A igreja cristã tem enfrentado muitos desafios na sua
história de 2000 anos. Mas agora está enfrentando um desafio que sacode
seus alicerces: o homossexualismo.
Para muitos observadores, isso parece estranho e até
mesmo trágico. Por que os cristãos não podem simplesmente unir-se à revolução?
E não se enganem, é uma revolução moral. Como o filósofo
Kwame Anthony Appiah da Universidade de Princeton demonstrou em seu recente
livro, “The Honor Code” (O Código de Honra), as revoluções morais geralmente
permanecem por longos períodos. Mas isso é difícil de acontecer com o que temos
testemunhado na questão do homossexualismo.
Em menos de uma simples geração, o homossexualismo passou
de uma coisa que era quase universalmente entendida como pecado, para
outra que está sendo declarada equivalente à moral da heterossexualidade
— e merece tanto a proteção legal quanto o encorajamento público. Theo Hobson,
um teólogo britânico, argumenta que isto não é exatamente o enfraquecimento de
um tabu. Pelo contrário, é uma inversão moral que acusa aqueles que defendem a
antiga moralidade de nada menos que “deficiência moral”.
As igrejas e denominações liberais facilmente escaparam
dessa situação desagradável. Simplesmente se acomodaram à nova realidade moral.
Agora o padrão está estabelecido. Essas igrejas discutem o assunto com os
conservadores argumentando que mantêm a antiga moral e os liberais defendendo
que a igreja deve se adaptar ao que é novo. Finalmente, os liberais ganharam e
os conservadores perderam. A seguir, a denominação consagra abertamente os
candidatos gays ou decide abençoar as uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Esse é um caminho pelo qual os cristãos evangélicos
comprometidos com toda a autoridade da Bíblia não podem tomar. Uma vez que
cremos que a Bíblia é a palavra de Deus revelada, não podemos nos acomodar com
essa nova moralidade. Não podemos fazer de conta que não sabemos o que a Bíblia
ensina explicitamente, que todos os atos homossexuais constituem pecado, o que
acontece em todo o comportamento sexual humano fora da aliança do casamento.
Cremos que Deus revelou um padrão para a sexualidade humana que além de apontar
para o caminho da santidade, também indica a verdadeira felicidade.
Portanto não podemos aceitar os sedutores argumentos que
as igrejas liberais adotaram tão rapidamente. O fato de que o casamento entre
pessoas do mesmo sexo agora é uma realidade legal em diversos estados significa
que devemos futuramente estipular que seguimos as Escrituras para definir o
casamento como a união de um homem e uma mulher — e nada mais.
Fazemos isso sabedores de que antes, em nossa sociedade,
muitos partilhavam das mesmas pressuposições morais, mas agora um novo
mundo está surgindo rapidamente. Não precisamos ler as pesquisas e as
avaliações, tudo o que temos de fazer é conversar com os nossos vizinhos ou
assistir a entrevistas culturais.
Nesta situação cultural muito desagradável, os
evangélicos devem se declarar dolorosamente explícitos de que não falamos sobre
o pecado da homossexualidade como se nós não tivéssemos pecado. Na verdade, é
exatamente porque nos reconhecemos pecadores e sabemos da necessidade de um
salvador é que viemos a crer em Jesus Cristo. Nosso maior temor não é que a
homossexualidade seja normatizada e aceita, mas que os homossexuais não
reconheçam sua própria necessidade de Cristo e do perdão dos seus pecados.
Esta não é uma preocupação que seja facilmente expressa
aos poucos. É no que verdadeiramente acreditamos.
Ficou abundantemente esclarecido que os evangélicos
falharam de tantas maneiras na solução deste desafio. Temos com freqüência
falado sobre a homossexualidade de maneira crua e simplista. Falhamos em
reconhecer que a sexualidade define claramente que somos seres humanos. Falhamos
em reconhecer o desafio da homossexualidade como questão evangélica. Somos
aqueles, afinal, que supomos saber que o Evangelho de Jesus Cristo é o único
remédio para o pecado, a começar do nosso próprio.
Minha esperança é que os evangélicos estejam agora
prontos para assumir este desafio de uma maneira nova e significativa.
Realmente não temos escolha, pois estamos falando de nossos próprios irmãos e
irmãs, nossos próprios amigos e vizinhos, ou talvez os jovens nos bancos ao
lado.
Não podemos escapar do fato de que estamos vivendo no
meio de uma revolução moral. Entretanto, não é apenas o mundo que nos rodeia
que está sendo testado, mas também a igreja cristã. Precisamos descobrir quanto
cremos no Evangelho que tão impetuosamente pregamos.
por: Dr. Albert Mohler Jr. Traduzido por: Yolanda Mirdsa Krievin
Editora Fiel / Portal
Padom
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