Por volta das 19h00 de ontem minha esposa me convidou
para ir ao mercado comprar algo para o almoço de hoje. Compramos uma carne para
fazer acebolada com creme de leite e cogumelo, um legume (nada a ver com
coelho, hem!) para fazer uma salada de cenoura cortada em transversais com
maionese e salsinha. Melhor do que isto, só dois disto.
Ao chegar ao mercado, logo na entrada deparei-me com uma
agitação de clientes debaixo do caramanchão de exposição dos ovos de páscoa. De
um lado clientes à procura dos ovos e de outro as promotoras de vendas, que a
esta altura já tinha ganhado o dia, alegando não ter mais ovos de páscoa,
exceto um ou outro amassado, quebrados e que por certo ninguém iria levá-los,
afinal ovo de páscoa sempre se compra para dar a alguém. Foi então quando uma
promotora adiantou-se e disse: eu ainda tenho três ovos do “crepúsculo, já vem
com brinde a pulseirinha da Bella, com o coração e o lobinho”, uma graça, finalizou
a promotora.
Fiquei inerte por alguns segundos, e minha mente viajou a
mil por hora pensando que para uma ousadia desta, misturando o que se pretende
chamar de santo por alguns cristãos, caindo imediatamente no profano, só pode
haver um espírito no comando disto. Logo pensei se existe este espírito ele tem
que ter um nome, se não tem nome eu o batizo como Sr.Coelhino Pascoal. Primeiro
todo feliz pelo grande faturamento das vendas dos ovos neste ano, ao ponto de a
procura ter sido tanta que não sobrou nada, na véspera do domingo de páscoa. Freguês
mais exaltados diziam:"não tem mais em lugar nenhum"!
Coelhinho Pascoal aproveitando as lacunas da religião
cristã sem prática e fé recomendadas nas sagradas escrituras, aprontou duas
boas este ano: “incrementou a venda de ovos de páscoa para cachorro”, e agora
dá um tiro para matar mesmo, lançando o ovo de páscoa da série Crepúsculo. E
por que digo “tiro para matar”? Porque a falta de conhecimento da Palavra de
Deus leva as pessoas e no caso aqui, mais necessariamente os jovens, a comerem
enrolada uma invenção mórbida, sob a tarja de uma série que não respeita
princípios cristãos, e estimula procedimentos estranhos com costumes
impregnados de distorcidas influências à nossa juventude.
Veja o Sr. Coelhinho Pascoal, mestre em distorções de
fatos ocorridos, e com poderes dado à ele pela falsa religião que afastou do
trono o Cordeiro e concedeu o direito de reina ao Coelho, percebe que mais uma
vez ele pode lançar mão de meios para distanciar jovens da verdadeira liberdade
que é Cristo, e trabalha em cima de um ovo, que quer reincrementar a saga
Crepúsculo com direitinho à pulseirinha da Bella. Nos filmes da série
Crepúsculo várias vezes o tema morte é tratado como algo normal, bom,
aceitável, dependendo da causa.
Além da pulseirinha da Bella que tem um coração e um
lobo, o verbo destacado na saga é o “vampirar”. E por quê? Porque Crepúsculo
fala de vampiros. Existem os bons e os maus. Os maus comem gente. Os bons
decidem não comer gente, apenas animais, embora preservarem o instinto de comer
gente e lutarem para não fazê-lo. No filme, uma adolescente e um vampiro bom se
apaixonam. Para preservá-la, o vampiro bom nada faz com ela além de beijinhos,
pois a ama. Por sua vez, a garota declara, nos dois filmes, seu desejo de que
seu amado a transforme numa vampira, para poder finalmente viver para sempre
com ele.
Ora, é no mínimo contraditório a ligação de Crepúsculo
com o ovo de páscoa, já que tantos religiosos defendem que o ovo é o sinal da
vida, da ressurreição, da nova vida. Se é, porque então este artifício maligno
do Sr. Coelhinho Pascoal em infiltrar suas maquiavélicas idéias entremeio aos
que defendem o ovo de chocolate ou de páscoa com um símbolo da páscoa cristã?
Quantas igrejas que abraçam a bandeira cristã vão distribuir ovinhos de
chocolate hoje para as suas crianças? Porque conhecedores da verdade se tornam
escravos das mentiras impetradas pelo Sr. Coelhinho Pascoal? E agora vêm
“crepuscular” os ovos, pegando pelos valores sentimentais nossos adolescentes
que tanto sofrem com uma visão de amor não verdadeiro, distorcido e agora
contaminado com um verbete perigoso nas relações “vampirar”.
O verbo vampirar tem marcado as ações de muitos desta
geração. Nunca adolescentes se suicidaram tanto como no presente. Nunca se
mentiu tanto aos pais. Nunca adolescentes se entregaram tanto a aventuras
loucas como atualmente fazem em baladas, raves, orgias grupais e bacanais de
todos os tipos. Nunca adolescentes beberam tanto quanto agora. Com seus efeitos
perfeitos, atores belos e convincentes, o vampirismo de Crepúsculo seduz
multidões de adolescentes e reafirma as extravagâncias de seu universo
particular. Um universo que olha apenas para sua satisfação pessoal, curiosidades,
vontades, taras. Não importam riscos, perigos, consequências e sofrimentos
provocados naqueles que de fato os amam. Obcecados e hipnotizados vale serem
engolidos por vampiros para se chegar ao cúmulo de viver como eles.
Faço parte da liderança cristã contemporânea e não tenho
medo de afirmar que experimentamos o pior momento para fazer fixar os
princípios divinos em nossos jovens, que são seduzidos diariamente pelas
infiltrações satânicas em todos os segmentos da vida. Na internet rola o pior do
clima de distorção dos conceitos cristãos, nas escolas as gangs pós-aula
divulgam péssimos costumes que arrancaram de programas televisos. Estes dias, a
espera de um ônibus para retornar a casa, num terminal de ônibus, próximo a uma
escola, me assustei ao ver dezenas de jovens ao se despedirem, um a um, 12h30,
sem o mínimo de constrangimento, dizendo tchau, até amanhã, com um selinho boca
a boca. Imagine, uma menina e menino de 10 a 12, trocando “bicocas”(beijo
rápido nos lábios com cada colega ). Perdemos o senso de pudor, sentimento,
amor verdadeiro e orientação cristã.
Larga do meu pé pastor sexagenário, você já viveu a sua
vida deixa a gente curtir a nossa. Pois é, é isto mesmo, a resposta está pronta
na boca dos jovens: calma, isto é exagero, eu sei me cuidar, o pessoal é gente
boa, me esquece! Infelizmente, com sua arte bem executada, Crepúsculo espalha
valores confusos, egoístas e liberais, fazendo um bom número aceitá-los sem
perceberem a fragilidade de tais valores, e agora com o apoio do Sr. Coelhinho
Pascoal, que divulga a saga e distribui pulseirinha em ovo de páscoa.
É bom que se diga que vida casta, não é ideia de
vampiros, é orientação divina. Sonhos impossíveis, com aventuras, com surpresas
de tirar o fôlego e consequências boas na continuidade, podem ser vividos
intensamente com Aquele que não exige seu sangue, antes Ele deu seu sangue
perfeito, para que cada jovem viva como fruto de outro verbo: AMAR
Nesta páscoa, não
desfrute do ovo como símbolo da vida, eis o conselho de Paulo:” “Limpai-vos
pois do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem
fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.”(I Coríntios
5:7)
Pr. Armando Vanelli
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