Discutir, argumentar, “brigar”. Brigar nunca
é bom, mas em sua forma primordial – o argumento, ou discussão – é uma forma de
arte que, se feita de forma eficiente, pode ser uma maneira útil de entender
como as pessoas se sentem, e até fazer mudanças positivas (em um
relacionamento, digamos).
Quer saber como conseguir isso? Siga as dicas da
terapeuta de relacionamentos Dra. Sheri Jacobson:
1 – MEÇA SUAS EMOÇÕES
Antes de iniciar uma discussão, é fundamental que você
verifique o seu estado emocional. Examine como você está se sentindo
emocionalmente, em uma escala de um a dez: um sendo sereno, e 10 absolutamente
furioso.
Se você estiver acima de 7,5, nem sequer pense em entrar
em uma discussão. Quando você fica com raiva, seu corpo exibe sintomas físicos.
Você regride para um estado mais “animal”, porque seus neurônios não são
acionados com rapidez suficiente para uma área do cérebro chamada amígdala,
responsável pelo processamento de nossas emoções.
Neste ponto, você já não é capaz de se engajar em
pensamento racional e adequado: você entra em um primitivo estado de “luta ou
fuga”. Neste estado, o seu corpo ou se prepara para qualquer luta, seja ela
física ou verbal, ou para fugir em busca de abrigo (nenhuma das opções é boa,
certo?).
Você vai notar sintomas físicos como aumento da
frequência cardíaca, palmas das mãos suadas, temperatura elevada, tensão e
pensamentos violentos. Quando você se sentir assim, pare, se afaste e reflita
sobre por que você está tão bravo ou chateado.
2 – TOME FÔLEGO
Faça uma pequena pausa para tentar respirar lenta e
profundamente: isso ajuda a sinalizar para o cérebro de que você não está em
uma situação perigosa. Seu sistema nervoso vai começar a se comportar
normalmente, e você será capaz de avaliar a sua situação de forma mais objetiva
e racional.
3 – VERIFIQUE SE AS COISAS SÃO REALMENTE TÃO RUINS QUANTO
VOCÊ PENSA
Às vezes, uma simples forma de terapia comportamental
cognitiva (TCC) pode ser útil: observe o que está lhe deixando com raiva, pense
sobre o porquê isso lhe incomodou e tente avaliar se a situação é realmente tão
ruim quanto você pensa que é. Muitas vezes não é.
4 – LEMBRE-SE DA SUA META
Quando você finalmente decidir entrar em uma discussão,
certifique-se de que você vai entrar nela com a atitude correta: o objetivo é
ser feliz, não estar certo. Você deve querer resolver a situação, e não apenas
competir ou entrar em uma discussão inútil.
5 – ATENÇÃO À LINGUAGEM
Qual o objetivo do conflito? Você quer um pedido de
desculpas ou uma mudança de comportamento, por exemplo? Escreva o que você
espera, para usar a linguagem apropriada – verbal e física – para deixar seus
desejos ou queixas claros.
No calor do momento, coisas desnecessárias são ditas.
Tente não confundir o propósito da discussão, para não diminuir qualquer chance
de resolução.
6 – SEJA SUAVE
É quase impossível fingir que você não está com raiva ou
chateado quando você está, mas tente não manter uma postura defensiva. Não
cruze os braços ou gesticule muito descontroladamente. Se possível, sente-se em
frente à pessoa com quem você está discutindo, e, se for o seu parceiro ou
alguém com quem você tem intimidade, tente tocá-lo.
Lembre-se o tempo todo que o propósito do conflito é a
resolução, é que ambos saiam tão felizes quanto possível. Isso significará
compromisso, e o poder do toque vai demonstrar isso.
7 – OUÇA
Mais importante do que falar é ouvir. Você deve mostrar a
outra pessoa que você está disposto e é capaz de ouvir os dois lados da
história. Na verdade, ouvir os dois lados pode até mesmo ajudar a
contextualizar seus próprios sentimentos, tornando mais fácil entender por que
você ficou chateado em primeiro lugar.
Mas quando você começar a falar tenha cautela. Argumentos
não são jogos de culpa: sua chance de falar sobre suas emoções não deve ser uma
chance de “xingar” ou implicar com alguém.
8 – SEJA POSITIVO
Em vez de dizer a alguém o que ele fez de errado e como isso
lhe fez mal, centre a discussão em si mesmo e traga exemplos positivos de
comportamento para ajudar a transmitir o seu ponto de vista.
Por exemplo, em vez de dizer “Você esqueceu meu
aniversário e isso me deixou chateada”, diga “Eu me senti chateada quando você
esqueceu meu aniversário, porque você é sempre tão atencioso”. Não diga “odeio
que você sai todos os dias”, mas sim “eu gosto quando você fica comigo”, e
assim por diante.
Isto imediatamente torna o tom da conversa menos
agressivo, limita a extensão da culpa colocada sobre essa pessoa e torna mais
fácil para ela entender porque você está infeliz.
9 – PENSE NO FUTURO
Tente não relembrar erros ou conflitos passados ao
expressar o que sente. A pessoa com quem você está discutindo simplesmente
ficará muito consciente de delitos passados que nem ela, nem você podem fazer
algo para mudá-los.
Em vez disso, concentre-se no aqui e agora, ou não haverá resolução e
reconciliação.
10 – HÁ FORÇA NA FRAQUEZA
Admitir uma fraqueza ou um erro é uma força definitiva e
em muitos casos a chave para acabar com a disputa ou briga.
Se todo o resto falhar procure ajuda. Pode ser muito fácil entrar em um ciclo
interminável de divergências. Se você acha que precisa de um terceiro para
“arbitrar” as conversas, muitos terapeutas atendem casais (também há terapeutas
para outros tipos de relacionamento ou problemas). Fonte: [DailyMail]
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