quinta-feira, 2 de setembro de 2010

FENOMENOLOGIA

Estou maravilhado com mestrado em Divindade, pelo SEAMID/UNINTER tenho me deliciado com todas as disciplinas, mas deslumbrado com “Fenomenologia”; considerada um tratado científico sobre a descrição e classificação dos fenômenos, que se propõe a ser uma ciência do subjetivo, dos fenômenos e dos objetos como objetos. Fenomenologia deriva das palavras gregas “phainesthai” que significa aquilo que se mostra, e “logos” que significa estudo, sendo etimologicamente então "o estudo do que se mostra". Na filosofia de Edmund Husserl é o método de apreensão da essência absoluta das coisas.

A fenomenologia tem como objeto de estudo o próprio fenômeno, isto é, as coisas em si mesmas e não o que é dito sobre elas, assim sendo a investigação fenomenológica busca a consciência do sujeito através da expressão das suas experiências internas. A fenomenologia busca a interpretação do homem através da consciência do sujeito formulada com base em suas experiências.

O método fenomenológico consiste em mostrar o que é apresentado e esclarecer este fenômeno. Para a fenomenologia um objeto é como o sujeito o percebe, e tudo tem que ser estudado tal como é para o sujeito e sem interferência de qualquer regra de observação cabendo a abstração da realidade e perda de parte do que é real, pois tendo como objeto de estudo o fenômeno em si, estuda-se, literalmente, o que aparece. Para a fenomenologia um objeto, uma sensação, uma recordação, enfim, tudo tem que ser estudado tal como é para o espectador.

Minha reflexão sobre fenomenologia se atém apenas uma visão do homem na sua essência. Sem desmerecer a antropologia, a sociologia, psicologia e a própria hermenêutica para tentar descrever o fenômeno “ser humano”, entendo que não se pode tentar explicar o comportamento desse fenômeno sem auxilio da religião.

Academicamente as Ciências da Religião surgiram em meados do século XIX sendo expostas através de Hume, Lang, Schmidt e outros expoentes que passaram a estudar de forma mais objetiva e específica à religiosidade presente em diferentes povos. Estes estudos possuem, além do conteúdo, grande valor ao atrair a atenção de outros estudiosos para os “a análise dos elementos da religião” como observava Weber.

A limitação das sociologias da religião, porém, poderia ser vista mesmo em seu estado embrionário quando a sociedade tornava-se o centro dos estudos (fato este marcante mesmo hoje na antropologia missionária) e não os próprios elementos religiosos. Acertadamente Cácio Evangelista cita Filoramo: “A sociologia da religião não coloca a religião no centro dos seus interesses; antes, fixa a atenção no fato religioso entendido como ‘produto social’ ou como fruto de uma criação coletiva... Assim, o objetivo da sociologia da religião é o estudo das funções sociais da religião...”

Apesar do termo “fenomenologia” ter surgido com Lambert a obra “Investigações Lógicas” do alemão Edmund Hussel é considerada o marco inicial do estudo fenomenológico sendo publicada em 1900. Em 1887 o holandês Saussaye utiliza o termo “fenomenologia religiosa” para se referir ao estudo e análise dos fenômenos religiosos descritos em uma sociedade específica.

Qualquer estudo ou analise sobre o fenômeno “homem” não se pode negligenciar o ponto de vista religioso. Como não é possível estudar o ser humano sem conhecer sua essência: sua origem, sua cultura, o ambiente onde nasceu, cresceu; enfim, onde desenvolveu o seu caráter.

Embora alguns cientistas insistam em aceitar a idéia da evolução humana publicada no livro “A Descendência do homem”, Escrito em meados do século XVIII pelo biologista e naturalista inglês, Charles Darwin. A grande maioria dos estudiosos da atualidade tem ignorado a idéia. Contudo, vale a pena descrever o homem na sua essência do ponto de vista de Deus e tentar explicar seu comportamento do ponto de vista de si mesmo.

No livro de Gênesis, Deus diz, “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26). Então, Ele terminou Seu trabalho com um “toque pessoal”. Deus formou o homem do pó e deu a ele vida, compartilhando de Seu próprio fôlego (Gênesis 2:7). Desta forma, o homem é único dentre toda a criação de Deus, tendo tanto uma parte material (corpo) como uma imaterial (alma/espírito).

Em termos bem simples, ser a “imagem” e “semelhança” de Deus significa que fomos feitos parecidos com Deus. O Homem em nada se parece com Deus no que se refere a carne e sangue. As Escrituras dizem que “Deus é espírito” (João 4:24) Portanto não existe um corpo. Entretanto, quando Deus soprou no homem o fôlego de vida, atributos do caráter de Deus passaram a todos os homens. Santidade, amor, alegria, paz, bondade, fidelidade, paciência, domínio próprio... Perfeita saúde e não ser sujeito à morte.

Deu separou o homem do mundo animal, e deu a ele poder de “dominação” (Gênesis 1:28), e o capacitou para ter comunhão com seu Criador. É uma semelhança mental, moral e social.

Mentalmente, o homem foi criado como um agente racional e com poder de escolha: em outras palavras, o homem pode raciocinar e fazer escolhas. Isto é um reflexo do intelecto e liberdade de Deus. Todas as vezes que alguém inventa uma máquina, escreve um livro, pinta uma paisagem, se delicia com uma sinfonia, faz uma conta ou dá nome a um bichinho de estimação, esta pessoa está demonstrando o fato de que somos feitos à imagem de Deus.

Moralmente, o homem foi criado em justiça e perfeita inocência, um reflexo da santidade de Deus. Deus viu tudo que tinha feito (incluindo a pessoa humana), era “muito bom” (Gênesis 1:31). Nossa consciência, ou “bússola moral” é um vestígio daquele estado original. Todas as vezes que alguém escreve uma lei, volta atrás em relação ao mal, louva o bom comportamento ou se sente culpado, esse alguém está confirmando o fato de que somos feitos à própria imagem de Deus.

Socialmente, o homem foi criado para viver em comunhão. Isto reflete a natureza triuna de Deus (Pai, filho e Espírito Santo). No Éden, o primeiro relacionamento do homem foi com Deus (Gênesis 3:8 indica comunhão com Deus), e Deus fez a primeira mulher porque “não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18). Todas as vezes que alguém escolhe uma esposa e se casa, faz um amigo, abraça uma criança, se organiza em grupos, ou vai à igreja, esta pessoa está demonstrando o fato de que somos feitos à semelhança de Deus. Não conseguimos viver sozinhos.
Parte de sermos feitos à imagem de Deus significa que o homem tem a capacidade de tomar decisões – livre arbítrio.

O que torna o homem (imagem de Deus) tão perverso, tão mal?

Apesar de ter sido dada a pessoa humana uma natureza reta, o primeiro homem (Adão) fez uma má escolha em se rebelar contra seu Criador. Fazendo isto, Adão manchou a imagem de Deus dentro de si, e passou adiante esta semelhança danificada a todos os seus filhos, incluindo você e eu (Romanos 5:12). A imagem de Deus continua na pessoa humana (Tiago 3:9), porém a desobediência causou cicatrizes irreparáveis: Mentalmente, moralmente, socialmente e fisicamente, mostramos os efeitos. Dependendo do ambiente onde nascemos, ou fomos criados e educados, se reflete em nossa vida moral e social.

O “ser humano” criado a imagem de Deus, considerado “um fenômeno” muitas vezes se revela tão mal, se manifesta irracional, e age monstruosamente, porque perdeu a sua verdadeira identidade. O pecado, o ambiente, a cultura, dele o caráter de Deus. Por isso, vemos pessoas famosas, excelentes profissionais, ótimos pais de família, agindo de maneira tão brutal e grosseira. A pessoa humana precisa voltar a sua essência. Precisa se voltar ao senhorio de seu Deus. Não fenômeno sem a presença de Deus. Não se pode manifestar o caráter de Deus, com a mente voltada a maldade.

Você e eu precisamos restaurar a imagem original de Deus em nós, criando “o novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:24); veja também Colossenses, 3:10). Isso somente é possível através da conversão. Uma simples oração poderá mudar a sua vida... Volte para Deus.

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