quinta-feira, 26 de maio de 2011

“Sem cera” ειλικρίνεια

Segundo historiadores da antiguidade, os antigos gregos e romanos fabricavam vasos de cerâmica e porcelana finíssima. Para comprar ou vender os vasos de barro ou porcelana finíssima, havia um cuidado especial do vendedor e do comprador.
Porque o cuidado? Porque depois de prontos, os vasos eram levados ao fogo e alguns rachavam com a alta temperatura. Os feirantes, desonestos tapavam as rachaduras com cera branca, da cor do vaso. Somente quando os vasos eram expostos ao calor do Sol, o vaso revelava ter sido remendado com cera. Por isto os mercadores honestos marcavam os seus produtos com a palavra “sine cera” (latim) “eilikrinés” grego, “sem cera”. Daí, o termo “sincero”; (masculino) ou sinceridade (feminino); ειλικρίνεια (sem cera). “eili-krinés”, “eili” (exposto ao calor) e “krinés” (testado) literalmente testado pelo Sol.
A sinceridade fazia parte da cultura daquele povo. Tanto que todo relacionamento dúbio, acompanhado de falsidade, hipocrisia e mentira era veemente condenado. Razão pela qual, muitas pessoas foram mortas. Os cristãos foram aconselhados a “falar a verdade com o seu próximo” “amar sem hipocrisia”. “Não mintais uns aos outros. Esses eram princípios imutáveis nos relacionamentos dos primitivos. “Tudo o que é verdadeiro, justo, puro, respeitável, de boa fama, seja isso que ocupe a vossa maneira de pensar. Fil. 4:8.
Desde o Antigo testamento Deus usou uma metáfora na cultura da época e comparou o homem ao vaso de barro nas mãos do oleiro. Pessoas que depois de transformadas eram conduzidas ao mercado social, escravo ou livre, como um produto autêntico, sem fingimento, sem hipocrisia ou falsidade, assim eram os servos. Quando vendidos para os seus senhores, eram sinceros, verdadeiros e leais. Pouquíssimos foram hipócritas e falsos (destaque para Balaão, Ananias e Safira). De modo geral o que era comum na feira, se tornava real na vida com Deus. “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”. Romanos, 12:9.
Com o passar dos anos, parece que muitos cristãos não lêem a Bíblia, não atentam para os seus princípios ou ainda estão presos à velha maneira de viver. É comum você ouvir: “Oh! meu querido” “Paz do Senhor meu amado”, “Te amo meu irmão”; mas no íntimo sente ódio. Na ausência, Fala mal, denigre e expõe seus irmãos ao ridículo. Mas como disse alguém: “É preferível a gentileza externa do que a grosseria”. Porém, o que é superficial não é sincero. A sinceridade é uma virtude do fabricante e não do vaso. E o fabricante deseja que seus vasos sejam originais, genuínos, sem engano sem falsidade.
Precisamos admitir que estamos vivendo tempos de escassez de pessoas sinceras. Cada dia que passa, a falsidade torna-se vitrine de muitos cristãos. Pessoas que na tua frente demonstra personalidade cristã e na tua ausência mostra um caráter influenciado pelo diabo: Cheio de maldades, de hábitos perversos. Interessante, condenamos os hábitos e costumes externos, como: alcoolismo, fumo, vestimenta... Mas ignoramos a falsidade, a mentira, o engano, comportamento comum entre nós. Amados! A sinceridade exige um passo a mais: a observação dos nossos pensamentos, das nossas emoções, dos nossos impulsos. Jesus tratou desse problema entre os discípulos pegando uma criança no colo e dizendo: “Quem não se tornar como criança não poderá ver o reino dos céus”. Ou seja, Jesus afirmou: “Quem não tirar a maldade do coração, a falsidade, o engano a mentira, não pode ver o reino dos céus”. Essas fraquezas revelam as nossas rachaduras. Um íntimo fingido é empecilho à felicidade, que depende de um harmonioso relacionamento com Deus e especialmente com o próximo, a quem vemos. A hipocrisia é sinal de fraqueza e imaturidade espiritual.

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