quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Abuso da inocência, os pais têm culpa?

Você já sabe, nem precisaria repetir: Toda criança nasce inocente.  Algo bonito e extremamente admirável. A criança na sua inocência encanta até mesmo quando não entendem o adulto. Tão logo iniciei a especialização em psicologia adotou-se o termo “abuso da inocência” para todo ato que induz ou expõe a criança ao risco de sobrevier dignamente. 

Normalmente quando se refere ao abuso da inocência se imagina uma criança vitima de abuso sexual, porém, quero tratar do assunto me referindo à criança como vitima de todo ato adulto que lhe roube a inocência; atos que geralmente começam em casa, no seio da família.  

Abusar da inocência vai além da pedofilia, que considero um distúrbio gravíssimo do ser humano, mas não tão grave que as atitudes dos próprios pais que induz os filhos a qualquer tipo de risco social. 

A tendência natural é com o passar do tempo é inocência dá lugar a malícia. A criança cresce se torna adolescente, jovem, adulto e a própria família se pergunta: O que houve com aquele garoto tão meigo, tão bom quando criança que com o passar do tempo se tornou tão rude, tão maldoso, malicioso... Causando na maioria das vezes, tristeza para os pais. Mas, o que dizer quando a criança começa dá os primeiros passos e ouve a mãe mentindo para o pai ou para outra pessoa?   

Um dia desses ouvi uma criança presenciando o pai tentando aplicar uma mentira num cobrador de ônibus. No mural atrás do cobrador do ônibus que faz a linha Terra Roxa, Guaíra, estava escrito: “Maiores de 6 anos pagam passagem”. Pai e filho passavam pela roleta e o cobrador pergunta: “Que idade tem o seu filho?” O pai respondeu: “Cinco anos”. A criança imediatamente corrige o pai. “Não pai! Eu tenho seis anos.” O pai logo retrucou: “Que nada, você tem cinco anos”. O cobrador exclamou: “Pai, criança não mente!”. Suponho que aquela criança deve ter sido corrigida ao chegar a casa, por não concordar com a mentira do pai. Mas os pais mentirem na frente dos filhos é comum hoje em dia. Contudo é abusar da inocência, é induzir a criança ao erro. Quantos filhos que viam no pai um herói quando crianças e agora vê nele um mentiroso um cafajeste? Quantos pais desmoralizados...

Lembro-me de uma “irmã” que segundo ela, estava com o filho em casa e um cobrador bateu palmas na porta da frente; a mãe olhou e ao ver o cobrador, ordenou ao filho que abrisse a porta, atendesse o cidadão e dissesse que a mãe não estava em casa. A criança obedeceu. Atendeu o homem e em seguida exclamou: “A minha mãe mandou dizer que não está”. Talvez você exclama: “É pastor, mas isso até os crentes fazem”. Sim, mas está é errado.

Você já teve essa experiência? Alguém liga para a sua casa, o filho e/ou a filha atende e grita mãe ou pai é fulana... “Há! Diz pra ela que eu não estou”. Que mentira. 

E o que dizer daqueles pais que incentivam os filhos ir à igreja, mas, em casa falam mal dos líderes, debocham dos professores da Escola Bíblica, dos cultos... E querem ver os filhos sirvam a Deus. Que hipocrisia! Isso também é abuso da inocência. Hoje é tão comum os pais absterem-se da responsabilidade de educar seus filhos no caminho do Senhor e os deixam à vontade e a justificativa para a omissão é a seguinte: “Quando ele ou ela crescer toma o rumo que quiser na vida”. E quando o filho cresce sem rumo, sem princípios, sem moral, os pais choram e tentam adotar a igreja como centro de recuperação. 

E o que dizer daqueles pais que demonstram dupla personalidade. Na igreja é uma pessoa e em casa é outra: Pessoa, insensível, grossa, estúpida, mau caráter, profano, beberrão, violento... E a criança, inocente, ver o pai agindo daquela maneira, se revolta e não quer saber de servir a Deus e a Igreja. Ou se comporta como aquele menino que viu o pai de terno atrás do púlpito dando conselho aos outros e pergunta ao pastor se sua família podia mudar para a igreja. O pastor lhe indagou: “Por que filho?” E a criança respondeu: “Porque aqui meu pai é um santo”.  Aquela criança era mais uma vítima de abuso da inocência em sua própria casa. 

E aqueles pais que usam seus filhos para comprar a bebida alcoólica, cigarros... Induzindo-os ao vício tão cedo? Outros que direta ou indiretamente incentivam a prostituição, o ganho do dinheiro fácil? 

Uma lição me chocou na Escola Bíblica, ela relatava a história de um garoto norte americano que tão logo começou a estudar trazia objetos dos amiguinhos para casa. E mãe sempre admirou a atitude do filho e achava bonitos os objetos, mas nunca repreendeu o filho. O garoto cresceu, alcançou maior idade e depois de tantos furtos e roubos, foi preso e a Justiça decretou prisão perpetua. No momento em que ele foi encaminhado para a prisão, pediu para se despedir da mãe. Ao aproximar dela como se fosse lhe dar um beijo, o rapaz deu-lhe uma mordida no nariz que arrancou um pedaço. O policial que o acompanhava o repreendeu e indagou: “Porque você fez isso?” Ao que ele respondeu: “Porque se ela tivesse me repreendido quando furtei o primeiro brinquedo eu hoje não era um ladrão”. 

A criança nasce inocente e não tem percepção do certo e errado; não tem conhecimento do bem e do mal. Isso ela aprende com os adultos. Especialmente com o pai e a mãe com quem vive a maior parte de sua infância. 

Quantas crianças amadureceram precocemente, tomaram conhecimento de certas práticas e impurezas na convivência com os próprios pais? Ou então, são educadas pelos programas de televisão. E a Justiça brasileira ainda aprova a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo. O que será das gerações futuras? Maranata! ‘VEM, SENHOR JESUS’

Lamento dizer, mas dificilmente se pode recuperar completamente a inocência de uma pessoa. Isto é algo muito ruim e precisa ser tratado. Estamos enfrentando seríssimos problemas por causa da falta de cuidado dos pais. O que fazer? Reconhecer onde erramos e abrir o coração com Deus e nossos filhos e começar mudar. Comece a orar, pedindo a Deus que voltemos à primeira essência.

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