INTRODUÇÃO
1. Um tribunal é estabelecido
O livro de Malaquias trata de sete audiências. Deus fala,
o povo faz a réplica e Deus a tréplica.
2. Uma acusação é formalizada
A acusação contra Deus é de que ele não é ético: não
apenas deixando de premiar o bem, mas comprazendo-se no mal.
3. Uma defesa é feita
Deus sai do banco dos réus e prova que a acusação contra
ele é falsa, e apresenta-se como testemunha e juiz para condenar os impenitentes
e restaurador do seu próprio povo.
4. Uma sentença é lavrada
Deus julga o impenitente, mas restaura o seu povo.
I. OS ACUSADORES DE DEUS
1. Os acusadores de Deus são ingratos
Os acusadores não são de nações pagãos, estranhos à
aliança, mas o próprio povo de Deus.
Os acusadores são aqueles a quem Deus tem amado, protegido,
libertado.
Os acusadores são aqueles que deveriam estar adorando a
Deus, em santidade de vida, mas estão se insurgindo contra ele, levantando
acusações falsas contra ele, torcendo a verdade, disseminando o erro.
A pergunta deles queria dizer: “Onde está a prova de que
existe alguma mão divina dirigindo os negócios humanos?”
2. Os acusadores de Deus são insensíveis
Eles estão enfadando a Deus com suas palavras e com os
seus pecados, mas não sabem que estão enfadando a Deus. Eles falam e agem
contra Deus, mas não tem percepção disso. Estão anestesiados, cauterizados,
insensíveis.
3. Os acusadores de Deus são equivocados
Eles tinham uma idéia completamente falsa de sua missão.
Esperavam que ele viesse destruir as potências dos gentios e restaurar o poder
de Israel, mas não estavam preparados para a obra que ele realizaria na
purificação dos judeus.
Eles esperavam que com a reconstrução do segundo templo,
fatos milagrosos acontecessem como aconteceu com o primeiro templo.
Eles esperavam que com o retorno da Babilônia, Deus
enviasse o seu Messias para quebrar o poder do jugo estrangeiro e fizesse
deles, judeus, uma nação poderosa.
Eles tinham expectativas claras de que Deus os exaltasse
aos olhos das nações, mas ainda estavam sob o jugo estrangeiro, enquanto os
pagãos se fortaleciam.
Eles tinham a expectativa de Messias político, guerreiro.
Eles esperavam que Deus os exaltasse, mesmo em seus pecados.
II. A ACUSAÇÃO CONTRA DEUS
1. Deus é acusado de ser passivo diante do que acontece
no mundo – 2.17
a) A questão da prosperidade do ímpio – Este
questionamento não era novo: Por que um homem leva uma vida séria, decente,
cumpre seus deveres, paga os impostos devidos e está sempre marcando passo. Já
o outro é corrupto, vive burlando as leis, roubando, corrompendo, maquinando
contra o próximo e prospera?
1) Asafe – Por que os ímpios prosperam e ele a cada manhã
é castigado? Depois da sua angústia, Asafe afirma: “Até que entrei no santuário
de Deus, então percebi o fim deles”.
2) Jeremias – “Justo és, ó Senhor, quando entro contigo
num pleito; contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o
caminho dos perversos, e vivem em paz todos os que procedem perfidamente?”
(12:1).
3) Habacuque – “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não
me responderás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? [...] Por esta causa,
a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o
justo, a justiça é torcida” (Hc 1:2-4).
4) Sofonias – “…O Senhor não faz bem, nem faz mal”
(1:12).
5) Malaquias – “…Qualquer que faz o mal passa por bom aos
olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?”
(3:17).
6) As calamidades naturais
7) A injustiça social
8) A depravação moral
2. Deus é acusado de ser parcial e imoral em seus
julgamentos – 2:17
Eles fazem três pesadas acusações contra Deus:
a) Impunidade no julgamento – “…Qualquer que faz o mal
passa por bom aos olhos do Senhor”. Eles acusam Deus veladamente de não
recompensar o bem, mas de premiar o mal.
b) Corruptibilidade no caráter – “…e desses é que ele se
agrada”. Eles atacam o caráter santo de Deus. Eles acusam Deus de deleitar-se
no pecado e agradar-se do pecador.
c) Inatividade na providência – “Onde está o Deus do
juízo?” – Acusam Deus de ser omisso na história, de ser lerdo nas intervenções.
Mas, eles é que eram cegos. Deus agiu no dilúvio, em Sodoma, no cativeiro
babilônico. Deus agirá no futuro.
III. A DEFESA DE DEUS
Todas as acusações contra Deus eram falsas. Emanaram de
pessoas ingratas, corrompidas e equivocadas. Deus é santo, tem o controle da
história e manifestará o seu julgamento contra aqueles que pervertem a sua lei.
Diante da pergunta: “Onde está o Deus do juízo?” o Senhor
responde: O Deus do juízo virá. Malaquias fala da primeira e da segunda vinda
ao mesmo tempo. Como ele virá?
1. O Deus do juízo virá certamente – (3:1)
Deus está com as rédeas da história nas mãos. Pode
parecer que os grandes impérios é que estão no controle, que os poderosos é que
dirigem a história. Mas Deus é quem está assentado no trono. Ele é quem governa.
Ele levanta reis e abate reis. Ele virá para estabelecer o seu Reino de
justiça!
2. O Deus do juízo virá inesperadamente – (3:1)
Ele virá repentinamente. Quando ele veio em sua primeira
vinda Herodes não o esperava e toda a Judéia ficou turbada. Quando ele vier na
sua segunda vinda, virá como o ladrão, inesperadamente.
Sua vinda será como nos dias de Noé: as pessoas estarão
cuidando de seus próprios interesses e não se aperceberão quando ele chegar.
3. O Deus do juízo virá oportunamente – (3:1)
O Senhor enviará o seu mensageiro para preparar o caminho
(Is 40:3). João Batista veio como precursor. Seu ministério foi aterrar os
vales, nivelar os montes, endireitar os caminhos tortos e aplainar os caminhos
escabrosos.
Malaquias diz que antes do dia do Senhor, viria o profeta
Elias (4:5). Mateus 11:14 diz que João Batista é o Elias. O espíritas pensam
que João Batista foi uma reencarnação de Elias. Mas Elias não morreu, por isso,
não poderia se reencarnar. Ainda, a Bíblia explica que João veio no espírito e
no poder de Elias (Lc 1:17) e não como reencarnação de Elias. A identificação
não é corpórea, mas de ministério. Zacarias apontou para João Batista como esse
mensageiro: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás ante
a face do Senhor, a preparar os seus caminhos” (Lc 1: 76).
Na segunda vinda precisamos também nos preparar. Jesus
alertou sobre a necessidade de vigiarmos. A taça do juízo não é derramada antes
da trombeta do alerta.
4. O Deus do juízo virá majestosamente (3:2)
Eles acusavam Deus de parcial, mas queriam um Deus
parcial, alguém que viria para premiá-los, para promovê-los. Ele haviam criado
um deus doméstico. Mas Deus é o soberano do universo. Ele vem como juiz de toda
a terra.
A questão agora, não se ele vem, mas quem poderá suportar
a sua vinda? Ele vem para perscrutar, para julgar. Você está preparado?
O profeta Amós diz que o dia do Senhor será dia de trevas
e não de luz para aqueles que esperam o favor de Deus, mas permanecem em seus
pecados (Am 5:18-20).
5. O Deus do juízo virá restauradoramente – (3:2-4)
a) Deus é como o fogo do ouvires (v.2) – O propósito do
ourives é purificar e não destruir. O fogo destrói a escória e purifica o ouro.
Esse é um processo doloroso, mas necessário. O fato de Deus nos colocar na
fornalha prova duas coisas: 1) Somos preciosos para Deus – Deus jamais iria
depurar algo imprestável; 2) Somos propriedade exclusiva de Deus – Somos
genuínos. O ponto que ourives quer chegar é olhar para o ouro puro e ver
refletido nele a sua imagem.
b) Deus é como a potassa dos lavandeiros (v.2) – A
potassa era como sabão, tirava as manchas, a sujeira. O fogo purifica
internamente, a potassa lava externamente.
c) Deus é o purificador do seu povo (v.3) – Deus virá
para fazer uma obra não apenas por nós, mas em nós. Deus quer líderes puros.
Ele primeiro derrete, depois purifica. Esse é um processo difícil. Ele nos
derrete e nos molda. Deus é o purificador dos filhos de Levi. Nós somos uma
raça de sacerdotes. Somos adoradores. Nossa vida precisa ser íntegra, para que
nossa oferta seja aceitável.
d) Deus é o restaurador do ofertante e da oferta (v.3,4)
– o propósito de Deus é restaurar o adorador e a oferta. A vida precede o
culto. Primeiro Deus aceita a vida, depois a oferta. Deus tem saudade do
passado, do tempo que o povo lhe trazia ofertas agradáveis (Jr 2:2; Ap 2:4).
6. O Deus do juízo virá condenatoriamente – (3:5)
Deus chega para juízo e o juízo começa pela Casa de Deus.
Deus chega e se apresenta como testemunha veloz não a favor, mas contra aqueles
que praticam o pecado. Deus prova que a acusação contra ele é infundada. No
tribunal Deus se levanta contra:
a) Os feiticeiros – A feitiçaria e o ocultismo sempre
ameaçaram a nação de Israel. Por isso, os profetas condenaram de forma tão
veemente os casamentos mistos, porta de entrada do ocultismo na vida do povo de
Deus. O ocultismo hoje está na moda. Moisés enfrentou os magos. Saul
envolveu-se com uma médium. Pedro confrontou a bruxaria de Simão, o mágico.
Envolver-se com ocultismo é envolver-se com demônios.
b) Os adúlteros – Malaquias mostrou no capítulo 2:10-16,
que alguns homens estavam abandonando sua mulher para casar com mulheres pagãs.
Estavam cometendo adultério. Estamos vivendo hoje a derrocada da família.
Famílias destroçadas produzem igrejas fracas. A idolatração do sexo. A
banização do sexo. O homossexualismo, a pornografia, a imoralidade estão
sodomizando a cultura ocidental.
c) Os que juram falsamente – Muitos homens estavam
cometendo perjúrio, quebrando os votos conjugais. Os mentirosos não herdarão o
reino de Deus. A mentira tem procedência maligna. Muita gente já foi ferida de
morte com a língua. Ela é fogo, veneno.
d) Os que defraudam o salário do jornaleiro – Enriquecer
com o suor do pobre, sonegando-lhe o pão é algo grave aos olhos de Deus. O
sangue do justo fala ao ouvido de Deus, bem como o salário do jornaleiro retido
com fraude (Lv 19:13; Tg 5:4).
e) Os que oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito
do estrangeiro – Deus é o defensor daqueles que não têm vez nem voz.
CONCLUSÃO
1. Os acusadores agora estão no banco dos réus
O Deus do juízo virá, mas eles não suportarão a sua
vinda. Ele virá, mas eles serão julgados e condenados.
2. A causa da condenação dos réus é declarada
Os acusadores de Deus, tornaram-se réus condenados porque
não temeram a Deus. Quando o homem perde o temor de Deus, ele perde o
referencial do certo e do errado. Quando ele perde o temor de Deus ele corrompe
(Ne 5:15).
A nossa geração está perdendo o temor de Deus e se
chafurdando em um pântano lodoso.
Oh! que nos preparamos para o glorioso dia de Deus.
Aquele dia será de glória indizível para os remidos, mas de trevas para os
despreparados!
Quando ele “se chegar para o juízo” a pergunta “onde está
o Deus do juízo?” será respondida!
Fonte: Rev. Hernandes Dias Lopes
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