente eram campeões da pureza, do zelo, mas por dentro tinham o coração sujo. Eram como sepulcros caiados. Eram atores e Jesus não se impressiona com palavras bonitas, com emoção. Jesus não quer a teatralização da espiritualidade. Ele não se contenta com a espiritualidade cênica, de palco, de performance humana. Ele quer corações rasgados. Ele quer arrependimento verdadeiro, espiritualidade genuína. Que expresse de fato à volta para Deus, que resulta em restauração.

O profeta prossegue dizendo que todos precisam se voltar para Deus. “Proclamai uma assembléia solene”. Isso significa que há momentos em que o povo de Deus precisa se voltar a Ele coletivamente. Igrejas precisam se arrepender, denominações precisam se voltar à verdade da Escritura Sagrada; seminários precisam voltar à ortodoxia. Precisamos rever nossa postura, nossa posição e voltar-nos para o Senhor para que não caia sobre nós a ira de Deus. Por ter nos afastado da verdade e nos desviado da rota do verdadeiro evangelho. Não podemos entrar na mesma vereda de morte de muitas denominações do passado; muitas igrejas fecharam as suas portas na Europa, na America, onde conhecemos o fenômeno de igrejas mortas. Que Deus tenha misericórdia da igreja evangélica brasileira.
Pr. Hernandes Dias Lopes - Programa Verdade e Vida
Transcrito por Lúcio Freire  

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Jogador é detido na Arábia Saudita por mostrar tatuagem de Jesus

O colombiano Juan Pablo Pino passeava com sua mulher no shopping de Riad, capital do país

O jogador de futebol colombiano Juan Pablo Pino, que atua na Arábia Saudita, foi detido pela polícia do país por exibir em público tatuagens com desenhos religiosos. O incidente ocorreu quando o atleta passeava em um shopping da capital Riad acompanhado de sua mulher. Pablo Pino vestia uma camiseta sem mangas que deixava à mostra uma tatuagem de Jesus Cristo em um dos seus braços.

De acordo com a imprensa do país, a imagem provocou indignação de várias pessoas, que começaram a insultá-lo, atraindo a atenção da polícia. Os agentes detiveram o jogador do clube Al Nasr até a chegada do delegado da corporação. Procurado pela Efe, o clube não quis comentar o caso, mas publicou declarações do atleta, que manifestou "profunda tristeza" pelo ocorrido e afirmou respeitar as leis do país.

O colombiano disse que até comprou uma roupa muçulmana para sua mulher "para que ela saia de maneira respeitosa" e use vestimentas típicas como a abaya, túnica negra que cobre desde a cabeça até os pés das mulheres. O jogador também acusou os torcedores de equipes adversárias de explorar o episódio para prejudicar o Al Nasr. Segundo informações divulgadas por jornais locais, a esposa do jogador está preocupada com a situação e até pediu para que seu marido deixe a equipe e saia do país.

Reincidência - No ano passado, o jogador romeno Mirel Radoi, que jogava no Al Hilal, beijou a tatuagem de uma cruz em seu braço após marcar um gol, e provocou uma reação de descontentamento popular. Em entrevista à Efe, o xeque Mohammed Nayimi, um dos clérigos mais respeitados do país, disse que as leis sauditas proíbem tatuagens, e os jogadores têm que respeitar estas regras e escondê-las.

Mohammed Nayimi pediu que os contratos dos jogadores estrangeiros tenham uma cláusula que os obrigue a respeitar a lei islâmica. O reino da Arábia Saudita é um dos países mais conservadores do mundo muçulmano, no qual se aplica uma versão estrita e rigorosa do islã, o wahhabismo. 
Fonte: Veja (Com agência EFE)


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dos tais é o reino dos céus

A propósito do Dia das Crianças na próxima quarta-feira (12), a revista Ultimato oferece um dos capítulos do livro Uma Criança os Guiará – por uma teologia da criança.

O texto, de autoria do historiador Alderi Matos, resgata o valor da criança na história da igreja cristã. A leitura nos mostra que sua importância é muito maior do que o consumismo pode nos convencer.

Não faz muito tempo que as crianças se tornaram objeto de estudos acadêmicos na área de história. Um pioneiro desse campo foi o medievalista e historiador francês Philippe Ariès (1914-1984). Em seu livro A Criança e a Vida Familiar sob o Antigo Regime (1960), mais tarde publicado com o título Séculos de Infância: uma história social da vida familiar, ele propôs uma tese controvertida — que a criança não existia na mente dos homens e mulheres da Idade Média e que o reconhecimento da infância como um estágio distinto da vida foi uma descoberta posterior ao Renascimento. Essa posição recebeu muitas críticas, que levaram o autor a rever alguns de seus conceitos em obras subseqüentes. De todo modo, como aponta W. A. Strange em seu livro Children in the Early Church (“As crianças na igreja antiga”), Ariès alertou os estudiosos para a possibilidade de que as épocas passadas podem ter tido pressupostos a respeito da infância muito diferentes dos atuais.

Strange observa que na antiguidade havia atitudes ambivalentes em relação às crianças. Os pais certamente amavam seus filhos, mas a angustiosa necessidade financeira podia fazer com que os abandonassem para morrer. As pessoas queriam o melhor para os filhos, mas muitas vezes pensavam neles como animais a serem domesticados e os criavam com extrema severidade. As crianças eram valorizadas; todavia, numa sociedade em que se aceitava com naturalidade a escravidão, elas com freqüência eram objeto de exploração e abuso. Os judeus costumavam ter um conceito mais elevado da vida infantil, dando especial ênfase à educação de seus meninos (ver Dt 6.6, 7, 20-25; Js 4.21-24; Sl 127.3-5; Pv 22.6).

No entanto, foi o cristianismo que ofereceu uma contribuição especialmente positiva nessa área. O autor norte-americano C. John Somerville observa: “Por dois mil anos até o presente, os apelos em benefício dos corpos, mentes e espíritos das crianças têm partido em grande parte de homens e mulheres da igreja”.

Um precedente essencial

Jesus colocou os pequeninos numa posição privilegiada ao afirmar que o reino de Deus “pertencia” a eles e que os adultos só entrariam nesse reino caso se tornassem como crianças (Mt 18.1-4; 19.13-15). Certamente esta foi uma afirmação revolucionária numa época em que as crianças ocupavam um lugar de inferioridade, como também acontecia com as mulheres e os escravos. O Mestre não exerceu um ministério específico junto aos menores, mas, seguindo os padrões culturais do seu tempo, considerou-os como incluídos nas famílias a que pertenciam. Ao ministrar aos adultos, estaria por extensão alcançando também os seus grupos familiares. Além disso, ele não somente demonstrou genuíno interesse pelas crianças, mas exortou os seus seguidores a dedicarem a elas especial atenção e cuidado (Mt 18.5; Mc 9.42). Curiosamente, percebe-se uma atitude diferente nas epístolas do Novo Testamento, pois seus autores encaram as crianças de modo mais convencional: elas eram indivíduos sob a autoridade dos pais, sendo vistas como exemplos de imaturidade e de potencial para crescimento.

As crianças eram parte integrante das primeiras igrejas domésticas não só por causa da sua presença inevitável, mas devido à importante convicção de que pertenciam a Deus e à igreja, sendo, por isso, consideradas “santas” (1Co 7.14). Como tais, elas não eram meras expectadoras passivas, mas deviam ser ensinadas e exortadas junto com os adultos (Ef 6.1-4; Cl 3.20ss). É digna de nota a inclusão das crianças nessas listas de deveres domésticos encontradas no Novo Testamento. Também é marcante o elemento de mutualidade que se observa nesses textos — não só os adultos tinham direitos e deveres quanto às crianças, mas estas também possuíam direitos e obrigações em relação aos seus pais. Desse modo, a família não devia ser uma instituição autoritária, como acontecia tantas vezes naquela época, mas um lugar em que todos os membros pudessem crescer juntos na sua vida comum em Cristo. Portanto, ao chamar a atenção para as crianças, falar delas, curá-las e recomendá-las como exemplos e objeto de cuidados, Jesus transmitiu aos seus seguidores a responsabilidade de dar a elas um lugar central em sua vida comunitária.

Cristãos no mundo pagão

Quando a Igreja ainda era minoritária na sociedade pagã, uma criança cristã ficava mais protegida que as demais do perigo do infanticídio, comum naqueles tempos antigos. A Didaquê, um manual eclesiástico do início do segundo século, determinava de modo enfático: “Não matarás uma criança no ventre, nem matarás um recém-nascido” (2.2). Diferentes autores cristãos também condenavam o abandono de menores e a educação permissiva dos adolescentes. Ao mesmo tempo, curiosamente, os primeiros cristãos não se preocuparam em criar escolas exclusivas para seus filhos, mas permitiram que freqüentas sem instituições pagãs. Eles não queriam formar guetos segregados da sociedade.

Um fenômeno revelador era a participação das crianças nos sacramentos. Os testemunhos mais antigos acerca do batismo infantil são dados por Tertuliano, Hipólito e especialmente Orígenes, no terceiro século, que descreveu essa prática como uma tradição da Igreja recebida dos apóstolos. Mesmo que essa alegação não possa ser comprovada, ela demonstra o alto apreço em que as crianças eram tidas pela Igreja. O batismo de infantes não tinha só o sentido de iniciação e inclusão na comunidade cristã, mas também acentuava a idéia de solidariedade familiar, como se percebe em alguns textos bíblicos (At 16.15, 33; 1Co 1.16). Outros testemunhos antigos nesse sentido são os de Cipriano de Cartago e Agostinho. No que se refere à Santa Ceia ou Eucaristia, a participação das crianças nesse sacramento era comum e não foi contestada nos quatro primeiros séculos da era cristã. Algumas autoridades que a mencionam são Cipriano, as Constituições Apostólicas, Agostinho e escritores da igreja grega ou oriental. Num período posterior, a crescente reverência pelos elementos da Ceia fez com que as crianças fossem afastadas da mesa de comunhão.

Tensões na experiência medieval

No Medievo existiram atitudes contrastantes em relação às crianças, como Daniele Alexandre-Bidon e Didier Lett destacam em seu livro Les Enfants au Moyen Âge (“As crianças na Idade Média”). Por um lado, houve forte ênfase no tema da inocência dos infantes, o que fazia deles seres sagrados e uma espécie de emissários de Deus. Por outro lado, eles podiam ser vistos como perturbadores da meditação ou da vida intelectual dos religiosos.

Atribuía-se o nascimento de crianças deformadas ou doentes a interferências demoníacas ou punição divina. Os nascimentos múltiplos (gêmeos) eram considerados sinais de pecados como adultério e fornicação. Quando os bebês morriam antes de serem batizados, isso causava grande angústia nos pais, pelo temor de que ficassem privados da salvação. A valorização da vida monástica podia levar à ruptura precoce dos laços familiares. Muitas crianças eram enviadas aos mosteiros com seis ou sete anos de idade (os oblatos), como ocorreu com o inglês denominado Venerável Beda, no final do sétimo século, e com a alemã Hildegarda de Bingen, no início do século 12. Em seu livro O Deus da Idade Média, o célebre historiador Jacques Le Goff emite uma opinião interessante. Ele considera que a grande beneficiária do destaque dado à Virgem no período medieval não foi a mulher, mas a criança. O tema da mãe de Deus (Theotokos) e da criança especial a ela associada, o menino Jesus, contribuiu para a promoção dos infantes de um modo geral. O lugar simbólico ocupado pela criança experimentou uma evolução.

Ao mesmo tempo, a Igreja continuou a combater a contracepção, o aborto e o abandono de menores. Os pais carentes que, premidos pela necessidade, quisessem se desfazer de um dos seus filhos, eram incentivados a deixá-lo num local público, como a porta das igrejas, para que pudesse ser recolhido. Na maior parte dos casos, a educação infantil ocorria no âmbito familiar. Além disso, havia as escolas monásticas, paroquiais e episcopais. O bispo francês Teodulfo de Orléans ordenou em 798: “Os sacerdotes mantenham escolas nas regiões agrícolas e nas grandes vilas rurais, e, se os fiéis quiserem confiar-lhes seus filhinhos para aprender as letras, não se recusem a recebê-los e ensiná-los, e os ensinem com muito amor. Não exijam pagamento”. A morte era uma ocasião que também revelava o afeto dedicado às crianças: elas eram sepultadas com tanto desvelo e cuidado quanto os adultos. Muitos epitáfios antigos revelam sentimentos de mais profunda afeição.

A centralidade da família puritana

A Reforma Protestante deu uma contribuição significativa à sociedade ao valorizar o casamento e a família como o contexto divinamente ordenado para a vida cristã. A família protestante era patriarcal, tendo o esposo e pai como o líder inconteste. O ambiente familiar caracterizava-se por afeto, reciprocidade, trabalho e frugalidade, sendo também uma escola de religiosidade e cidadania. Quanto ao lugar ocupado pelas crianças, os puritanos ingleses e norte-americanos foram incomparáveis. C. John Somerville, autor de The Discovery of Childhood in Puritan England (“A descoberta da infância na Inglaterra puritana”), observa que o puritanismo inglês foi uma das poucas épocas em que as crianças se tornaram centrais para a religião. Para esse grupo, a finalidade primordial da família era glorificar a Deus. Assim sendo, os puritanos viam a família essencialmente como uma pequena igreja, onde as devoções e a prática dos preceitos cristãos eram essenciais. Um deles escreveu: “Se queremos que a Igreja de Deus permaneça entre nós, devemos levá-la para os nossos lares e nutri-la em nossas famílias”. Outros propósitos da família eram o benefício da sociedade e a realização pessoal da cada integrante da unidade familiar.

Sob a liderança firme e amorosa do pai e a participação atenta da mãe, os filhos eram objeto de grande interesse. Em sua fé calvinista profundamente bíblica, os puritanos tinham a convicção básica de que seus filhos pertenciam a Deus, que os havia confiado aos seus cuidados. Algumas das advertências puritanas mais solenes voltam-se contra a negligência dos pais em educar apropriadamente sua progênie. Os deveres dos pais incluíam prover as necessidades materiais das crianças, ensiná-las a trabalhar e, acima de tudo, dar-lhes treinamento moral e espiritual. A disciplina era levada a sério, visando restringir as tendências negativas e promover a vida cristã. Na concepção puritana, como nota Leland Ryken em seu livro Santos no Mundo, os filhos eram criaturas decaídas cuja inclinação pecaminosa devia ser redirecionada para Deus e para a bondade moral. Em três aspectos os puritanos anteciparam modernas teorias de desenvolvimento: a importância do treinamento precoce, o ensino mais pelo exemplo que pelas palavras e o equilíbrio entre a severidade e o apoio positivo. O legado dos puritanos se faz sentir até hoje em seus países de origem.

Na longa e multifacetada história do cristianismo, as crianças têm ocupado um lugar de maior ou menor destaque em diferentes grupos, épocas e locais. Obviamente, muitas vezes houve atitudes e comportamentos pouco apreciáveis em relação a elas, notadamente quando pobres e marginalizadas. Todavia, de maneira geral, a contribuição das igrejas no tocante à infância foi mais positiva do que negativa, em comparação com o que ocorria na sociedade ao redor. Certamente o fator preponderante que contribuiu para isso foi, e continua a ser, o exemplo do próprio Cristo, em seus ensinos e em suas ações concretas. O que se requer dos cristãos e das igrejas atuais é que tratem as crianças de dentro e de fora da comunidade de fé de maneira coerente com os valores do evangelho.
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Alderi Matos, doutor em história da Igreja pela Escola de Teologia da Universidade de Boston, é professor do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. É ministro ordenado da Igreja Presbiteriana do Brasil e o historiador oficial dessa denominação.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Abuso da inocência, os pais têm culpa?

Você já sabe, nem precisaria repetir: Toda criança nasce inocente.  Algo bonito e extremamente admirável. A criança na sua inocência encanta até mesmo quando não entendem o adulto. Tão logo iniciei a especialização em psicologia adotou-se o termo “abuso da inocência” para todo ato que induz ou expõe a criança ao risco de sobrevier dignamente. 

Normalmente quando se refere ao abuso da inocência se imagina uma criança vitima de abuso sexual, porém, quero tratar do assunto me referindo à criança como vitima de todo ato adulto que lhe roube a inocência; atos que geralmente começam em casa, no seio da família.  

Abusar da inocência vai além da pedofilia, que considero um distúrbio gravíssimo do ser humano, mas não tão grave que as atitudes dos próprios pais que induz os filhos a qualquer tipo de risco social. 

A tendência natural é com o passar do tempo é inocência dá lugar a malícia. A criança cresce se torna adolescente, jovem, adulto e a própria família se pergunta: O que houve com aquele garoto tão meigo, tão bom quando criança que com o passar do tempo se tornou tão rude, tão maldoso, malicioso... Causando na maioria das vezes, tristeza para os pais. Mas, o que dizer quando a criança começa dá os primeiros passos e ouve a mãe mentindo para o pai ou para outra pessoa?   

Um dia desses ouvi uma criança presenciando o pai tentando aplicar uma mentira num cobrador de ônibus. No mural atrás do cobrador do ônibus que faz a linha Terra Roxa, Guaíra, estava escrito: “Maiores de 6 anos pagam passagem”. Pai e filho passavam pela roleta e o cobrador pergunta: “Que idade tem o seu filho?” O pai respondeu: “Cinco anos”. A criança imediatamente corrige o pai. “Não pai! Eu tenho seis anos.” O pai logo retrucou: “Que nada, você tem cinco anos”. O cobrador exclamou: “Pai, criança não mente!”. Suponho que aquela criança deve ter sido corrigida ao chegar a casa, por não concordar com a mentira do pai. Mas os pais mentirem na frente dos filhos é comum hoje em dia. Contudo é abusar da inocência, é induzir a criança ao erro. Quantos filhos que viam no pai um herói quando crianças e agora vê nele um mentiroso um cafajeste? Quantos pais desmoralizados...

Lembro-me de uma “irmã” que segundo ela, estava com o filho em casa e um cobrador bateu palmas na porta da frente; a mãe olhou e ao ver o cobrador, ordenou ao filho que abrisse a porta, atendesse o cidadão e dissesse que a mãe não estava em casa. A criança obedeceu. Atendeu o homem e em seguida exclamou: “A minha mãe mandou dizer que não está”. Talvez você exclama: “É pastor, mas isso até os crentes fazem”. Sim, mas está é errado.

Você já teve essa experiência? Alguém liga para a sua casa, o filho e/ou a filha atende e grita mãe ou pai é fulana... “Há! Diz pra ela que eu não estou”. Que mentira. 

E o que dizer daqueles pais que incentivam os filhos ir à igreja, mas, em casa falam mal dos líderes, debocham dos professores da Escola Bíblica, dos cultos... E querem ver os filhos sirvam a Deus. Que hipocrisia! Isso também é abuso da inocência. Hoje é tão comum os pais absterem-se da responsabilidade de educar seus filhos no caminho do Senhor e os deixam à vontade e a justificativa para a omissão é a seguinte: “Quando ele ou ela crescer toma o rumo que quiser na vida”. E quando o filho cresce sem rumo, sem princípios, sem moral, os pais choram e tentam adotar a igreja como centro de recuperação. 

E o que dizer daqueles pais que demonstram dupla personalidade. Na igreja é uma pessoa e em casa é outra: Pessoa, insensível, grossa, estúpida, mau caráter, profano, beberrão, violento... E a criança, inocente, ver o pai agindo daquela maneira, se revolta e não quer saber de servir a Deus e a Igreja. Ou se comporta como aquele menino que viu o pai de terno atrás do púlpito dando conselho aos outros e pergunta ao pastor se sua família podia mudar para a igreja. O pastor lhe indagou: “Por que filho?” E a criança respondeu: “Porque aqui meu pai é um santo”.  Aquela criança era mais uma vítima de abuso da inocência em sua própria casa. 

E aqueles pais que usam seus filhos para comprar a bebida alcoólica, cigarros... Induzindo-os ao vício tão cedo? Outros que direta ou indiretamente incentivam a prostituição, o ganho do dinheiro fácil? 

Uma lição me chocou na Escola Bíblica, ela relatava a história de um garoto norte americano que tão logo começou a estudar trazia objetos dos amiguinhos para casa. E mãe sempre admirou a atitude do filho e achava bonitos os objetos, mas nunca repreendeu o filho. O garoto cresceu, alcançou maior idade e depois de tantos furtos e roubos, foi preso e a Justiça decretou prisão perpetua. No momento em que ele foi encaminhado para a prisão, pediu para se despedir da mãe. Ao aproximar dela como se fosse lhe dar um beijo, o rapaz deu-lhe uma mordida no nariz que arrancou um pedaço. O policial que o acompanhava o repreendeu e indagou: “Porque você fez isso?” Ao que ele respondeu: “Porque se ela tivesse me repreendido quando furtei o primeiro brinquedo eu hoje não era um ladrão”. 

A criança nasce inocente e não tem percepção do certo e errado; não tem conhecimento do bem e do mal. Isso ela aprende com os adultos. Especialmente com o pai e a mãe com quem vive a maior parte de sua infância. 

Quantas crianças amadureceram precocemente, tomaram conhecimento de certas práticas e impurezas na convivência com os próprios pais? Ou então, são educadas pelos programas de televisão. E a Justiça brasileira ainda aprova a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo. O que será das gerações futuras? Maranata! ‘VEM, SENHOR JESUS’

Lamento dizer, mas dificilmente se pode recuperar completamente a inocência de uma pessoa. Isto é algo muito ruim e precisa ser tratado. Estamos enfrentando seríssimos problemas por causa da falta de cuidado dos pais. O que fazer? Reconhecer onde erramos e abrir o coração com Deus e nossos filhos e começar mudar. Comece a orar, pedindo a Deus que voltemos à primeira essência.

domingo, 2 de outubro de 2011

O doce veneno da Serpente

Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E a serpente disse à mulher: Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E a mulher disse à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que do fruto comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. (Gênesis 3:1-6).

O que lemos neste texto é o quanto o homem não se importa com o que Deus tem para falar, pois acredita na primeira palavra contrária ao que Deus disse. Deus disse que de tudo poderiam comer com exceção da árvore que estava no meio do jardim, (Gênesis 3:2-3). Já imaginaram a quantidade de frutos que poderiam comer, frutos de quantas árvores poderiam desfrutar? Mas mesmo assim preferiram desobedecer a Deus e não dar importância a sua palavra, pois aos ouvidos da mulher, as palavras da serpente foram mais “doces”, pareciam ser mais “verdade” do que a palavra de Deus.

É muito triste vermos que no mundo em que vivemos, muitas pessoas agem da mesma forma, Deus está o tempo todo falando, porém parece que as palavras da serpente são mais doces, mais atraentes, e dão mais prazer.

E o que Deus estava querendo ensinar para o homem com a ordem de não comerem da árvore, era a obediência, e o homem desobedeceu, pois na verdade não acreditou nas palavras de Deus que morreriam.

Satanás, a serpente, anda sempre ao nosso redor e nos mostra coisas muito atrativas; e muitas vezes não percebemos que Deus está nos dizendo, “da árvore que está no meio do jardim não comereis”, e acabamos comendo. A serpente tem nos enganado com suas mentiras e temos acreditado, está nos levando para a morte, mas continuamos acreditando no que ela diz. Deus disse que morreríamos e não acreditamos, mas a serpente diz que não vamos morrer, e acreditamos no que ela diz. Doce engano!

Desde a queda do homem no jardim do Éden, Deus tem procurado trazer o homem de volta a Sua comunhão, mas parece que o homem tem preferido o doce veneno da serpente, tem se alegrado mais com as coisas que o mundo pode oferecer. E esquecido que “Deus disse que tudo quanto fizera era muito bom”, (Gênesis 1:31), só Deus tem o melhor para nossas vidas, pois Ele nos criou, nos formou a Sua imagem e semelhança, e no que temos transformado essa imagem e semelhança? 

Temos deixado Deus triste com nossas atitudes mesquinhas e soberbas. Queremos ensinar a Deus o que é pecado e o que não é.

Pecado é pecado e sempre vai ser. Podemos criar fórmulas, inventar situações, querer que pessoas acreditem naquilo que acreditamos, mais nada disso muda o que Deus pensa sobre o pecado.

Algumas pessoas tentam usar versículos bíblicos, dizendo que foram escritos numa linguagem ultrapassada e que devemos atualizá-los para linguagem atual, eu creio que isso é importante, porém isso não muda o texto, o que está escrito continua ali. 

Há alguns dias li sobre uma missionária que era homossexual e se converteu ao evangelho, por muito tempo testemunhou sobre seu pecado e que Deus a havia “curado”, porém voltou ao homossexualismo e agora alega que não é mais pecado, e que o importante é anunciarmos a palavra de Deus. O que vejo aqui é que não importa o pecado que eu cometo, Deus tem que me aceitar dessa forma, Ele é quem tem que mudar e não eu. Mas a Bíblia ensina que Deus aceita o pecador como ele está, porém mostra as formas de ele se transformar. Deus quer que nós mudemos nossas atitudes, para que possamos ter novamente comunhão com Ele, se permanecermos no pecado será impossível termos comunhão com Deus. Ele realmente aceita o pecador, porém detesta o pecado, “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem tapado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades, (pecados), fazem separação entre você e Deus; e os seus pecados encobrem você do rosto de Deus, para que não vos ouça, (Isaias 59:1-2). O que Isaías quer dizer aqui é que se há pecado, você pode fazer até piruetas, mas Deus não te vê nem te ouvi.

Não importa qual seja o seu pecado, (e quando falamos de pecado logo pensamos em pecados grandes), porém para Deus não importa, seja homossexualismo ou a uma mentira, para Deus tem o mesmo peso, é tudo pecado, e o que Ele quer é que você entenda que Ele separou uma árvore no meio do jardim, para que você não toque. O diabo tem as suas artimanhas para mostrar a você a “doçura” do pecado, mas Deus quer que você não dê ouvido a serpente, pois no começo o pecado pode parecer doce, mas o seu fim é a morte, “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”, (Romanos 6:23), só Deus pode lhe dar vida eterna.

Para isso é preciso que as pessoas conheçam a palavra de Deus, pois muitas pessoas não conhecem a palavra de Deus, e as que conhecem não obedecem, dessa forma é impossível que haja um amadurecimento.

Que você possa entender o que Deus tem de melhor para sua vida, e deixar de ouvir o que a serpente tem a dizer.

Que Deus o abençoe.
Pastor Wanderley
Ministério Famílias com Cristo