sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dilma afirma que o governo não deve fazer “propaganda de opções sexuais”

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quinta feira (25) que não concorda com o conteúdo do kit de combate à homofobia que seria distribuído nas escolas públicas de ensino médio por não atender ao objetivo de combater a discriminação contra homossexuais. Segundo avaliação da presidenta, o governo não deve fazer propaganda de opções sexuais.
“O governo defende a educação e a luta contra práticas homofóbicas... No entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais, nem podemos interferir na vida privada das pessoas”. Dilma disse que assistiu apenas um trecho de um dos três vídeos produzidos para integrar o kit e que vazaram na internet. Ela reiterou que a questão será revisada pelo governo e decidiu suspender todas as produções. “É uma questão que o governo vai revisar, não haverá autorização para esse tipo de política de defesa A, B ou C”.
As declarações de Dilma irritaram o deputado Jean Wyllis, PSOL/RJ Assumidamente gay e um dos maiores defensores das causas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transexuais) na Câmara. “Achei precipitado a presidenta tomar uma decisão sem ouvir os atores em questão. Ela devia ter conhecimento de todos os pareceres favoráveis ao projeto. Os pareces da UNESCO, do Conselho Federal de Psicologia, da UNE, e do próprio Conselho de Classificação Indicativa. Não é possível que essas instituições estejam erradas”, sustenta.
Wyllys acredita que a polêmica criada pela bancada evangélica em torno do kit contra a homofobia tem um alvo: o PLC 122 (que criminaliza a homofobia). “Essa campanha já está em curso. Tentam criar uma onda de terrorismo, uma histeria coletiva, como fizeram no segundo turno das eleições”.
Já o deputado federal, Anthony Garotinho (PR-RJ) afirmou que, para convencer o governo a suspender a produção do material de combate à homofobia, que seria distribuído a cerca de 6 mil escolas de ensino médio, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.
Garotinho coordenou no dia 24/05 uma reunião dos evangélicos que resultou em três decisões: colaborar para que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fosse convocado para depor sobre sua evolução patrimonial; obstruir as votações na Câmara dos Deputados e apresentar o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a contratação de organizações não governamentais (ONGs) pelo Ministério da Educação (MEC). Entidades que tentam interferir na educação dos brasileiros.
Garotinho acusou o ministro da Educação, Fernando Haddad, de não ter cumprido um acordo selado com a bancada religiosa. "Ele [Haddad] saiu da reunião com o compromisso de um pacto pela convivência harmônica. Dias depois, falou coisas diferentes na imprensa. Ele disse que tinha aprovado o material, que não via nada de mais e que o material iria adiante. Em função disso, os deputados se reuniram e deliberaram algumas posições", disse.
O ministro da Educação Fernando Haddad tentou explicar a produção dos vídeos dizendo que: “A violência contra esse público (gay) é muito grande e a educação é um direito de todos os brasileiros, independentemente de cor, crença religiosa ou orientação sexual. Os estabelecimentos públicos têm que estar preparados para receber essas pessoas e apoiá-las no seu desenvolvimento”.
Nesta quinta-feira, (26/5) o senador Magno Malta PR/ES solicitou audiência para pública para saber o que a população brasileira acha do PL 122. Ainda na quinta-feira, a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou por unanimidade o requerimento do senador Magno Malta que solicita audiências públicas para debater com a sociedade civil o projeto de lei 122/2006, que trata, entre outros tópicos, a união estável entre casais do mesmo sexo. “Vamos atravessar a fronteira da religião e chegar ao coração da família brasileira para, pela primeira vez, ouvir o que pensa sobre esta mudança de comportamento que afeta hábitos e valores universais da sociedade”, explicou o senador.
O MEC gastou 3 milhões de reais para ONGs produzirem os vídeos. O material seria distribuído nas escolas de ensino médio de todo país.
A maioria dos leitores do jornal Cidadania Cristã, acham um absurdo a intromissão das ONGS que tentam influenciar na educação ou orientações dos filhos “isso cabe aos pais e não há terceiros”.
Repórter Lúcio Freire, com informações da Agencia Brasil

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