segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fruto da intimidade ou de barganha?

A teologia moderna tem dado excessiva ênfase à prosperidade. Reuniões e campanhas de orações estão voltadas ao culto da prosperidade. Há indícios de que a mensagem evangélica mudou. “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura, quem crer e for batizado será salvo”. A mensagem de Jesus continua a mesma... A conversão, através do arrependimento, pela fé, continua sendo a principal mensagem do cristianismo. O destino final da pessoa humana é vida eterna. Por isso Jesus alertou os seus discípulos que a que se alegrassem não porque os demônios lhes obedecia, mas: “... alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus.”. O objetivo do evangelho é restaurar o caráter de Deus no homem e ao mesmo tempo prepará-lo para a vida eterna.

O Evangelho chegou ao Brasil por meio de missionários americanos e europeus; e no inicio as igrejas evangélicas, além da mensagem de salvação difundiram através de suas pregações à ética do trabalho e da realização pessoal e deram um senso de comunidade aos migrantes rurais que vinham para as cidades. Também ajudou a conquistar adeptos, principalmente entre as massas iletradas. Nos últimos quarenta anos, a população evangélica pulou de 1,6 milhões para mais de 47 milhões de fiéis. Onde quer que se instale o povo evangélico, há melhoria na qualidade de vida das populações. É bíblico. Deus tem promessas de prosperidade aos seus fiéis e ao longo da história da raça humana, isso vem ocorrendo. A mudança de comportamento contribui para a felicidade de uma nação. “Feliz é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para a sua herança”. Salmos 33:12. Qualquer pessoa, povo ou nação, que se deixa influenciar pelos princípios de Deus, descrito nas Escrituras Sagradas, passa a viver dias melhores. Essa foi a feliz descoberta do povo norte americano. Tanto é que o país se tornou grande potencia mundial. Reflexos de uma sociedade voltada aos princípios de Deus.

No entanto, a partir da década de 1970 com o surgimento das igrejas neo-pentecostais implantou-se a idéia do conforto espiritual e da realização material, “aquela estranha concepção marxista do catolicismo que transformou Jesus Cristo numa espécie de Che Guevara da Antiguidade”. (VEJA, 2126) A idéia de um povo “franciscano” mudou completamente. “Somos filhos do Rei”, e “filho do Rei não é pobre”. Uma indicação clara de que a pobreza é resultado do fracasso pessoal ou espiritual. Uma teologia que lembra os amigos de Jó. Zofar, Bildade, Elifaz; os conselheiros que atribuíam à perda, o fracasso nos negócios, a doença a má conduta de Jó.

Com o passar do tempo surge no discurso que induz as pessoas a barganhar com Deus. Alguns até exageram, portam-se como agiotas, depositam uma quantia no gasofilácio e exige de Deus uma quantidade muito superior.

Não sou contra o dízimo. Sou dizimista e defendo a prática, mas do ponto de vista bíblico entendo que o dízimo, primeiro foi estabelecido pelo homem como gratidão pelos feitos divinos. Abraão devolveu o dizimo para o sacerdote Melquizedeque reconhecendo que tudo o que tinha: sucesso como produtor rural, a vitória sobre os inimigos, era por causa do agir de Deus em sua vida e, por isso foi dizimista. Dizimo é gratidão e não obrigação. Se você dá o dizimo esperando que Deus vá aumentar suas riquezas, está enganado. Seja fiel no dízimo e tenha intimidade com Deus porque Ele é fiel com você em tudo.

Centenas e milhares de pessoas são bem sucedidos na vida pela sua integridade com Deus, ou por pacto com o inimigo. A diferença é que quem vive em integridade com Deus, pode até sofrer grandes perdas, mas Deus devolve em dobro. A riqueza, a fama ou sucesso alcançado por meio de pactos com diabo, a pessoa tem uma vida agitada e com o passar do tempo, perde tudo e dificilmente recupera alguma coisa.

Jó não é o único que perdeu tudo e depois Deus devolveu em dobro, temos outros exemplos, inclusive da atualidade, mas o exemplo de Jó foi evidenciando pelo céu e o inferno. Satanás, que tem demônios vigiando a sua vida e a minha 24 horas por dia, chega ao céu e se apresenta a Deus: “E o Senhor disse: De onde vens satanás? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.(Jó. 1:7). E o Senhor Deus continua: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal.

Você percebeu o relato de Deus sobre Jó? Servo (obediente) homem sincero e reto, e temente a Deus que não se desviava do mal. Satanás, astuto, dá umas alfinetas em Deus... Ele é sincero, fiel, temente, foge das patifarias da maioria dos homens, porque Tu dás tudo para ele... Ao que me parece satanás achava que Jó seria uma espécie de agiota que possuía muitos bens, era bem sucedido porque barganhava com Deus. Mas Deus, soberano, poderoso, que conhece o coração do homem. Fala de alguém com quem tinha intimidade. Tanto que satanás o desafia? “Tira tudo dele para ver se ele continua indo para a igreja, continua dizimando, continua sendo honesto, continua reto...” E Deus deu a liberdade à satanás de mexer nos bens de Jó, tirar quase tudo, menos a sua vida. A perda foi tão grande que a mulher de Jó, acostumada com uma vida boa, regalada de festas, indaga: “Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre”. (Jó 2:9). Qualquer pessoa que estivesse na sua pele e sofresse o que aquela mulher sofreu poderia dizer o mesmo. Aliás, hoje isso é comum entre os chamados cristãos. Qualquer sinal de perda, doença, ou aflição é motivo de murmuração. O que aconteceu? O que eu fiz para Deus me abandonar? Não vou mais dizimar... O dinheiro é para os pastores... Não adianta ir a igreja... Que tipo de adoradores somos? Ainda bem que Deus “tem misericórdia, por isso não fomos consumidos”.

A intimidade de Jó com Deus deu forças para que o mesmo superasse a crise, a doença, a perda e até a morte na família. Sem que Jó barganhasse com Deus, o Senhor Deus, pai fiel, devolveu tudo que Jó perdeu e ainda acrescentou em dobro, tudo o que ele perdeu. E Deus assim o fez, honrando a sua intimidade com um homem sincero, reto e temente a Ele e não porque fizesse qualquer proposta de barganha com Deus. É assim que Deus age, na sinceridade do homem e não apenas no poder de barganha.

Pense nisso.

Um comentário:

  1. Oi meu nome é Pedro
    Leia Malaquias 3.7-9

    3.7 - Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
    3.8 - Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
    3.9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.

    Leia para ser sabio,pratique para ser santo, Creia para ser Salvo
    Deus te abençoes

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