terça-feira, 9 de novembro de 2010

De impostos, promessas e traições

O leitor pode pensar que a Educação será a prioridade da primeira presidente do Brasil, certo? Também deve pensar que ela vai cumprir sua promessa de reduzir a massa de impostos, correto? Segurança, então, vai ser um espetáculo, né não? Pois é, a eleição mal acabou e as traições já despontam no horizonte. Para começar, observe as pesquisas (que acertaram), a presidente eleita teve esmagadora maioria entre os sem-ensino e entre os sem-religião. Fortalecer as igrejas, ou investir em educação é criar eleitor para o Serra/Aécio/Alckmin. Talvez explique o porque do presidente Lula ter desprezado a Educação no discurso do aniversário dele. Basta inteligência para vencer... sem mais comentários!

Espertamente a nova governante afirmou que se arrecada mais porque o PIB (produto interno bruto) cresceu. O problema é que a sanha arrecadatória do estado, nos três níveis, cresce em porcentagem do PIB. Ou seja, escandalosamente! E como ganância não tem limite (dos governos, então), o governo Dilma já quer ressuscitar a CPMF, conhecido como imposto do cheque. O nome certo disso é traição. E espero que a OAB e a CNBB empenhem-se muito em combater esse abuso contra a sociedade, bem como todo jornalista e político reto. Principalmente porque o governo Lula aumentou várias contribuições federais.

É uma vergonha que nenhum político da situação fale em melhorar a gestão do Estado, torná-lo mais eficiente. São muitos cargos comissionados que poderiam ser cortados. Por que o Estado de São Paulo superou a crise? Também porque cortou mais de quatro mil cargos comissionados anos atrás. O governo não pode deixar de gastar em educação, saúde e segurança. Tem é que criar políticas de resultados, com o olho na eficiência dos serviços e na qualidade do gasto com metas bem definidas e mecanismos de controle, avaliação e correção. Incluindo a economia de recursos, melhoria do desempenho dos funcionários através de sua qualificação e uso de recursos computacionais. Como uma boa empresa faz.

Os Estados de São Paulo e Minas Gerais, entre outros, reduziram muitos impostos, barateando alimentos principalmente. Também melhorou a eficiência das compras, através da Bolsa Eletrônica de Compras. O resultado? Menos violência e PIB maior que o do Brasil. Sim, São Paulo reduziu ainda mais o número de assassinatos, caiu para 9 por cem mil. E eu me pergunto, por que os estados mais violentos do Brasil, como o Alagoas, não votaram no candidato que reduziu o número de assassinatos? (Ok! Maceió foi exceção) Ainda mais sabendo que o PAC da Segurança foi um fracasso total, o numero de assassinatos aumentou pelo Brasil.

O governo federal, nos últimos anos, inchou a máquina pública e aumentou os gastos. Essa é a hora de parar. Chega! Precisamos de boas políticas para criar empregos, envolver o setor privado, investir na infra-estrutura mais ampla e mais eficiente. Senão, não marcha!

Mario Eugenio Saturno, de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor universitário e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)

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