"O Dr. John Mackay, presidente do Seminário de
Princeton, em seu livro “O sentido da vida”, disse que não há relação mais
espiritual e sublime que a amizade."
A relação de amigos é mais elevada que a de irmãos,
noivos ou esposos, pois há muitos irmãos, noivos e esposos que não são amigos.
Vamos analisar três aspectos acerca do grande valor da amizade. Como podemos
conhecer um amigo verdadeiro?
1. Um amigo é alguém que está do nosso lado ainda quando
todos nos abandonam – A Bíblia diz: “Em todo tempo ama o amigo, e na
angústia se faz o irmão” (Pv 17.17). Um amigo é o primeiro a entrar, depois de
todos terem abandonado a casa. Ele se aproxima não para tirar-lhe algo, mas
para oferecer-lhe tudo, sua amizade. Há duas caricaturas de amizade, que não
passam de uma falsa amizade. A primeira é a amizade tabernária. Nenhum liame
existe entre os amigos “tabernários” além do desejo comum de matar o tempo, de
tomar uns copos, de contar pilhérias um tanto escabrosas, de maldizer o próximo
e fazer farra. Esses amigos dispersam-se na hora da angústia, como os amigos do
Filho Pródigo fugiram, deixando-o faminto e necessitado. A segunda amizade
falsa é a amizade utilitária. É a daqueles para quem todo “amigo” é uma
conveniência, um meio atual ou potencial de facilitar-lhes os interesses. Essa
amizade é uma espécie de pesca de favores, honras, posições e lucros. Essa
espécie de amizade constitui-se numa ameaça para a moralidade pública.
Distribuem-se os cargos não pelos méritos pessoais dos candidatos, mas pelo
número de “amigos” que possuem. Mas, se há “amizade” falsa, existe também a
amizade verdadeira. O amigo verdadeiro ama em todo tempo. O vendaval só
conseguirá que os verdadeiros amigos deitem raízes mais profundas,
entrelançando-se-lhes as radículas no solo do amor eterno.
2. Um amigo é alguém que não precisa usar máscaras para
desfrutar de intimidade – A Bíblia diz: “… há amigo mais chegado do que um
irmão” (Pv 18.24). Um amigo verdadeiro não precisa de formalidades e
convencionalidades para se aproximar de nós. Ele nos conhece e nos ama não
apenas por causa das nossas virtudes, mas também apesar dos nossos defeitos. O
verdadeiro amigo é aquele que está perto nas horas de celebração e também nos
tempos de choro. Ele é capaz de chorar conosco na dor e cantar conosco nos dias
de festa. A verdadeira amizade derruba paredes e constrói corredores; nivela os
vales e constrói pontes. A Bíblia destaca a amizade de Davi e Jônatas. Essa amizade
foi santa, íntegra e fiel. Esses dois jovens buscavam o bem um do outro. Eles
protegiam um ao outro. Um amigo verdadeiro não se nutre de suspeitas nem dá
ouvidos à intriga. Não há amizade sem lealdade. A intriga é o verdugo da
amizade. A amizade é edificada sobre o fundamento da verdade e cresce com o
cultivo da intimidade.
3. Um amigo é alguém que prefere o desconforto do
confronto à comodidade da omissão – A Bíblia diz: “Como o ferro com o
ferro se afia, assim o homem ao seu amigo” (Pv 27.17). Uma amizade verdadeira
não é construída sobre a cumplicidade no erro, mas sobre o confronto da
verdade. As feridas feitas pelo amigo são melhores do que as lisonjas do
bajulador. Uma amizade leal não se acovarda na hora do confronto. Há
circunstâncias em que a maior prova de amizade está em aceitar o risco de
perdê-la, em nome da própria amizade. A Bíblia nos ensina a falar a verdade em
amor. A Bíblia nos orienta a servir de suporte uns para os outros. A Bíblia nos
manda corrigir aos que são surpreendidos na prática de alguma falta, e isso,
com espírito de brandura. Não existe amizade indolor. Não existe amizade
omissa. Um amigo é alguém que tem liberdade, direito e responsabilidade de
exortar, corrigir e orientar seu confrade quando vislumbra a chegada de um perigo
ameaçador. Nesse mundo timbrado pela solidão e pelo isolamento, onde florescem
as “amizades virtuais”, precisamos cultivar amizades verdadeiras, amizades que
glorificam a Deus, edificam a igreja e abençoam a família!
Fonte: Hernandes Dias Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário