Uma questão que é muito discutida no Brasil e em todo o
mundo é se “A religião pode ou não pode interferir na política?”. Questão
essa que tem dividido opiniões, por um lado muitos acreditam que não existe
motivo para que aja essa interferência, mas outros afirmam que conseguem provar
o envolvimento da religião no cenário político.
Nesta semana, a revista Época, colocou uma matéria em que
um professor de filosofia, da então considerada ‘melhor universidade do mundo’,
a Harvard, Michael Sandel, que declarou que a ‘política precisa se abrir à
religião e acolher as convicções religiosas no debate público.’
“Não acredito que possamos ou devamos insistir numa
separação completa entre política e convicções religiosas. Por dois motivos. O
primeiro: é verdade que a religião pode trazer para a política intolerância e
dogmatismo, mas também é verdade que não apenas as convicções religiosas trazem
esses males. Algumas ideologias seculares também geram problemas do mesmo tipo.
O que devemos isolar da política, então, é a intolerância e o dogmatismo, seja
qual for sua fonte, para que possamos nos respeitar e debater, cultivando uma
ética de respeito democrático”., diz Sandel.
“Meu segundo motivo para não insistir nessa separação
completa entre política e religião é que a política diz respeito às grandes
questões e aos valores fundamentais. Então, a política precisa estar aberta às
convicções morais dos cidadãos, não importa a origem. Alguns cidadãos extraem
convicções morais de sua fé, enquanto outros são inspirados por fontes não
religiosas”, conclui o filósofo.
Já no Brasil, Silas Malafaia, pastor da maior denominação
evangélica do país, Assembleia de Deus, postou recentemente em seu site o
Verdade Gospel, que ele concorda com Sandel, indo mais além apresentando cinco
razões em que ele acredita que a política e a religião devem andar lado a lado.
Leia abaixo o comentário e as razões apresentadas pelo
Pr. Silas Malafaia
Há quase 28 anos na televisão, eu venho dando consciência
de cidadania ao povo evangélico. Fico rindo quando vejo gente me criticando
agora, que talvez nem era nascido ou era muito pequeno, e com o advento da
internet passaram a criticar e denegrir qualquer um que confronte suas ideias,
estilos de vida ou convicções políticas e teológicas. Também passaram a fazer
isso por simples inveja e “dor de cotovelo” do sucesso que alguém conquista no
ministério, graças à benção de Deus, sem isso ninguém vai a lugar nenhum, e
também muito trabalho e esforço.
Mediante a isto, coloco mais uma vez minhas convicções
sobre a questão política e religião, que tem a ver com nosso segmento social
que é religioso, pois somos evangélicos.
Vejamos então:
1) Jesus declarou: “Dai a César o que é de César,
dai a Deus o que é de Deus”. César representa o poder político e Jesus não
o chamou de diabo, como muitos cristãos fazem. Simplesmente mostrou nosso
compromisso com a cidadania humana e celestial.
2) O apóstolo Paulo diz em Romanos 13.7: “… a quem
tributo, tributo; a quem imposto, imposto…” Ele está reafirmando o compromisso
da cidadania. Ser cidadão indica ter direitos e deveres, entre os quais: votar
e ser votado.
3) A igreja de Jesus, como corpo místico de Cristo,
não precisa de político nenhum. Só depende do Espírito Santo para que ela possa
realizar a obra de Deus aqui na Terra. Mas as pessoas que pertencem à igreja
são seres humanos, inseridos no contexto social, a fim de influenciar em todas
as áreas da nossa sociedade. Paulo diz: “Não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento…”. Se nos
omitirmos, os filhos das trevas vão influenciar e determinar sobre a vida
social. E como consequência, seremos atingidos!
4) Existe um jogo pesado e creio que satanás está
por trás disto. Todos podem influenciar na política: metalúrgicos, médicos,
filósofos, sociólogos etc. Todo tipo de ideologia, inclusive a ideologia
humanista/materialista, que nega a existência de Deus, pode influenciar na
política. Mas o estilo de vida cristã, não! Isto é um absurdo! O povo de Deus
não pode cair neste jogo. As nações mais poderosas e democráticas do mundo
foram influenciadas, em todas as suas instâncias, pelo cristianismo.
5) Eu não fui levantado para ser político, mas, sim,
para influenciar em todos os campos da vida. Qualquer pastor tem autoridade
bíblica para orientar as ovelhas de Jesus em todas as áreas, porque Deus trata
o homem como um ser biológico, psicológico, sociológico e espiritual. O
que não concordamos é com nenhum tipo de extremismo religioso que queira
cercear a liberdade das outras pessoas, mesmo contrárias aos nossos princípios.
Esse é mais um que quer uma vaga no poder... só fala o que o povo quer ouvir..
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