Referência:
Malaquias 2.10-16
INTRODUÇÃO
O assunto de
hoje está nas manchetes dos jornais. É uma tema atual, pertinente e urgente. A
maior crise que estamos vivendo é a crise da família.
O que é
casamento? O que Deus diz sobre casamento misto? E o divórcio, como Deus o
encara?
O nosso estudo
hoje versará sobre essas questões vitais:
1. A teologia
determina a vida
Os sacerdotes
deixaram de ensinar a Palavra e o povo se corrompeu. Práticas erradas são fruto
de princípios errados.
Eles estavam
lidando de forma errada uns com os outros, porque estavam lidando de forma
errada com Deus.
2. A família
determina a igreja
Os casamentos
mistos estavam pondo em risco a teocracia judaica, a integridade espiritual da
nação e o divórcio estava colocando em risco a integridade das famílias. O
abandono do cônjuge estava ameaçando o desmoronamento do lar em Israel.
Famílias desestruturadas e quebradas desembocam em igrejas fragilizadas.
I. O
CASAMENTO É UMA ALIANÇA DE AMOR – v. 14
1. Os limites
da aliança conjugal
a) O casamento é
uma união heterossexual (v. 14) – O casamento é a união entre um homem e uma
mulher. Este é o princípio da criação conforme Gênesis 2:24: “Por isso, deixa o
homem seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne”. A união homossexual é uma abominação, um erro, uma torpeza, uma paixão
infame contrária à natureza.
b) O casamento é
uma união monogâmica (v. 14) – O casamento é a união entre um homem e uma
mulher. A monogamia foi instituída na criação, sancionada na lei, reafirmada na
graça. A incidência da poligamia foi fruto da desobediência e trouxe graves
consequências.
c) O casamento é
uma união monossomática (v. 14) – O sexo no casamento é ordem, é bom, é santo,
é puro, é deleitoso. A deslealdade à aliança implicava na infidelidade sexual.
Os índices de infidelidade conjugal são alarmantes na atualidade (75% homens e
63% mulheres).
d) O casamento é
uma união indissolúvel (v. 14) – A quebra da aliança conjugal é deslealdade.
Jesus reafirmou que “o que Deus uniu não o separe o homem” (Mt 19:6).
2. A natureza
da aliança conjugal
a) O casamento é
uma aliança voluntária de amor entre um homem e uma mulher (v. 14) – O
casamento não é compulsório. É uma escolha voluntária. Ninguém obriga duas
pessoas se casarem. Quando elas se unem nessa aliança devotam amor um pelo
outro. Elas aceitam entrar debaixo do mesmo jugo. Elas fazem uma aliança, um
pacto de pertencerem um ao outro, de cuidarem um do outro, de serem fiéis um ao
outro. O casamento é um pacto (Pv 2:17). Provérbios 5:18 exorta exorta o marido
a alegrar-se com a mulher da sua mocidade.
b) O casamento é
uma aliança de companheirismo (v. 14) – O casamento não foi criado para os
cônjuges competirem, mas para cooperarem. Eles devem cuidar do outro, como
cuidam de si mesmo. Eles são companheiros, ou sejam, devem estar juntos na
alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade.
c) O casamento é
uma aliança testemunhada por Deus (v. 14) – Deus é o arquiteto, o fundamento e
o sustentador do casamento. Ele está presente. Ele é a testemunha principal. O
casamento foi instituído por ele, é feito na presença dele. Devemos pedir a ele
o cônjuge. Devemos construir a relação sobre ele (Sl 127:1). O cordão de três
dobras não se arrebenta com facilidade (Ec 4:12).
II. O
CASAMENTO MISTO É UMA VIOLAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS
1. O
casamento misto é uma deslealdade à paternidade de Deus – v. 10
Deus é o Pai do
seu povo, de uma forma especial. Deus chamou Israel para ser o seu povo
particular (Os 11:1). Nós pertencemos à família de Deus. Fomos adotados e
também somos gerados do Espírito. Deus fez conosco uma aliança de ser o nosso
Deus e nós o seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade.
O casamento
misto levava a idolatria e a adoração de outros deuses era uma espécie de
infilidade conjugal com o Deus da aliança. Era uma traição e uma quebra da
aliança (Ex 34:11-16; Nm 25; Nm 13:23-29).
O apóstolo Paulo
pergunta: “Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com
o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2 Co
6:15-16).
O casamento
misto era uma porta de entrada para o desvio da fé:
a) A geração
ante-Diluviana – A decadência da geração ante-diluviana foi devido ao casamento
entre os filhos de Deus com as filhas dos homens, ou seja, de uma geração
piedosa com uma geração que não temia a Deus.
b) A geração que
possuiu a terra prometida – Os casamentos mistos foram o fator principal da
apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato.
c) A geração
pós-cativeiro – O casamento misto foi duramente reprovado por Esdras (Es
9:1-2), Neemias (Ne 10:30; 13::23-27) e Malaquias (Ml 2:10-16).
2. O
casamento misto é a quebra da aliança feita pelos Pais – v. 10
Quando o povo
recebeu a lei de Deus no Sinai, eles prometeram a Deus que não dariam seus
filhos ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Ex 34:16;
Dt 7:3).
A questão não
era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de deuses estranhos
(v. 11). O problema não era racial, mas religioso. Boaz casou-se com Rute, uma
moabita.
Hoje, quando uma
pessoa se casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito
bíblico (1 Co 7:39; 2 Co 6:14-17).
3. O
casamento misto implica em infidelidade a Deus – v. 11
a) Porque atenta
contra o propósito da família viver para a glória de Deus – a família devia ser
a escola em que a vida como Deus a imaginava deveria ser aprendida e praticada
(Dt 11:19). A vida cristã deve ser vivida exclusivamente para a glória de Deus.
O casamento é uma demonstração do casamento de Cristo com a Igreja. O lar
precisa ser uma igreja santa, adorando ao Deus santo. Uma casa dividida não
pode prevalecer. Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo.
b) Porque
conspira contra a criação dos filhos no temor do Senhor (v. 15) – Um casamento
misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos na disciplina e
admoestação do Senhor (Ef 6:4). Os filhos passam a falar meio asdodita (Ne
13:24).
c) Porque é uma
aberta desobediência ao mandamento de Deus (v. 11) – Tanto no Antigo como no
Novo Testamento a ordem de Deus é clara: o casamento misto não faz parte do
projeto de Deus para o seu povo (Dt 7:3-4; 2 Co 6:14-17).
4. O
casamento misto é um alvo certo do juízo de Deus – v. 12
A desobediência
traz juízo. Deus não premia a desobediência. As consequências podem ser amargas
para aqueles que entram na contramão da vontade de Deus.
A linguagem faz
lembrar o juízo que atingiu Eli, cuja família foi eliminada do sacerdócio por
causa da sua negligência e por causa das maldades cometidas por seus dois
filhos (1 Sm 2:29-35).
III. O
DIVÓRCIO É UMA QUEBRA DA ALIANÇA CONJUGAL
1. A natureza
do divórcio
a) O divórcio
não foi instituído por Deus (v. 16) – Deus regulamentou o divórcio, mas não o
instituiu. Deus instituiu o casamento e não o divórcio. O casamento é fruto do
coração amoroso de Deus, o divórcio é fruto do coração endurecido do homem.
b) O divórcio
não é da vontade de Deus (v. 16) – Embora, o divórcio seja permitido em caso de
infidelidade e abandono, ele não é obrigatório. Ele é resultado da dureza de
coração. Melhor que o divórcio é o perdão e a restauração.
c) O divórcio é
a quebra de uma aliança feita na presença de Deus (v. 14,15) – O divórcio é a
apostasia do amor. É rejeitar alguém que um dia foi desejado. É descumprir com
professas feitas na presença de Deus. Malaquias diz que é a quebra da aliança
com: 1) A mulher da tua mocidade (v. 14,15); 2) Tua companheira (v. 14); 3) A
mulher da tua aliança (v. 14).
2. A causa do
divórcio
a) A falta de
cuidado de si e do cônjuge (v. 15,16) – O casamento é como conta bancária, se
sacarmos mais que depositamos, vamos à falência. Se investíssemos mais no
casamento, teríamos menos divórcios (Mt 19:3-9). Quem ama o cônjuge a si mesmo
se ama. Quais são só cuidados que precisamos ter: 1) Não deixar o casamento
cair na rotina; 2) Não guardar mágoa; 3) Não se descuidar da comunicação; 4)
Suprir as necessidades emocionais e sexuais do cônjuge; 5) Administrar sabiamente
a questão financeira.
b) A falta de
bom senso (v. 15) – “Ninguém com um resto de bom senso o faria. Mas que fez um
patriarca? Buscava descendência prometida por Deus”. Alguns estudiosos vêem
aqui o divórcio de Abraão. Mas creio que o texto fala da criação. O assunto do
contexto é divórcio. Daí, a exortação do profeta: “Portanto, cuidai de vós
mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade”. Antes de
divorciar uma pessoa precisa ter bom senso para pensar nas consequências: 1)
Consequências espirituais; 2)Consequências emocionais; 3) Consequências
econômicas; 4) Consequências para os filhos; 5) Consequências para a igreja.
3. As
consequências do divórcio
a) Provoca
profunda dor na pessoa abandonada (v. 13) – Esse choro era dos homens que se chegavam
a Deus sem ter suas orações respondidas e também das mulheres abandonadas.
Quando as esposas abandonadas iam ao altar e derramavam suas lágrimas, isso
tocava o coração de Deus ao ponto dele não aceitar as orações dos maridos que
as abandonavam. O divórcio dói mais do que o luto para o cônjuge e para os
filhos.
b) Traz graves
consequências para os filhos (v. 15) – A poligamia e o divórcio não são
conducentes à criação de filhos no temor de Deus. E, em última instância, essas
práticas não eram proveitosas para obter a semente piedosa na árvore
genealógica do Messias prometido.
c) Provoca
quebra da comunhão com Deus da pessoa que abandona (v. 13b) – Os contemporâneos
de Malaquias estavam subestimando o pecado do divórcio (v. 13). Eles choravam,
mas não obedeciam. Quando Deus não aceita o ofertante, ele rejeita a oferta. No
primeiro capítulo de Malaquias, Deus recusa-se a aceitar os sacrifícios porque
os animais eram defeituosos (1:8,10,13); agora, Deus os rejeita por causa do
divórcio dos ofertantes. Salmo 66:18 diz que se há iniquidade no coração, Deus
não ouve as orações. 1 Pedro 3:7 diz que se o marido não vive a vida comum do
lar, suas orações são interrompidas. Deus não aceita o culto desses homens,
porque ele não aceita a quebra da aliança conjugal.
d) Provoca o
repúdio de Deus ao ato e à pessoa (v. 16) – Deus odeia o divórcio e repudia
aquele que age com violência com o cônjuge abandonado. Para Deus o divórcio é
como cobrir de violência as suas vestes. De fato, toda vítima do divórcio é
violentada psicologicamente. Os golpes psicológicos precedem à separação
física. O divórcio não é algo de somenos para Deus. Numa época em que o
divórcio campeia tão célere, precisamos inclinar os ouvidos à estas palavras de
Deus!
CONCLUSÃO
1. O povo de
Deus, aliançado com ele, não deve entrar em aliança com aqueles que não
pertencem à família de Deus.
2. O clamor dos
feridos é mais alto aos ouvidos de Deus do que as orações daqueles que ferem.
As lágrimas dos oprimidos são mais preciosas para Deus do que as ofertas daqueles
que oprimem.
3. Deus é a
testemunha de toda cerimônia de casamento, e também será a testemunha de toda
violação desses votos.
4. O pecado do
divórcio é uma coisa abominável que Deus odeia.
Fonte: Rev. Hernandes Lopes
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